quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

AOS FILIPENSES COM AMOR E CARINHO

REFLEXÃO E CAMINHOS PARA A VIDA CRISTÃ AUTÊNTICA.
LÍDIA, O CARCEREIRO E OS MISSIONÁRIOS CRISTÃOS
ATOS DOS APÓSTOLOS 16: 1- 40

Sabio, Salvo e Santo
Redescobrir o autêntico caminho da vida cristã requer um olhar penetrante na Bíblia. Não existe espiritualidade sadia fora dos padrões estabelecidos por Deus como também não existe espiritualidade sadia se esses padrões não forem praticados pela comunidade da fé.

Quando estudamos e meditamos na Bíblia algo de bom acontece conosco, pois em abrir a Bíblia a própria Bíblia nos abre e nos revela a nossa pequenez a nossa dependência, a nossa insuficiência. “Alguém já disse que o homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo”.

A cidade de Filipos leva o nome de Filipe II, rei da Macedônia e foi fundada por ele no ano 356 a.C.. O evangelista Lucas descreve essa cidade como a primeira cidade dessa região da Macedônia e era uma colônia romana. (At. 16.12)

Segundo FF. Bruce o cristianismo chegou a Macedônia menos de vinte anos após a morte de Cristo. Uma das primeiras Cartas de Paulo que é Tessalonicenses diz que eles “ padeceram e foram ultrajados em Filipos ( I Tes. 2.2)

Quando o apóstolo Paulo e Silas sairão para a sua segunda viagem missionária não estava nos planos deles de irem para Macedônia. Logo após o Concílio que teve em Jerusalém eles partiram para pregar o evangelho, levar notícia do concílio e visitar os irmãos.

Primeiro eles chegaram a Derbe em Listra e Icônio e “havia ali um jovem discípulo chamado Timóteo” que entrou para equipe do apóstolo Paulo ( At.16. 1-5). Eles continuaram a sua viagem missionária percorrendo várias regiões frígio-gálata, mais foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na ÁSIA como também em Bitínia.

A entrada do Evangelho bendito de Jesus Cristo na cidade greco-romana de Filipos se deu em virtude de uma visão em Trôade que o apóstolo Paulo teve de noite com um varão macedônio que dizia: “Passa a Macedônia e nos ajuda”. ( At.16.9-10)

Lídia um exemplo de Fé e Convicção em meio a religiosidade oca vazia e sem sentido
Na cidade de Filipos não tinha Sinagoga, pois ao que tudo indica não havia ali 10 judeus para formar essa expressão de ensino judaico que Paulo sempre ia em suas andanças para pregar o evangelho.

Sem “sinagoga”, Paulo e sua equipe vão para a beirar do RIO orar ao Senhor e é justamente na beira do Rio que nasce a IGREJA de Filipos.
O texto (At.16.13-15) diz que ali se encontravam algumas mulheres e destaca uma mulher chamada “ LÍDIA”. Vendedora de púrpura da cidade de TIATIRA

Lídia tinha algumas características que nos levam para o caminho da vida cristã autentica e nos fazem compreender a gênesis da igreja de Filipos.

1) Ela era temente a Deus ( At. 16.14)
2) Ela ouvia com atenção a Palavra de Deus ( At. 16. 14)
3) Deus abriu o coração para ela compreender o Evangelho que Paulo estava Pregando que é Cristo o Senhor ( At. 16.15)
4) Em resposta a verdade pregada ela não titubeou e foi batizado com toda a sua casa ( oikos) ( At. 16.15)
5) Quando alguém de fato abre o seu coração para o santo evangelho automaticamente ela abre a sua casa para os irmãos ( At. 16.15)

É no meio de tudo isso que a igreja de Filipos começa a ser erguida em solo pagão europeu. Ela começa com o fundamento da pregação paulina que é Cristo e foi dinamizada pela oração na beira do rio e tem a sua visibilidade no batismo e no carinho de LÍDIA que abre a sua casa para os enviados de Deus.


Filipos a Igreja da Alegria e da Minha Dor
Também na cidade de Filipos Paulo e a igreja incipiente enfrentam as suas primeiras lutas no campo humano e espiritual. A espiritual desencadeia a humana. Pois uma moça adivinha bajula Paulo e ele repreende a força diabólica que está disfarçada de elogios.

Vários dias ela dizia: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação”. ( At.16.17) Paulo guiado pelo Espírito Santo discerniu que aquele elogio e declaração provinham das trevas e não de Deus. Ainda que usasse as palavras certas a fonte era diabólica.

Uma igreja cheia da vida de Deus autentica discerne o que vem de Deus e o que vem do mundo, da carne e do diabo e como Paulo ela deve repreender tudo que vai atrapalhar o avanço do evangelho de Jesus Cristo. Ainda que isso cause dano como causou dano para Paulo e Silas que foram tidos como persona não grata em prol da fidelidade do evangelho. Eles foram:

1) Arrastados pela praça ( At. 16.19-)
2) Foram acusados de perturbarem e mudar os costumes (21)
3) Foram açoitados com vara, presos e humilhados (At. 16.22-24)

Uma igreja cheia de Vida e Autêntica adora ao Senhor em meio as lutas. Qual a atitude de Paulo e Silas diante das crises e problemas da caminhada

1) Eles se dedicaram ao culto de oração ( At. 16.25)
2) Eles cantavam louvores a Deus a meia noite ( At. 16.25)
3) Eles honraram a Deus diante dos presos ( At.16.25)


Exemplos que Devemos seguir como Cristãos
Quando Deus encontra uma igreja que, Prega a sua Palavra com integridade. Que “ora” com fervor , que “Louva, Adora e que honra seu nome ele se manifesta com poder e glória, (V.26), Deus traz convicção de pecado e produz Salvação como fez com o carcereiro de Filipos que bradou dizendo: “Senhores, que Devo fazer para ser salvo?’ (30)

Uma Igreja que entende qual é a sua missão na terra vai sempre dizer as palavras importantes para essa geração sem Deus: CRÊ no Senhor Jesus e serás salvo ( 31) Paulo e Silas em meio as lutas não cessaram de pregar a Palavra de Deus para a família do carcereiro e Deus era com eles e todos foram batizados ( 32 – 33)

Deus transformou a vida do carcereiro e sua família e essa atitude de salvo se expressa na praticidade diária. O carcereiro “Cuidou” deles; “Lavou” seus vergões dos açoites, levou eles para a sua própria casa, pos lhe uma mesa e houve grande alegria naquela casa por que Deus tinha entrada ali. (V. 33-34).

A igreja de Filipenses nasce a partir dessa realidade de Vida. O Deus que chamou eles foi o Deus que engrandeceu o seu nome através deles. Depois de colocar os pilares da verdadeira fé em Cristo Jesus e deixado ali um igreja estabelecida, Paulo e Silas são recepcionados pelos irmãos e confortados por eles ( V.40).

De fato o caminho da Igreja de Filipos deve produzir em nós um santo temor de saber que Deus em Cristo estabelece a sua igreja numa base sólida, clara e continua e que nós como seus servos devemos ser fiel a visão de Deus, pois sendo assim muitas Lídias e muitos carcereiros conheceram ao Senhor através de sua graça e soberania na nossa geração, pois a Palavra de Deus produz em nós sabedoria, salvação e santidade.

Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dr. Russel Shedd: O Caráter Do Líder Que Deus Usa.


A liderança exige seguidores de confiança. A fé, no bom juízo e visão do cabeça de uma organização, durará somente enquanto o líder estiver dando à seus seguidores razões para nele confiar. A confiança tem suas raízes no caráter. É por isso que o caráter é central na liderança efetiva.

Os líderes que apresentam os mais nobres traços de caráter não precisam se manter no poder por força bruta ou engano.

Stephen Covey escreveu em seu bestseller, The Seven Habits of Highly Effictive People, que a liderança e o gerenciamento são duas funções distintas. O gerenciamento preocupa-se com o controle, a eficiência e as regras, enquanto que a liderança deve se preocupar com a direção, o propósito e o sentimento familiar.
A liderança sugere seguidores voluntários, ao passo que, o gerenciamento, muitas vezes, exige a obrigação e o dever.

O cabeça da companhia pode ser considerado um bom gerente se ele toma decisões que aumentarão a rentabilidade da organização. A liderança deve ter uma visão maior, direcionada ao bem-estar, a longo prazo, de todas as pessoas beneficiadas pela organização. O gerenciamento preocupa-se com a qualidade do produto e seu bom nome, enquanto que, a liderança olha, em primeiro lugar, para a justificativa moral da fabricação do produto. "Gerenciamento é fazer as coisas de uma forma correta. Liderança é fazer as coisas corretas. Gerenciamento é eficiência subindo a escada do sucesso; liderança determina se a escada está posta contra a parede certa".

O autor de Hebreus refere-se a liderança quando ele exorta seus leitores: "Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo" (Hb 13.17). Um líder tem seu olho no Dia do Juízo, quando seus seguidores louvarão a Deus por ele, ou o condenarão por ter colocado pedras de tropeço no caminho deles. Os traços do caráter, que seguem abaixo, são seguros, à toda prova, no que diz respeito a um homem que é usado por Deus.

Santidade

A primeira exigência de um líder cristão é santidade. Ele precisa ser sensível ao pecado que outros possivelmente consideram aceitável. Isaías tornou-se sensível a sua fala impura logo que viu o Senhor exaltado no templo.

O tremendo som da repetição de "santo é o Senhor dos Exércitos" pelo serafim, estarreceu-o (ls 6.1-3). Ele gritou:”Ai de mim! Estou perdido!" (v.5). Esse foi o efeito que a visão teve no jovem profeta.

É improvável que lsaías usara uma linguagem mais violenta, impura ou blasfema do que seus contemporâneos. Porém, um sentimento de culpa tomou conta dele no ambiente santo que enchera o templo. O véu, que separava a realidade do céu das coisas terrenas, foi partido. Deus preparou Isaías para liderar, fazendo-o completamente miserável diante de sua natureza pecaminosa.

Deus comanda todos os seus filhos: "Sede santos, porque eu sou santo" (IPe 1.16; Lv 11.44; 19.2). Ele, assim, revela ambos - a base e o padrão da santidade. O alicerce da santidade do líder está no caráter do Deus que ele está representando. Se a descrição, "homem de Deus", falha em representar a pessoa em comando, a organização cristã que ele lidera se sentirá mais livre para andar nas trevas.

Um modelo com ações dúbias encoraja seguidores a dar "jeitinhos" e ser hipócritas. O comportamento não apropriado para um líder torna a nova natureza dos filhos da luz em uma farsa (Ef 5.8).

A santidade, do ponto de vista humano, coincide com boa reputação. Pedro não somente exortou os crentes da Ásia Menor para serem santos, mas para: "Manter exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação" (IPe 2.12).

O mundo secular do primeiro século acreditava que os cristãos eram maus. Acusações das mais variadas e absurdas foram motivos de mexerico. Contudo, as boas obras dos cristãos e a preocupação amorosa dos crentes continuava a desmentir as acusações pagãs.

A importância da boa reputação de um líder é algo de conhecimento geral. Confiança é algo tão crucial, especialmente na liderança, que uma reputação manchada criará sérios problemas. Quando espalha-se a notícia de que um pastor ou um líder é uma pessoa adúltera, isso causará ondas de choque na congregação. Semelhante à um terremoto, a destruição que isso acarreta à fé de jovens e adultos pode ser igualmente devastadora.

Certamente, esta é a razão que Jesus atribui tão terrível condenação àqueles que causam a queda dos "pequeninos", isto é, dos crentes novos e instáveis na fé. Em alguns casos, eles não sobreviverão ao choque (Mt 18.1-11). Não somente pecado sexual, mas todas obras más que possam arruinar o bom nome do líder têm um efeito destrutivo nos seus seguidores.

Os apóstolos alistaram uma boa reputação como a primeira exigência para aqueles que haveriam de ocupar a função de liderança (At 6.3). Na lista de exigências para o' ofício pastoral, "irrepreensível" é a primeira (1Tm 3.2; Tt 1.6). Paulo foi bem cuidadoso ao apresentar as credenciais de uma vida exemplar diante de seus acusadores em Cesaréia (At 22-26).

O peso de suas últimas palavras aos anciãos da igreja em Éfeso, também demonstra sua boa reputação (At 20.17-35). É sábio que uma igreja pro¬cure saber o máximo possível à respeito do pastor convidado para liderá-la. Quando se levantam dúvidas e perguntas não respondidas referentes à sua reputação, a igreja precisa exercitar grande relutância para oferecer a posição a tal homem. A reputação, uma vez prejudicada, somente poderá ser restaurada durante uma longa caminhada de integridade.

Stephen Neill, falando a alguns líderes ambiciosos, disse-lhes: "Os anos, entre quarenta e cinqüenta, são os mais perigosos da vida de um homem. Esse é o tempo em que nossas fraquezas internas são mais propensas a aparecer [...] É bem melhor descobrir agora, enquanto jovens, quais são as nossas fraquezas, e trabalhá-las [...] do que deixar os anos nos abater, trazendo-as à tona, bem quando é o tempo em que deveríamos estar crescendo à estatura de líderes e pilares na Igreja”.

Um líder não cai de repente, mas é como uma árvore em um processo vagaroso de apodrecimento interno; ela cai, quando um vento forte sopra, porque a doença havia enfraquecido a estrutura interior. Porém, há sinais de aviso. Um índice baixo de disciplina em áreas como fantasias e sonhos, comida, vícios a alguns hábitos ou apetites, mostram claros sinais de perigo.

A falta de compromisso com os princípios éticos e doutrinários deve ressoar como um alerta. A recusa de prestar-se contas a alguém, que não seja a si mesmo e a racionalização dos erros cometidos acarretam o enfraquecimento da consciência. Além desses, há também outros sinais de alerta.

"Eu não posso jamais pensar que, já que Deus tem-me perdoado, eu deva perdoar-me de forma fácil". Essa foi uma regra vivida por Charles Simeon de Cambridge, na Inglaterra, um pastor que Deus usou poderosamente no começo do século XIX.

Cheio do Espírito Santo

"Cheio do Espírito" foi o segundo traço de caráter que os apóstolos solicitaram dos líderes que cuidavam da distribuição diária (At 6.3). Há alguma controvérsia com relação ao significado dessa frase, mas é razoavelmente claro que a "plenitude do Espírito Santo"significa três coisas:

Primeiro, significa que o líder tornou-se corajoso e valente. A realidade do Espírito na vida de um homem como Pedro pode ser vista em seu sermão no dia de Pentecostes (At 2), e em sua resposta corajosa aos líderes e anciãos dos judeus, que tinham o poder de colocá-lo na prisão e matá-lo (At 4.8).

O encontro de oração, após as ameaças dos líderes do Sinédrio, resultou em um novo encher do Espírito. A conseqüência foi que eles "com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus" (At 4.31).
Estêvão foi um dos sete que convenceu a igreja de Jerusalém que ele estava "cheio do Espírito". É surpreendente a tremenda coragem com a qual expressou sua interpretação do Antigo Testamento com relação a Jesus, como o Messias.

Ele era sabedor de qual seria a reação da sinagoga, mais ainda assim, permaneceu calmo e despreocupado, enquanto a manifestação determinara apedrejá-lo (At 7.54-60). Liderança e um "espírito de medo" não casam-se. Timidez em um líder não é um sinal saudável nem promete sucesso (cf. 2Tm 1.7).

Segundo, o enchimento do Espírito é encontrado no zelo e poder evangelístico que Filipe demonstrou em Samaria. Foi tão impressionante a unção pela qual Filipe proclamara Cristo (At 8.6), que multidões deram atenção ao que disse. Além do mais, os demônios gritavam quando foram expulsos das pessoas possuídas.

Ele realizou milagres poderosos de curas de doenças físicas (v.7). Atualmente, não exigimos de líderes de organizações cristãs que realizem milagres, mas zelo por Deus e seu Reino são evidências claras da presença do Espírito.
O significado do controle desimpedido do Espírito na vida de uma pessoa pode ser observado na vida de Whitefield. "George Whitefield foi imensamente usado por Deus, porquanto ele e John Wesley viraram de cabeça para baixo a Inglaterra para Cristo, e salvaram, pela graça de Deus, as ilhas britânicas de uma réplica da Revolução Francesa.

Foi falado a respeito de Whitefield, 'Do momento que ele começou, como um jovem, a pregar até a hora da sua morte, ele não conheceu nenhum abatimento da paixão. Até o fim da sua incrível carreira, sua alma foi uma chama de zelo ardente pela salvação dos homens'''.

Terceiro, a plenitude do Espírito significa que o líder não está sozinho. Ele tem um "assistente divino". Sem o Espírito, será que Filipe saberia que precisava deixar o ministério frutífero em Samaria e viajar à Gaza para unir-se ao carro do eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes (At 8.26-31)? Ou será que Paulo teria exercido a coragem e o entendimento de desafiar Elimas, o mágico, e puni-lo com cegueira, para que o procônsul de Chipre viesse a crer no Senhor (At 13.7-1O)?

Permanece de importância máxima que o líder saiba a mente do Senhor antes de tomar decisões que venham afetar a sua vida e a vida de outras pessoas. Todos os filhos de Deus devem ser guiados pelo Espírito (Rm 8.14) ou "andar no Espírito" (GI 5.16,25), mas é ainda mais importante que o líder seja assim liderado. Suas decisões afetam mais pessoas. Sua vida chama a atenção como um modelo exemplar.

Sabedoria

A igreja de Jerusalém tinha acabado de nascer quando as circunstâncias levaram, a Igreja e os apóstolos, a entender que eles eram incapazes de gerenciar o fundo de distribuição às viúvas, além de seus outros deveres. A crítica às práticas injustas dessa distribuição estava bem fundamentada (At 6.1).

Os apóstolos reconheceram a importância de manter o amor mútuo e a unidade na igreja. Conseqüentemente, eles formaram a base para um segundo nível de liderança, mais conhecido como "diaconia”. A sabedoria é a chave virtuosa entre as qualidades que os sete homens precisavam. Como a igreja de Jerusalém entendia esse termo? Uma vez que Tiago pastoreara aquela igreja depois que os apóstolos se espalharam, podemos contar com sua ajuda para uma definição.

Sabedoria significa mais do que mera inteligência. Enquanto esta refere-se à habilidade de resolver problemas de forma correta pelo uso da razão e experiência; aquela, refere-se à inteligência divina. Soluções humanas aos problemas são avaliados na base das vantagens que aquelas soluções trazem àqueles que estão encarregados.

Isso explica a descrição de "sabedoria” que Tiago chama de terrena e natural (Tg 3.15). Esta é a motivação que produz um "sentimento faccioso", o qual normalmente cria "inveja amargurada”.

A sabedoria lá do alto, por outro lado, é "pura” (v.17). Isto é, livre de contaminação facciosa. Ela produz paz, em vez de contenda e disputa. É "gentil", ou seja, preocupada com o sentimento dos outros. É "razoável", disposta a ceder e a negociar.

A sabedoria celestial é "plena de misericórdia", mostrando seu amor a outros. "Bons frutos" caracterizam o resultado dessa sabedoria em ação. Onde a "sabedoria" é usada, ações generosas e boas serão certamente encontradas. Sabedoria significa prontidão e perseverança, além da ausência de hipocrisia (T g 3.17).

Paulo expressa a verdadeira natureza da sabedoria que vem de Deus como o caminho da cruz pelo qual ele salva pecadores desamparados (1 Co 1.19-25). Deus demonstra seu amor incondicional pelos seus "inimigos", providenciando, através de sua morte agonizante, completo perdão e reconciliação.

Através da Bíblia, podemos ver vários exemplos de liderança sábia. Daniel é um dos casos mais extraordinários. Ele decidiu não se contaminar com a escolha da comida e da bebida do rei. Sua decisão não foi baseada em nutrição nem paladar, mas, na convicção de que a Bíblia proibia a comida "impura", que ele e seus três companheiros eram obrigados a comer (Dn 1.5,8).

Já que Daniel era o líder do grupo de judeus cativos, sua decisão influenciou-os a fazerem o mesmo. Em sabedoria, Daniel não somente recusou comer o que Deus não permitira, mas também, designou um plano pelo qual sua decisão não resultaria no desagrado do rei.
Os dez dias de teste foram suficientes para provar que legumes e água eram, na verdade, mais saudáveis do que o cardápio do rei (Dn 1.15). Além do mais, o Senhor deu sabedoria e inteligência para que os quatro jovens hebraicos fossem dez vezes mais doutos do que todos os outros quando chegou a hora de responder às perguntas do rei (v.20)

Daniel deixou evidente seu hábito de oração, não mantendo-o em segredo, para que assim, pudesse encorajar outros judeus cativos a continuarem buscando o Senhor publicamente (Dn 6). Embora ele tenha sido lançado na cova dos leões, Deus honrou sua escolha desprendida, preservando sua vida. Certamente, milhares de judeus cativos foram fortificados em sua fé ao saberem que Daniel tinha escolhido viver pela sabedoria celestial.

Imagine o quanto foram encorajados ao saberem que Deus preservara a Daniel das ameaças do seu inimigo! Na verdade, Daniel saiu dessa situação mais forre do que nunca.

Daniel corajosamente demonstrou que Deus era confiável se seus seguidores fossem orientados pela sabedoria divina. Ele comunicou essa sabedoria teológica a Nabucodonosor. Como um ditador antigo do Oriente, que reinou inteiramente por sua ambiciosa inteligência humana, Nabucodonosor, não foi um aluno apto. Veja o testemunho de Daniel acerca de Deus ao rei:

"Seu domínio é sempiterno, e seu reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: 'Que fazes?'" (Dn 4.34-35).

A capacidade de Daniel para liderar, desde sua mocidade, cresceu da sua convicção à respeito de Deus e da sabedoria que esse conhecimento instilara em seu coração. Um líder, segundo o padrão de Deus, certamente demonstrará a sabedoria lá do alto, concedida pelo Espírito Santo de Deus àqueles que, como Daniel, buscam-na para si.



Lucas não alista "fé" entre as qualidades que os apóstolos consideraram essenciais para a liderança que cuidaria do fundo de distribuição das viúvas na igreja de Jerusalém. Ele, porém, descreve Estêvão como um "homem cheio de fé" (6.5). Isso talvez sugira que essa tremenda qualidade em Estêvão não fosse necessariamente exigida de todos os homens selecionados pela igreja. Certamente, é um traço espiritual central de todos que desejam ser líderes piedosos.

O autor do livro de Hebreus afirma que "sem fé é impossível agradar a Deus" (11.6). Deus nunca poderia agradar-se de um líder que exerce autoridade em seu Reino, que não seja um homem de fé. A fé de Estêvão excedera na forma que interpretou a história da salvação de Israel. (At 7).

Cada evento é entendido à luz da intervenção e do soberano controle do Senhor sobre os eventos passados. Aqui, não existe uma visão secular do passado como historiadores escrevem hoje. Devido Estêvão ter podido detectar a mão de Deus abençoando e julgando Israel, ele pôde ver a glória de Deus independentemente dos planos assassinos dos judeus (7.55).

Ele também pôde ver Jesus assentado à direita de Deus e ter certeza que derrotas, na Terra, são vitórias, no Céu. Paulo também não interpreta os eventos recentes em sua vida, como marcas dos golpes vencedores do diabo. Ele escreveu: "Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos" (2Co 1.8-9). O apóstolo via a realidade pela lente da fé.

Amor

Existe alguma qualidade de que um líder careça mais do que o amor? A civilização ocidental se deteriora rapidamente devido ao egoísmo que penetra nossa cultura atual. O "fazer algo de forma correta” tomou o lugar do "fazer o bem".

Essa é a nova prioridade do nossos dias, colocando o amor em segundo plano. O controle de qualidade se tornou mais importante do que o sacrifício em favor de outras pessoas. O "salvar a vida” por meio da "perda dela” por Cristo e pelos necessitados não é mais algo popular, atualmente, embora seja o ponto central daquilo que Jesus exige de seus seguidores (Lc 9.23-24).

O amor é mais importante no Novo Testamento do que os dons espirituais ou o conhecimento (1Co 13; 8.1). Uma liderança sem amor é como um corpo sem o coração. Morta e sem sentido, ela promove vaidade, em vez de maturidade cristã.
Paulo escreve para os Coríntios que o amor de Cristo nos constrange (2Co 5.14).

Significa que qualquer pessoa que sente intimamente o amor que Cristo tem por ela, desejará segui-Io, e servi-Io. O custo do sofrimento e do esforço não é importante. A mesma verdade é válida para relacionamentos entre líderes e seguidores. A lealdade estabelece as raízes firmes nos corações daqueles que sentem que seus líderes verdadeiramente os amam.

É por isso que Jesus fez o contraste entre o mercenário e o pastor, em João 10. O mercenário não é o dono das ovelhas, nem se preocupa com o que acontece com elas. Quando o lobo aparece, ele foge. Não sente nenhuma necessidade de arriscar sua vida pelo bem-estar e proteção das ovelhas (vv.12,13). O amor do pastor, ao contrário, é tão íntimo e sacrifical que ele dá a sua vida pelas ovelhas (v. 11).

Amor (agape) de caráter bíblico, não procura os seus próprios interesses, mas o bem-estar de um irmão ou do próximo. Como o bom samaritano (Lc 10), ele se alegra em dar de seu tempo, transporte e dinheiro para ajudar uma vítima de um assalto. A palavra "benigno" (1Co 13.4) descreve essa qualidade. O líder que se identifica com o sofrimento de um seguidor ganhará a sua lealdade. O amor é a qualidade que aproxima o líder do grupo. Quando membros de uma igreja sentem que seu o pastor os ama, o cinismo desaparece e a inveja evapora.

Porque será que líderes políticos, na maioria das vezes, estão muito baixo na escala de apreciação daqueles que votaram neles? A razão princi¬pal é que os eleitores julgam pelas ações e atitudes que seus líderes têm, de não ter por eles maior amor do que um leão faminto tem por um veado. Amor hipócrita não é convincente, mas contra-produtivo.

Os dez princípios, apresentados por Ted Engstrom, que seguem abaixo, ajudarão o líder a fazer do amor algo prático.
1. "Precisamos tomar a decisão de desenvolver amizades em que não exigimos nada em troca”. Essa é a base para o amor bíblico, incondicional e não manipulador.
2. "Deve haver um esforço consciente para nutrirmos um interesse autêntico por outras pessoas". Esse interesse deve procurar o benefício dos outros e não os nossos próprios interesses.
3. "Cada um de nós é uma criatura ímpar. Conseqüentemente, levaremos tempo, e muitas vezes um longo tempo, para conhecermos uns aos outros". Tempo expressa amor de modo prático.
4. "Comprometa-se a aprender como ouvir". Ouvir atentamente é difícil, especialmente quando a pessoa falando é monótona, mas isso expressa amor genuíno.
5. "Simplesmente, esteja presente, quer você saiba exatamente o que fazer ou não". Investir tempo em pessoas demonstrará o seu cuidado. Cuidar é amar.

6. "Sempre trate as pessoas de igual para igual". Ser um líder não faz de alguém melhor do que outros, nem mais valioso, aos olhos de Deus.
7. "Seja generoso com elogios legítimos e encorajamento". É impossível demonstrar amor através de criticismo amargo e depreciação dos outros. Os elogios carregam a mensagem oposta.
8. "Faça de seus amigos prioridade, preferindo-os antes de si mesmo". O amor não pode ser praticado sem demonstrar o valor de seus amigos a outros. Considerar cada um superior a si mesmo é uma ordem do Senhor (Fp 2.3).
9. ''Aprenda amar a Deus com todo o seu coração, alma, mente, e força. Depois ame seu próximo como a si mesmo". O Senhor deixou claro que amar ao próximo está ligado com amar a Deus.
10. "Enfatize as qualidades e virtudes dos outros, não, seus pecados e fraquezas". Pecadores, somos todos; então, é importante que um líder não dê a impressão de que ele é perfeito, sem pecados, e seus seguidores são estúpidos e ruins.

Servilismo

Elisabeth Elliot, cujo marido foi assassinado por índios aucas no Equador em 1956, escreveu: "Creio que a Igreja será mais eficiente para levantar líderes, quando nós começarmos a exemplificar a serventia [...]

As pessoas, muitas vezes, estão fazendo coisas normais quando Deus as chama para fazer aquilo que se torna grandes coisas. Jesus disse, 'Se você está pronto para ser o último, então, você será o primeiro. Se você está disposto para fazer coisas pequenas, então, encarregarei você de muitas coisas'.

É um dos paradoxos bíblicos onde o princípio da Cruz entra em operação ¬você ganha, perdendo; e torna-se maior, tornando-se menor. Quando nós, como Igreja, evitamos a Cruz, estamos nos privando da possibilidade da verdadeira liderança espiritual. E, esse é o tipo de liderança que precisamos hoje, mais do que nunca".

Precisamos lembrar que a busca de homens para liberar os apóstolos da responsabilidade de administrar o fundo de distribuição de recursos às viúvas na igreja em Jerusalém direcionou homens para "servirem às me¬sas" (diakonein, At 6.2). Um termo que Paulo usa constantemente para descrever sua própria função é "diácono" (servo).

O professor E. E. Ellis do Seminário Sudoeste em Forth Worth, no Texas, depois de um estudo minucioso das funções dos obreiros no Novo Testamento, fez o seguinte comentário: "Quando as designações atribuídas aos companheiros de Paulo são verificadas, fica clara a ausência de certos termos, não somente daqueles que mais tarde se tornaram tradicionais para os líderes na Igreja, mas também, os termos que identificam os dons e carismas espirituais especificados por Paulo.

Em suas cartas, nenhum de seus companheiros é chamado de profeta, professor ou pastor, muito menos, ancião ou bispo. As designações mais usadas são, em ordem de freqüência decrescente, sunergos ("cooperador"), adelphos ("irmão"), diakonos ("servo") e apostolos ("apóstolo").

Paulo usa diakonos em próxima relação à "obreiro" (ergates) e "ministros" (cf. 1Co 3.5, 9; 2Co 6.1, 4; 1Co 16.15-16). Os obreiros e os ministros são aqueles que têm se dedicado ao serviço dos santos. Os dons de apostolado, profecia, evangelista e pastor-mestre em Efésios 4.11 são distribuídos para a promoção e o treinamento de cristãos para o trabalho do ministério (ergon diakonias, v.12).

Isso significa que nenhuma função na Igreja, sendo ela exaltada, deve ser exerci da sem um "espírito de serventia". Paulo usa o termo hupereta ("servo", etimologicamente, "remador de baixo", em um navio a remo, 1Co 4.1), para enfatizar essa atitude humilde.

Jesus reagiu à ambição da autopromoção dos discípulos com um ensino específico sobre servilismo. Um pouco antes de celebrar a última ceia, Jesus notou que estavam contendendo entre si sobre qual deles parecia ser o maior (Lc 22.24). Jesus contrastou seu conceito de liderança com o quadro político da sua época: "reis" locais exerciam sua autoridade tirânica sobre as pessoas e chamavam-se "benfeitores". Os líderes cristãos necessitam ser "servos"(diakonon, Lc 22.26; Mc 10.42-44).

Qual foi a intenção de Jesus ao rejeitar a mentalidade da liderança de sua época? Primeiro, ele não estava rejeitando o uso do poder. Gardner demonstra que o poder não é para ser confundido com o status e o prestígio. O poder é a capacidade de garantir o resultado que um líder deseja realizar, e prevenir aqueles resultados que ele deseja evitar. "O poder [...] é, simplesmente, a capacidade de trazer à superfície certas conseqüências almejadas no comportamento de outras pessoas".

O poder é um ingrediente necessário à liderança. Todo líder necessita um certo grau de poder. Enquanto uma pessoa está subindo as escadas da autoridade estruturada de uma organização, espera-se um aumento em seu direito de usar o poder. O que determina a grandeza de um líder não é quanto poder ele tem, mas o quão eficiente ele é em usufrui-lo.

Um líder, que é servo, não busca poder para auto-enriquecimento, mas para a glória do seu Mestre. Um servo que serve bem não se preocupa com sua fama ou bem-estar, conquanto, possa realizar os desejos do seu Senhor. John Gardner estava certo quando observou que "poder reside em algum lugar", a menos que a organização esteja afundando presa no oceano da inércia e da total incompetência, como o Titanic na noite fatal de abril de 1912.

Jesus falou de si mesmo: "Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir (diakonein), e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10.45). Servilismo para Jesus não significou renúncia de poder.

Seu ministério irradiou poder, curas, exorcismos, ensino e desafios à religiosidade hipócrita. Contudo, Jesus renunciou ao uso de poder para seu próprio conforto, fama ou satisfação. "Ele exercitou poder de forma apropriada e para fins apropriados. Sua vida proporciona o exemplo positivo sobre como o poder pode e deve ser usado".

A mãe de Tiago e João esperava por posições maiores de liderança para seus filhos no reino que Jesus planejava inaugurar. Não somente os filhos de Zebedeu creram que o poder e a felicidade fossem sinônimos, mas também, os outros dez discípulos tornaram-se ressentidos quando eles perceberam que as duas maiores posições na organização tinham sido solicitadas.

Eles também estavam tão animados quanto Tiago e João para alcançar a autoridade e o poder no Reino. Jesus, porém, comparou o conceito mundano de "grandeza" a sua própria definição. "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20.28).

Jesus, embora Senhor de todos, exemplificou o servilismo de várias formas. Ele colocou de lado sua própria vontade para fazer a vontade do Pai. No jardim do Getsêmani, ele colocou de lado a tentação de insistir na sua própria preferência para dar lugar a vontade do Pai (Mt 26.42).

Ele rejeitou o trono (Jo 6.14,15), mas permitiu que seus atormentadores coroassem-no com espinhos. Ele admitiu que, de fato, era o Messias (Mc 14.61,62), o Rei preanunciado de Deus, mas não reagiu com ira e condenação contra aqueles que escarneceram dele, cuspiram nele e bateram na sua cabeça com um caniço (Mc 15.19, 20).

Embora todas as coisas tinham sido dadas por Deus em suas mãos (Jo 13.3), ele resolutamente escolheu não usar aquele poder para seu próprio benefício. Embora ele tivesse pouco lazer e descanso, ele teve tempo para segurar bebês em seus braços e abençoar as criancinhas. Embora uma multidão enorme lhe tivesse empurrado e apertado, procurando ajuda de todo o tipo, ele teve tempo para um pequeno e desprezado coleto r de impostos pendurado em uma árvore (Lc 19.1-10).

Os pedidores de esmola, os leprosos e as mulheres receberam sua atenção e ajuda, mesmo quando os discípulos tentavam protegê-lo da exigência deles. Ele não se importou com a fama e o poder, que motivavam as pessoas comuns, mas estava totalmente preocupado com a glória do Pai.

A servilidade, para Jesus, demonstra-se na sua preocupação por outras pessoas e suas necessidades, especialmente, daqueles que eram desprezados e rejeitados pela própria sociedade. Ele não somente exigiu auto-negação dos seus discípulos, mas também, exemplificou-a em seu próprio viver.

Jesus tinha uma missão a cumprir, e não, deu importância alguma para os altos e poderosos líderes que procuraram o bem-estar de si mesmos. "O zelo da tua casa me consumirá" (Jo 2.17), direciona-nos para a base do desdém que Jesus sentiu pela ambição e pelo poder que busca o seu próprio interesse, em vez da glória de Deus.
A atitude servil é enraizada em motivos corretos.

Quando a glória de Deus é o supremo prazer do servo, ele não tem nenhuma necessidade de fingir que é santo, como os fariseus fizeram na época de Jesus (Mt 6.1-4). A hipocrisia é antitética a tudo que Jesus ensinava.

Essa é a razão que ele atacou contra a pretensão religiosa com denúncias tão contundentes (Mt 23). Jesus alertou os títulos importantes que os escribas e fariseus apreciavam tanto. Nem "mestre", nem "pai" e nem "líder" (kathegetes) são apropriados para a atitude servil que é essencial à liderança (Mt 23.8-10).

A atitude servil necessita crescer de uma avaliação correta das habilidades e da autoridade de uma pessoa. No mundo, autoridade é herdada através do nascimento nobre (como no caso de reis e todos aqueles que nascem em famílias com títulos e nobreza), da ambição e da realização. Porém, para Jesus, autoridade e poder são dons oferecidos por Deus para pessoas indignas. "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus [...]" (Jo 1.12), claramente afirma que o direito (exousian, "autoridade", veja Mt 28.18) dos príncipes da família de Deus, o Rei da glória, é distribuído liberalmente pelo Senhor Jesus. Quando Jesus contou a parábola dos talentos, que três servos (douloi, "escravos") deviam ter dado de um a cinco talentos cada (Mt 25.15), pode ter aparentado até irônico para a sua audiência.

O valor de um talento (c. 30 quilos de prata ou ouro) era muito mais do que um artesão poderia ganhar em sua vida inteira. Jesus procurava enfatizar que aqueles sem riquezas ou direitos estão sendo elevados (de alguma forma) ao status de reis. Todavia, eles permanecem servos, que precisam prestar contas ao seu Mestre (Mt 25.19-30). Embora cuidassem do dinheiro como se fosse deles mesmos, não podiam jamais esquecer que, na verdade, não o era.

A atitude servil pode ser melhor mantida em uma democracia do que numa autocracia ou ditadura. Em um governo democrático, o líder é uma pessoa que não herda autoridade, ou conquista-a pela força, mas ganha o privilégio de liderar. Os membros da organização estão convencidos de que o seu líder escolhido resolverá seus problemas mais eficazmente do que qualquer outro, senão, deixariam de apoiá-lo. Porém, se um líder tem uma ambição não bíblica por poder, e portanto, usa meios ilegítimos para consolidá-la em suas mãos, deverá ser lembrado do alerta do Senhor.

"Se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo, em dia em que não o espera e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis" (Lc 12.4-46). De certa forma, Cheryl Forbes está certa: "Os cristãos precisam dizer 'não' ao poder, individualmente e corporativamente", porquanto ela entenda esse poder como algo ilegítimo e contrário ao espírito servil.

Richard Foster observou: "Aqueles que não prestam contas a ninguém são especialmente suscetíveis à influência corruptora do poder [...] Hoje, a maioria dos pregadores de mídia e evangelistas itinerantes sofrem [...] da mesma falta de prestação de contas que os profetas viajantes do século sexto sofreram".

É verdade que líderes cristãos são, no final das contas, prestadores de contas a Deus (1Co 4.5), mas uma avaliação justa de um companheiro de viagem da estrada celestial pode ser um excelente lembrete de que a atitude de um servo necessita ser mantida por toda a vida.
Alguns líderes facilmente caem no erro que os convence de que servir seus seguidores será interpretado como fraqueza. Porém, os líderes que servem são mais eficientes do que os autocratas.

A Bíblia claramente demonstra as conseqüências de se fazer escolhas que transmitam poder desp6tico. Roboão perdeu a maior parte do seu reino por seguir conselhos de jovens que aconselharam-no dizendo que ele deveria reinar com um "dedo mínimo mais grosso do que os lombos de meu pai" e forçar-lhes a carregar um jugo mais pesado daquele que Saio mão impusera (1Rs 12.10,11). Os anciãos estavam certos: "Se, hoje, te tornares servo deste povo, e o servires, e, atendendo, falares boas palavras, eles se farão teus servos para sempre" (v.7).

Conclusão

Nenhuma virtude bíblica deve ser premiada mais em um líder do que a vida santa, a sabedoria com discernimento, a plenitude do Espírito e um senso de servilidade equilibrado. Deus usa homens com esses perfis. Igrejas e organizações que notam que essas qualidades estão em falta em seu meio, necessitam clamar ao Senhor por avivamento.

O caráter carnal da igreja de Corinto pode ser facilmente explicado pelo orgulho dos líderes da igreja que substituíram Paulo, um servo humilde do Senhor. Seu exemplo e alertas foram insuficientes para implantar naquele lugar um espírito servil. Os efésios perderam seu primeiro amor (Ap 2.5) devido à liderança defeituosa. O estado moribundo da igreja de Sardes foi a conseqüência da liderança pobre (Ap 3.1-3). A condição morna da igreja de Laodicéia foi o efeito natural de líderes orgulhosos e auto-suficientes que contagiaram a igreja com o vírus mortal do mundanismo (Ap 3.13-20).


Este Capítulo foi extraído do livro do Doutor Russell Shedd "O Líder que Deus Usa" Distribuído no Brasil pela Editora Shedd.

O doutor Shedd , tem sido um servo de Deus aqui no Brasil e no mundo. Além dos seus conhecimentos no campo bíblico-teológico, ele tem deixado um legado importante para a igreja brasileira de ser um servo e de viver de maneira santa e humilde. De sua lavra ja sairam varios livros que abençoam ate hoje a igreja dos nossos dias. Anos atrás Russell Shedd esteve em nossa igreja ministrando a palavra de Deus e eu tive o privilégio de hospedar ele em minha casa junto com minha esposa. Foram momentos de grande alegria e comunhao. Doutor Shedd também falou para os pastores aqui na região sul de santa Catarina sobre A Vida e Ministério de Jesus Cristo e As bem- Aventuranças. De fato foi algo que nos ajudou a entender de maneira santa o ministério pastoral e suas implicações.

Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo

Sola Scriptura

sábado, 24 de outubro de 2009

HOMENAGEM A REFORMA PROTESTANTE PARTE II: LUTERO, BUCER E CALVINO: REFLEXÃO E APONTAMENTOS PARA A NOSSA CAMINHADA DE FÉ

O Reformador Martinho Lutero: Reflexões em Mateus 6.19-21 e 26

Por volta de 1500, os fundamentos da velha sociedade medieval estavam ruindo e uma nova sociedade estava surgindo. O frei Agostiniano Martinho Lutero rompeu com a Igreja Romana e deu inicio a Reforma Protestante.

Paul Tillich em seu livro História do Pensamento Cristão comenta o seguinte.

O ponto decisivo da Reforma, e da história da igreja em geral, foi a experiência de um monge agostiniano em sua cela monástica. Martinho Lutero Não apenas ensinou doutrinas diferentes; outros já o haviam feito, como Wyclif. Mas nenhuns dos que protestaram contra o sistema romano havia conseguido romper com ele. O único homem que realmente conseguiu essa ruptura, e com ela transformou a face da terra, foi Lutero (1967,p.209).

Tillich nos mostra que, vários homens precederam Lutero no afã de ensinar doutrinas diferentes do sistema aprisionador papal. Porém, ele foi mas a frente do que eles, ele ensinou doutrinas diferentes e iniciou a reforma protestante.
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, no sopé da montanha do Harz na cidade de Eislebem. No dia seguinte o menino foi levado a pia batismal, onde recebeu o nome de Martinho, em homenagem ao santo do dia. O reformador Martinho Lutero era filho de um minerador de prata de classe média.

O jovem foi destinado para estudar direito, porém, assustado durante uma tempestade perigosa numa estrada próximo de Erfurt, ele prometeu a Santa Ana tornar-se monge caso fosse livre. Todavia o que levou Lutero a tomar o hábito foi o seu profundo interesse pela própria salvação.

Em junho de 1505, antes de completar os vinte e dois anos de idade, Lutero ingressou no Mosteiro Agostinho de Erfurt. Desgostoso com a Igreja Romana em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou sua 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg.
A vida deste homem não só ficou marcada como reformador mais Lutero foi um grande expositor bíblico. Durante um período de um ano e meio Lutero ministrou todas as quartas feiras na Igreja em Wittenberg o Sermão do Monte.

O comentário do Sermão do Monte proferido pelo reformador protestante Martinho Lutero entre os anos (1530-1532), nasceu quando Lutero exerceu sua atividade pastoral em Wittenberg, substituindo o pastor Johannes Bugenhagen que durante este período estava reorganizando a vida eclesiástica nos lugares que aceitaram a Reforma. Durante um período de um ano e meio todas as quartas-feiras Lutero pregou sobre Mateus.

Nossa exposição sobre essa obra de Lutero que foi publicada no ano 1532, será em Mateus. 6.19-21 e 6.24.

Não se preocupem em acumular riquezas aqui, onde tudo pode estragar-se ou ser roubado. Guardem, sim, coisas preciosas no céu, onde nunca perdem seu valor, e estão livres dos ladrões! Se as riquezas estiverem no céu, o seu coração também estará lá. (...) Vocês não podem servir a dois patrões: Deus e o dinheiro. Porque vocês odiarão um e amarão outro, ou vice versa. (B.V.).

Martinho Lutero começa seu comentário em Mateus 6.19-21, dizendo que Jesus Cristo atacou com veemência esse grande vício chamado ganância.

Lutero tem razão para abordar de maneira enérgica esse ponto que foi tão forte na Igreja Romana. Leão X, o Papa que instituiu as indulgência falando aos Bispos Romano expressou Oh! Quanto dinheiro já nos rendeu a fábula de Cristo.(Just,1983,p.65).

Lutero diz que foi justamente isso que Cristo advertiu seus discípulos em (Mt.10:10) falsa doutrina e a ganância, para ele estes dois pontos corrompem a cristandade e o próprio ministério ( grifo meu). Como pastores numa época globalizada capitalista devemos deixar de lado toda vaidade, interesse monetária e realizar a obra de Cristo em santo temor.

Ora foi justamente esses dois pontos que fez o Monge Lutero romper com a igreja Romana. A Igreja estava corrompida com o sistema e se distanciou por completo da Palavra por causa da ganância e da falsa doutrina e essa era agora a preocupação do Reformador com os irmãos de Wittenberg.

Lutero deixa claro aqui a mordomia sincera do dinheiro que o nosso coração não pode se apegar. Muitas vezes é inevitável o nosso contato com os tesouros desse mundo, todavia se tivermos os nossos olhos fixados no tesouro que estão reservados no céu, desprezaremos esse tesouro aqui na terra.

Lutero considera a ganância como idolatria. Quando Lutero trata de Mt.6.24, na qual Jesus esta falando dos dois senhores ele diz que Cristo emitiu terrível juízo sobre os gananciosos de sua época que queriam ser santos mais era autênticos gananciosos.

Lutero interpreta essa passagem dizendo que assim como esses judeus são os padrecos e clérigos ele diz: Não passam de malandros mesquinhos, que tudo fazem por amor de Mâmon, mesmo servindo a Deus (1994,p.440).
Temos que entender aqui o Sitz In Leben, na qual Lutero estava inserido. Se fosse hoje Lutero não ia só acrescentar os padrecos mais vários pastores. Para Lutero o verdadeiro culto a Deus vem por meio da palavra a isso ele diz:

Porque culto a Deus é apegar-se apenas à sua palavra, com empenho exclusivo. Quem portanto, pretende viver de acordo com sua palavra e perseverar nela, precisa renunciar sumariamente ao deus Mâmon ( 1994,p.441).

Numa época a onde a opulência reinava no coração de muita gente, o reformador Lutero traz uma proposta bíblica-teológica à respeito do dinheiro e Cristo. Lutero não economiza palavras e com veemência denunciou a corrupção reinante.
O pastor Lutero traz para o centro de suas reflexões o Sermão do Monte que estava esquecido na sua época. Seu protesto contra o clero e sua preocupação com a igreja de Wittenberg faz ele encontrar no Sermão proferido por Cristo respostas e caminhos para a Igreja de seus dias seguir.
Lutero era um tipo de líder que não se conformava com o sistema estragado vigente, mais com muita ousadia ele denunciava. Ele não fazia isso na sua força, mas na palavra de Deus ele mesmo disse:

Simplesmente ensinei, preguei, escrevi a Palavra de Deus; não fiz nada. E então, enquanto eu dormia, ou bebia cerveja de Wittenberg com meu Felipe e meu Amsdorf, a Palavra enfraqueceu tão intensamente o papado que nenhum príncipe ou imperador jamais fez estrago assim. Não fiz nada. A palavra fez tudo (GEORGE,1994,p.55).

Lutero tinha a total convicção que a Palavra de Deus era Poderosa para transformar as circunstâncias e trazer uma visão correta daquilo que estava incorreto. Por isso durante o tempo que o reformador passou pastoreando a Igreja em Wittenberg ele pregou essa Palavra Poderosa porque ele sabia que essa Palavra é geradora de transformação. Lutero sabia que o Sermão do Monte é contracultural e não intracultural e por isso que ele sem medo mais confiante em Deus denunciou seus patrícios e o sistema papal opressor.

Martinho Lutero contribuiu muito para o resgate da teologia pastoral. Ele defendeu a tese da “Sola Scriptura’ , ( Somente as Escrituras) “Sola Gratia”, ( Somente a Graça) “Sola Fide”, ( Somente a Fé) “Sola Deo Glória”, ( Somente a Deus a Glória) “Sola Cristo” ( Somente a Cristo) como ensinou o “Sacerdócio de todos os Crentes”
Ele de maneira clássica resgatou princípios que estavam enterrados pelo sistema aprisionador, jorrando luz numa época de escuridão. Lutero também foi um reformulador da música pois ele entendia que a música tinha um valor no resgate da verdade e da espiritualidade sadia .


Martinho Bucer teólogo Pastoral da Reforma (1491-1551).

Ele foi discípulo do reformador Martinho Lutero e professor do teólogo mais fértil da reforma protestante João Calvino. Alguns estudiosos dizem que ele foi o teólogo pastoral da reforma.
Ele identifica quatro tarefas do pastor que precisa estar constantemente no nosso ministério: A) Primeira é que o pastor deve ser mestre diligente das Escrituras Sagradas. B) Administrar os sacramentos. C) participar da disciplina da igreja ( vida, jejum, adoração, penitência etc.) D ) Cuidar dos necessitados .

O pastor no Brasil contemporâneo tem um legado histórico para margear o seu ministério. Os fundamentos lançados aqui por Martinho Bucer é um retornar historicamente para Bíblia. De fato todo pastor hodierno jamais pode colocar nas prateleiras do seu ministério o modismo tão ventilado hoje que carece de base bíblica.
O pastor segundo Deus deve sem dúvida como disse Bucer ser um mestre das Escrituras. É a Bíblia que deve dirigir o seu ministério. É a Bíblia que ele deve pregar no seu púlpito e ensinar o povo. Nada pode substituir a palavra de Deus na igreja e o resgate da verdadeira poemenologia (pastoral) está neste primeiro requisito declarado aqui por Bucer.

Ele também mostra a grande importância de ministrarmos biblicamente o batismo e a santa ceia que são os dois únicos mandamentos dado por Jesus Cristo para a igreja. O líder cristão jamais pode desconsiderar esses mandamentos pois eles foram dados por Jesus Cristo Senhor da igreja. O ensinamento correto dessa ordenança traz benefício para a igreja e glória para Deus

Ele também toca num ponto importante que é justamente a disciplina como meio de crescimento da igreja. A disciplina bíblica jamais pode ser esquecida no tecido pastoral ela é necessária e precisa para a saúde da igreja.
Por fim Bucer diz para nos pastores que o ministério tem caráter integral e deve socorrer os necessitados e aflitos dessa vida. O ministério é prática e misericordioso é bíblico e constante
Martinho Bucer também diz que:

Os pastores e mestre das igrejas que quiserem cumprir seu ofício e manter-se limpos do sangue dos que estão perecendo em seus rebanhos devem não somente administrar publicamente a doutrina cristã, mas também anunciar, ensinar e clamar arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo, e qualquer coisa que contribua para a piedade, entre todos os que rejeitam esta doutrina de salvação, mesmo nas casas e com cada um em particular. Pois os ministros fiéis de Cristo devem imitar o pastor mestre e supremo das igrejas, e devem eles mesmos buscar com o máximo amor aqueles que estão perdidos, inclusive a centésima ovelha que se desgarrou do aprisco, deixando para trás as noventa e nove que permanecem no aprisco do Senhor

Esse comentário de Bucer precisa ser refletido em nosso ministério, pois é extraído da palavra do Senhor e tem perdurado durante os séculos. De fato temos uma grande responsabilidade como ministros no Brasil contemporâneo e devemos sem titubear resgatar esse ministério segundo a vontade de Deus em humildade e oração e ajudar o povo de Deus na sua caminhada cristã



João Calvino: Teólogo, Eclesiástico e Pastor ( 1509-1564).

A excelência do ministério pastoral e da vida cristã prática sem dúvida alguma passa pelo caminho reflexivo de João Calvino. Alguns relegam Calvino como um teólogo sistemático, árido, outros dizem que foi um homem que trouxe problemas para o campo eclesiológico em virtude de seus estudos sobre predestinação, soberania de Deus etc.

Calvino de fato nesta geração tem sido esquecido, não citado, não estudado, principalmente nos círculos das igrejas livres não tradicionais não históricas. Os poucos materiais em língua portuguesa “ ad fontes ac fontibus” ( ás fontes e a partir das fontes) de Calvino faz ele um desconhecido entre nós pastores.

Ele é lembrado nos livros de história como Reformador ao lado de Lutero, Zuinglio, Knox etc. mais isso nada contribui para a excelência do ministério pastoral que Calvino tanto se dedicou e amou.
Ele também é mencionado no meio acadêmico da ala teológica brasileira principalmente a reformada, calvinista que nutri no tecido da sua teologia um calvinismo brasileiro.
Fora isso Calvino infelizmente é uma sombra, uma peça de museu teológico, um desconhecido caricaturado pouco lembrado, pouco querido, pouco desejado, pouco estudado, pouco citado.
A igreja hodierna (hoje) fascinada com o pragmatismo, com o receituário fácil de crescimento, superficialidade doutrinária, não tem conhecido Calvino como um homem de Deus, simples, humilde, espirituoso e de uma habilidade e consciência pastoral que eleva o ministério no patamar excelente.

As igrejas históricas no Brasil não tiveram habilidade como receptora da herança reformada de passar a tradição para as igrejas novas. Fossilizaram-se em sua própria denominação e preconceito e esqueceram de contribuir calvinisticamente para a igreja brasileira.
Carlos Ribeiro Caldas Filho, ministro presbiteriano, mestre em missiologia pelo Centro Evangélico de Missões em Viçosa (MG), doutor em Ciência da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo em seu estudo “ Do Lugar dos Estudos em João Calvino na Formação dos Pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil”, mostra que os livros sistemáticos de Strong e de Berkoff marcaram toda uma era na estrutura dos pastores presbiterianos no Brasil do que as Institutas de João Calvino.

Ele mesmo diz que os estudos em Calvino foi relegado a segundo plano e muitos pastores conhecem Calvino só de ouvir falar. Caldas ainda diz

A forte ênfase em estudos em teologia sistemática contribuiu para que se conheça pouco Calvino (...). A ênfase em teologia sistemática na formação dos pastores da IPB contribuiu para que Calvino seja pouco estudado e consequentemente pouco conhecido (...). A IPB será beneficiada se enfatizar estudos em Calvino no processo de preparação formal de seus pastores ( Fides Reformata, 1996,p.52-53).

Nosso interesse em Calvino é de cunho poemênico (pastoral) aqui não reside uma teia de “calvinófobos” e nem “calvinólatras”. Desejamos perceber a excelência do ministério cristão na perspectiva dele para a nossa geração.

Estudar Calvino de fato é um pélago prazeroso, pois ele é profundo e no dizer de Barth é uma catarata. Sabemos da limitação equacionada e da complexidade de sintetizar Calvino, todavia a tentativa de olhar para o mestre genebrino é salutar para o (re) descobrimento da pastoral do século XXI e da vida cristã.

João Calvino Teólogo protestante francês nasceu na Picardia, e estudou filosofia na universidade de Paris entre 1523 e 1527. Em 1528, recebeu o grau de mestre em teologia. Em 1536 na Suíça publicou sua grande obra com 26 anos, As Institutas. Calvino faleceu a 27 de maio de 1564, foi um dos grandes teólogos e reformador que sistematizou a teologia.

O teólogo alemão Karl Bart disse que Calvino é uma catarata, uma floresta primitiva, na qual ele se assentaria e passava o resto da sua vida somente com Calvino. (GEORGE,1994,p.164).

Calvino tem tido uma grande influência para a teologia. Seus conceitos e sua lucidez teológica têm ajudado vários teólogos ao longo da história. Alguns pensam que Calvino só tratou a questão da "predestinação", todavia Calvino tem contribuído muito para a teologia pastoral, pois Calvino não foi só um exegeta, teólogo, mas foi pastor e eclesiástico, pois ele fala da igreja em suas Institutas de maneira firme, versa sobre doutrinas centrais da fé, mostra a importância da oração na estrutura pastoral e na igreja e tece comentários profundos nos livros da Bíblia sendo um profundo expositor bíblico e critica de maneira eloqüente os falsos mestres tendo sempre a autoridade das escrituras em punho.

A carreira pastoral de Calvino se deu em Genebra. Ele foi convidado por Guilherme Farel para ajudar estabelecer a reforma protestante naquele lugar. Calvino em 1536, tinha escrito suas Institutas, quatro anos mas tarde ele foi convidado por Farel para ficar em Genebra.

A princípio Calvino estava somente de passagem e recusou o convite feito, porém Farel foi incisivo e até amaldiçoou Calvino e ele entendeu que era um chamado de Deus para a sua vida e aceitou o encargo.
Na cidade de Genebra Calvino pregou, ensinou, visitou, escreveu, organizou a igreja etc. Porém ali na doce Genebra Calvino enfrenta seu primeiro embate pastoral e junto com Farel foi perseguido e expulso da cidade em 1538.

Calvino vai para Estrasburgo e ali é acolhido por Martinho Bucer que convida ele para pastorear os refugiados franceses. Calvino pastoreia essas pessoas durante três anos na qual foi de suma importância para a sua vida. Ali ele casou, perdeu seu filho e ficou viúvo mas com perseverança continuou sua jornada pastoral e acadêmica.
Como pastor sua casa era um lugar de encontro, de refúgio, de aconselhamento, de ajuda, de orientação, de ensino e de conversas. Calvino tinha saúde fraca, debilitada, frágil, mas nada impedia de realizar suas atividades pastorais em Estrasburgo. Ele visitava, escrevia carta, dava estudo, orientava as pessoas, pregava e era muito ativo.

Mais em 1541 pela providência divina João Calvino retorna a Genebra, a Genebra da luta, a Genebra que o expulsou, a Genebra da dor, a Genebra dos dias amargos, a Genebra que Calvino não almejava mais pois se sentia desqualificado de estar ali.

Mas obediente à chamada divina ele retorna para o seu antigo ninho pastoral e quando chega na sua igreja e sobe no púlpito faz questão de abrir a Bíblia na mesma página que tinha pregado seu último sermão.

Agora ali Calvino desenvolve com firmeza, destreza o seu ministério pastoral por mas de vinte anos influenciando profundamente a história da igreja. É bom recordar que Calvino nas suas atividades pastorais viveu uma vida simples.

No início do seu ministério ele passou dificuldades no campo financeiro ao ponto de vender parte de sua biblioteca mas sempre foi fiel ao seu chamado pastoral como pregador, expositor, ensinador, ajudador e articulista da reforma.
Dr. Timothy George em seu livro Teologia dos Reformadores afirma que poucas pessoas na história do cristianismo tem sido tão supremamente estimado ou tão mesquinhamente desprezado como João Calvino.

Timothy tem razão quando diz que Calvino não é um anjo nem um diabo. Ele foi como declarou Lutero para todos os cristãos “ santo e pecador” " simul justus et peccator "(1994,p.167).
Em suas Institutas o reformador João Calvino deixa claro o seu pensamento sobre o ministério pastoral. Ele diz que os pastores de fato devem anunciar o evangelho de Cristo e administrar os sacramentos.

O pastor deve ensinar publicamente e também deve ensinar particularmente conforme diz Paulo (At.20.31). Calvino também salienta sobre a doutrina da disciplina na igreja, pois segundo ele somos atalaias na igreja e não podemos ser negligentes caso contrário Deus irá requerer de nossas mãos o sangue daqueles que pereceram por ignorância ( Ez.3.17,18).
Calvino também dá ênfase ao ministério local e adverte o transito de cá para lá entre os pastores salvo quando uma igreja necessitar da ajuda mútua. Ele diz que cada um deve estar contente no lugar aonde esta “no seu limite”.
O teólogo Timothi George em seu livro Teologia dos Reformadores nos ajuda a compreender a visão de Calvino sobre a Poemênologia. Timothi mostra que para Calvino os temas neotestamentários bispo, ancião (presbítero), ministro, pastor e às vezes mestre, referem- se todos ao mesmo ofício.
Qual é o papel do pastor? Para o reformador é “Representar o Filho de Deus”, “Erigir e estender o reino de Deus”, “Ocupar-se da salvação das almas”, “Governar a igreja, que é patrimônio de Deus” .

Para Calvino cada cidade deveria ter pelo menos um pastor. Para ele a ordenação era um rito solene de instituição ao ofício pastoral, ele referiu a ordenação como um sacramento e admitiu que era conferida graça por meio desse sinal externo.

Para ele os pastores devem ser completamente ensinados nas Escrituras, para que possam instruir corretamente a congregação na doutrina celeste. " Como um pai repartindo o pão em pequenos pedaços para alimentar seus filhos".

Para o reformado a pregação não deve ser apenas sã doutrina mais benefício concreto, ou seja, deve ser prática, aplicável. Calvino de maneira firme e didática diz que o pastor precisa de duas vozes: uma para reunir o rebanho e outra para afugentar os lobos e os ladrões. Para ele o papel disciplinador do pastor exige que sua própria conduta esteja acima de qualquer censura.
Em seu comentário sobre a epístola de Romanos Calvino diz que os ministros devem exercer seu ofício com dedicação e o ensino da palavra de Deus é que forma e instrui a igreja ( Calvino,432-433). Em seu comentário na carta ao Efésios, Calvino traça para nós ministros do evangelho a grande importância do nosso ofício.
Ele declara que o fato da igreja ser governada pela proclamação da Palavra não constitui uma invenção humana, o fato de termos ministros do Evangelho, é um dom divino. Calvino entende que doutrinar é dever de todos os pastores, porém há um dom particular “ mestre”, de interpretar a Escrituras, para que a sã doutrina seja conservada e um homem pode ser doutor mesmo que não seja apto para pregar ( Calvino p. 122)

Calvino diz que ao seu ver os pastores são responsáveis pelo rebanho do Senhor. No seu comentário sobre a epístola aos Hebreus Calvino diz que o escritor ao Hebreus se preocupa com os pastores que exercem seu ministério com lealdade quando escreve para os irmãos ( Hb.13.17).

O escrito aos Hebreus diz que devemos Obedecer e honrar, porém aqueles que são pastores e só possui o título e usam mal o título de pastor e traz vergonha e destruição para a igreja merecem mui pouca reverencia e menos confiança ainda. O ofício ministerial é de tal proporção que envolve as lutas mas renhidas e os perigos mais extremos ( Calvino, p.395-397)

De fato a igreja evangelica brasileira deve redescobrir os pilares da reforma protestante que nada mas é do que voltar para a Palavra de Deus e colocar ela em grande valor no tecido do ministerio pastoral e da vida do cristão normal.


Que Deus Abençoe a todos

Estudo realizado pelo Pastor Carlos Augusto Lopes em homenagem a Reforma Protestante e seu legado para a igreja de hoje

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A IMPORTÂNCIA DO JEJUM NA VIDA DO CRISTÃO E DA IGREJA: CAMINHOS DE UMA ESPIRITUALIDADE PRÁTICA E ABNEGADA

Vivemos uma época onde muitas pessoas tem trocado a vida de relacionamento íntimo com Deus pelas bagatelas deste mundo. Muitas pessoas se relacionam com Deus somente nos cultos na igreja e o resto do tempo ficam longe do banquete divino da intimidade com Deus. Não é a toa que vários cristãos vivem uma vida seca, árida confusa e infiel.

Muitos já nem lêem mais a Bíblia, nem gastam mais horas em oração e não nutrem mais uma vida de consagração. Tem muitos filhos de Deus que jamais jejuaram e outros que antes jejuavam e agora já não jejuam mais. Seria o jejum algo importante? Seria o jejum algo que saiu de moda? O que a Bíblia fala sobre o jejum? Por que eu devo jejuar? Como eu devo jejuar?

Essas é varias perguntas surgem na vida de muitas pessoas que precisam de resposta bíblica para o bom andamento da vida cristã prática. Quando abrimos a Bíblia percebemos o quanto a palavra de Deus fala a respeito do Jejum tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. O apóstolo Paulo mesmo afirmou que jejuou muitas vezes (II Cor.11.27).

O jejum não é somente ausência de alimento mais profunda convicção da dependência divina, profunda convicção de arrependimento, profunda convicção de humilhação diante de Deus o Todo Poderoso, profunda convicção que Deus se move de maneira abundante entre o seu povo entre a sua igreja.

O profeta Joel convoca o povo no Antigo Testamento para jejuar. Ele diz: “Promulgai um santo jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, todos os moradores desta terra, para a casa do Senhor, vosso Deus, e clama ao Senhor” (Joel.1.14).

Da mesma forma aconteceu com os moradores de Nínive diante da situação crítica que elas estavam vivendo eles promulgaram um jejum “Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor” ( Jonas 3.5).

Quando o grande líder Neemias que edificou os muros de Jerusalém soube que a cidade estava em grande miséria, tristeza e desprezo como homem de Deus diz a Bíblia que ele jejuou “Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” ( Ne.1.4).

Todos esses textos clássicos na Bíblia mostram o quanto precisamos ter uma vida de consagração diante de Deus. Vivemos momentos delicados como povo de Deus, precisamos erguer juntos o altar da oração e do jejum de fato todos nós queremos que Deus nós encha com a sua graça e nos use com o seu poder. Assim como é salutar nos encontrarmos para as festas na igreja e nos confraternizarmos na comunhão dos santos com comida,alegria e regozijo também é primordial a igreja num só propósito se reunir em jejum e oração para buscar a Deus em Espírito e em Verdade.

Dr. W.L. Duewel nos lembra alguns pontos da prática do Jejum e da oração.

1) O Jejum aprofunda sua humildade ( Es.8.21;Sal.35.13;I Pe.5.6; II Cr.7.21;Tg.4.10; I Pe.5.5.)
2) O Jejum aprofunda sua fome pela presença e pelo poder de Deus, e pelas respostas á oração
3) O Jejum aumenta sua conventração na oração. O erudito bíblico Dr. Andrew Murray diz que a oração precisa do jejum para o seu desenvolvimento completo e perfeito
4) O Jejum solidifica sua determinação e convicção.
5) O Jejum alimenta sua fé.
6) O Jejum abre o seu coração para que o Espírito Santo o toque, o encha e o use mais completamente, pois deixamos de lado o tangivel e esperamos os recursos celestiais e na graça do Senhor.
7) O Jejum adiciona fogo á sua sinceridade e zelo.

Nós da ADI Estaremos orando e jejuando durante 21 dias de forma contínua em prol da obra do Senhor . Todos os líderes, obreiros, membros, jovens, adolescentes, casados, anciões etc. devem participar desta proclamação. O programa do jejum e da oração será da seguinte forma: Você faz a sua última refeição a noite e entrará em jejum até o outro dia entregando na hora do almoço. Durante este período você estará orando, buscando a Deus em prol da sua vida, sua família, igreja, presbitério, congregações, cidade, saúde, salvação, avivamento, restauração, confissão de pecado etc. Cremos que serão dias de grande avivamento por parte de Deus.

O Estudo sobre Jejum e Oração na Visão Bíblica Continua na próxima semana e durante todo este tempo de consagração. Iremos ver o que é o jejum santo e também os falsos jejuns que tem caracteres puramente humanista e de obras de homens. Confira a teologia Bíblica do jejum e da Oração como também suas nuancias na história eclesiástica.

Reflexão em João Calvino teólogo genebrino

" Ao orarmos, portanto, somos obrigados a penetrar naquelas riquezas que estão entesouradas para nós e que estão junto ao nosso Pai Celestial. Pois há um tipo de comunicação entre Deus e os homens, pela qual estes adentram ao santuário celestial, e diante dele apelam para que se lembre de suas promessas. (...) Por isso, o Apóstolo, para mostrar que a fé desacompanhada de oração a Deus nao pode ser genuína, estabeleceu esta ordem: como a fé provém do Evangelho, assim pela fé nossos corações são instruídos a invocarmos o nome de Deus (Rm.10.14)".

Extraído do belíssimo livro do reformador João Calvino - "O Livro de Ouro da Oração" - Editora Novo Século

Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo

domingo, 11 de outubro de 2009

ARTE E CULTURA DA ÉPOCA DE JESUS CRISTO.


Eu creio na pá. Ela sustentou as tribos da humanidade. Ela forneceu-lhes água, carvão, ferro e ouro. E agora ela está lhe revelando a verdade - verdade histórica, cujas minas nunca haviam sido abertas, até nosso tempo.
Oliver Wendell Holmes

Com este quadro queremos resgatar a cultura e a arte na época de Jesus Cristo. É de suma importancia percebermos o período cultural e artistico da época de Jesus Cristo. Nao podemos de maneira alguma perder este pélago cultural e deixar ele esquecido em nossa cristandade.

Enquanto os historiadores da cultura egípcia, romana, grega etc mostram para o mundo a importancia dessas culturas em seus vários desdobramentos é salutar nós cristão garimparmos o que temos mais de precioso da cultura cristà-judaica. Se voce quiser contribuir com este quadro "Arte e Cultura da Época de Jesus Cristo" nos envie sua contribuição - pastorcarloslopes@hotmail.com Sua contribuição será colocada no blog.

Muitas coisas que iremos colocar neste quadro foi extraído de vários livros, pesquisas, consultas etc. Quero destacar aqui a grande dívida que temos com as pesquisas do Dr. William L. Coleman, com Dr. Henry Daniel-Rops, com erudito na cultura semítica Kenneth Bailey, Dr. Randall Prince e tantos outros.

Casas e Moradia
: Os judeus do primeiro século da nossa era levavam uma vida tranqüila, com muito aconchego familiar. As casas a noite eram iluminadas pelas lamparinas de azeite. Os pães eram assados em fornos de barros. As casas tinham vários tamanhos conforme a classe social.

Para os moradores na época de Cristo as casas eram apenas um abrigo, um local para se fazer as refeições e dormir, pois a maior parte de suas atividades diárias eram ao ar livre.. No tempo de Cristo as casas eram pequenas com pouca mobília e sem nenhum adorno. O assoalho era de terra batida e possuía no máximo duas ou três janelas. Quase todas as casas tinham uma escada que dava acesso para o telhado que era plano como laje.

Neste local as famílias se reuniam e eram feitas as atividades sociais como também no quintal. No telhado ou eirado como diz a Bíblia as mulheres faziam seus pães, costuravam, estendiam as roupas e oravam. Naquela época não havia quase casas de dois andares, mais se fazia nos telhados varandas e também quartos para hóspedes chamado alliyah. Muitas casas já tinham banheiros e vasos sanitários os romanos já possuíam banheiros com água encanada.

Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo




CURIOSIDADES CULTURAIS E BÍBICAS.


1) Você sabia que a Bíblia é dividida em duas partes – Antigo Testamento e Novo Testamento e foi escrita em hebraico, aramaico e grego.
2) Você sabia que a Palavra Bíblia significa “ livros”, pois a Bíblia é uma coletânea de 66 livros inspirados por Deus.
3) Você sabia que a Bíblia foi escrita ao longo de 1.200 anos, por vários autores, envolvendo um total de 40 pessoas.
4) Você sabia que a Bíblia foi originalmente escrita em papiro e pergaminho? Enquanto o papiro era uma planta aquática, o pergaminho era feito de pele de animais, que era preparada para a escrita.
5) Você sabia que a Bíblia foi dividida em capítulos em 1226 por Stephen Langton, ele fez este trabalho para facilitar a leitura da Bíblia. Em 1445 o rabi Nathan dividiou o Antigo Testamento em versículos e em 1551 Robert Stevens introduziu a divisão em versículos para o Novo Testamento.
6) Você sabia que a Bíblia contém 1.189 capítulos e 31.173 versículos.
7) Você sabia que em 1456 o alemão Johann Gutenberg inventou a prensa tipográfica e foi a partir dessas Descobertas e invenções que a Bíblia deixou de ser copiada á mão, começando a ser impressa mecanicamente.
8) Você sabia que a Bíblia foi impressa pela primeira vez, em 1560, ela já veio dividida em capítulos e versículos. A primeira Bíblia a ser impressa foi a Vulgata, de Jerônimo, ficando conhecida como a Bíblia de Gutenberg.


Extraído do manual Cristianismo Explicado escrito pelo pastor Carlos Lopes

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

JESUS CRISTO ELE MESMO: ROMPENDO FRONTEIRAS E BARREIRAS.


G.K. CHESTERTON diz que existem dois tipos de pessoas no mundo: uma, ao ver árvores com os galhos e folhas balançando fortemente ao vento, acredita que é o vento que move as árvores; a outra afirma que o movimento das árvores é que cria o vento Extraído do livro A Maldição do Cristo Genérico: A Banalização de Jesus na Espiritualidade Atual ( Eugene H.Peterson)

O ministério de Jesus Cristo foi marcado pelo anuncio bombástico do Reino de Deus e seu plano soteriológico. Em seu trajeto santo entre os homens o Filho de Deus realizou curas, milagres e sinais miraculosos. Jesus tinha três hábitos que eram marcante em sua vida a profunda vida de oração a ardente chama do evangelismo e os ensino santo das Escrituras na qual todo o seu ser estava imerso. Em sua vida terrena o Filho de Deus cruzou varias fronteiras e se encontrou com vários tipos de pessoas na esquina da vida.

Ele conversou com a mulher samaritana, curou o servo do centurião de Cafarnaum, conversou com Bartimeu, analisou a alma latente de Nicodemos, jantou na casa de Simão o leproso, descansou em períodos de angustia no vilarejo de Lázaro, encontrou com o gadareno em estado emocional e espiritual de decomposição antropológica, ressuscitou o filho da viúva de Naim quando todos chorosos iam sem esperança para o sepulcro frio e calculista, encontrou com Jairo homem de reputação privilegiada, esteve a sós com Pilatos como também a sós muitas vezes esteve com o seu Deus em oração.

Além disso e muito mais Jesus Cristo multiplicou os pães, transformou a água em vinho, andou sobre o mar, ressuscitou mortos, conversou com doutores, professores da lei, escribas, fariseus, publicanos, gente simples, analfabetos, doentes etc.

Jesus Cristo nunca escreveu um livro mais milhões e milhões de livros em todas as línguas falam de sua grandeza como Deus. Jesus Cristo nunca andou mais de 300 quilometros, mais o mundo inteiro conhece os seus passos pois ele mesmo disse Eu Sou o Caminho a Verdade e a Vida.

Jesus Cristo nunca pegou em armas e seus atos foram atos de amor. Ele nunca esteve a frente de um exército como Alexandre o Grande, os Césares, Napoleão etc, mais em todas as gerações no corredor da história um exército de homens , mulheres e crianças o seguem com o estandarte do amor na mão vencendo os inimigos do ser-humano.

Ele nunca fundou uma escola ou desenvolveu conceitos filosóficos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Descarte, Rousseau, Voltaire,Kant, Nietzsche Freud, Marx e tantos outros, porém milhões e milhões de alunos seguem seus ensinos em todas as épocas e gerações. Seu material didático não era sofisticado mais fazia parte do dia a dia do seu povo. Ele usou o mundo natural para ensinar as profundezas do Reino de Deus, pois como dizia o povo da sua época: Ele ensina com autoridade e não como os escribas e fariseus.

Ele nunca fundou uma escola especializada para líderes e nem buscou em sua época os melhores para fazerem parte de sua equipe, todavia os pescadores e iletrados apóstolos fizeram uma revolução jamais vista em toda a história da humanidade. Sem dinheiro, sem fama, sem estudo, sem status somente com a fé em Cristo e subjugado a uma obediência santa no ano 300 da era cristã o Império Romano era cristão.


Mediante tudo isso o ministério e o carinho de Jesus não ficou despercebido das crianças. Ele amou os infantes de sua época e de todas as épocas. Numa época onde as crianças não eram muito consideradas Jesus o mestre por excelência colocou elas no colo e disse: “Em verdade em Verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus” ( Mt.18.3). O evangelho de Lucas deixa claro o amor de Jesus pelas crianças: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, por que dos tais é o reino de Deus”. (18.16).

Estudo realizado pelo Pastor Carlos Augusto Lopes