segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

VERDADE,RETIDÃO E AMOR - JAMES MONTGOMERY BOICE (1938-2000).

O tema dominate em 1 João é a "certeza cristã", como qualquer pessoa que já estudou esse livro da Bíblia sabe. Mas é um tipo único de certeza, que tem uma preocupação muito maior com o que diz respeito ao modo como vivemos do que as palavras por si só podem indicar.

Devo admitir que quando comecei a estudar pela primeira vez a epístola de 1,2, e 3 João pensei principalmente em termos abstratos. Ou seja, acreditei que deveríamos ter a certeza da salvação antes de mais nada por que Deus declara que aquele que acredita no Senhor Jesus Cristo a possui. " Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior" (I Jo. 5.9).

Porém, á medida que comecei a estudar o livro, comecei a ver que, ao passo que isso é sem dúvida alguma verdade, o apóstolo João também trabalha num nível mais prático, demostrando que o cristão pode ter certeza da salvação por que Deus provocou mudanças fundamentais em sua vida. Ele lhe deu um conhecimento seguro dele mesmo em Jesus Cristo.

Isso envolve Verdade. Ele lhe deu um desejo de buscar e obedecer aos mandamentos de Cristo. Isso envolve Retidão. Ele lhe deu um novo relacionamento com outros crentes.
Isso envolve Amor.

Além disso, na medida em que continuei meus estudos, vi que era impossível subestimar a importância desses três elementos na vida cristã. Verdade! Retidão! Amor! Precisamos de todos eles. De fato, é apenas quando todos os três estão presentes que qualquer um de nós pode alegar ter vivenciado um experiência cristã bem estruturada, vital e crescente.

Amor sem retidão é imoralidade, embora hoje em dia em alguns círculos religiosos seja chamado de :"nova moralidade". Retidão sem doutrina é legalismo. Esse é o tipo de religião que existia na época de Cristo no judaísmo e contra a qual Ele tanto se posicionou.

Doutrina sem amor é uma ortodoxia amarga. É o tipo de verdade que é rigorosa perfeita, de certo modo, mas que nao ganha ninguém. Todos esses três elementos tem de estar presentes na vida de qualquer cristão verdadeiro e maduro.

Que o Senhor, que é a única fonte de todo o conhecimento verdadeiro, abençoe este estudo sobre uma importante porção de sua Palavra para que todos nós possamos utilizá-lo.

Extraído do seu magnifico livro " As Epístolas de João", pelo pastor Carlos Augusto - CPAD - Rio de Janeiro.

Dr. James Montgomery Boice, é um profundo escritor bíblico. Sua lucidez teológica e sua facilidade de ensinar é um legado para a comunidade cristã. Ele pastoreou a Décima Igreja Presbiteriana em Filadélfia, Pensilvânia. Ele também foi o editor do livro "O Alicerce da Autoridade Bíblica" que reuniu diversos líderes importantes como "R.C Sproul, Gleason Archer, James Packer, Francis Schaeffer e tantos outros". Este livro foi publicado em portugués pelas Edições Vida Nova. James Boice nasceu em 1938 e morreu vitimado de câncer no ano 2000. A comunidade cristã sempre irá se lembrar deste servo de Deus que foi fiel ao seu chamado de expositor bíblico e pensador cristão.

Pastores Sem Fronteiras
"Nas Coisas Essenciais, Unidade;
Nas coisas não essenciais, Liberdade;
Em todas as Coisas, Amor".

Pastor Carlos Augusto Lopes

domingo, 29 de janeiro de 2012

BIBLIOLOGIA: CIENCIA DA HISTÓRIA E COMPOSIÇÃO DOS LIVROS SAGRADOS - PARA QUEM GOSTA DE LER E APRENDER.


1 DOUTRINAS

O Objetivo de Deus é que todos os Seus filhos cresçam na Graça e no Conhecimento (Ef. 4.11-16). A estagnação espiritual não é vontade de Deus e nem faz parte do Seu Santo Plano. O Apóstolo Paulo, escrevendo aos irmãos de Efésios, diz: “...não devemos ser como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.” (4.14)
Todos os filhos de Deus são convocados para conhecer a Deus, pois a própria Bíblia mostra para nós três tipos de doutrina, ou seja, de ensino:

• A Doutrina de Deus: Dt. 32.2; Pv. 4.1-27; Mt. 7.24-29; Lc. 4.32; At. 2.42; 13.12; Tt. 2.1
• A Doutrina de Homens: Mat. 15.9; Col. 2.22; Tt. 1.14
• A Doutrina de Demônios: I Tm. 4.1


“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repressão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (II Tm 3.16-17 NVI)


A Bíblia é o fundamento para todo o estudo cristão. Ela é, sem dúvida, o registro das palavras e dos feitos de Deus ao longo da história. Ela não foi escrita somente para teólogos, pastores, estudiosos, etc., mas para todo o Povo de Deus.
A partir deste momento iremos estudar a matéria Bibliologia (Estudo da Bíblia), mostrando, inicialmente, que a mesma se divide em duas partes principais: O Antigo Testamento e o Novo Testamento.

Como a palavra “testamentum” significa “aliança”, em latim, o Antigo Testamento mostra a aliança que Deus fez com o Seu povo no Monte Sinai (Ex. 19.5). Ele foi escrito pela comunidade judaica, sendo preservado durante um milênio, ou mais, até o tempo de Jesus.

Já o Novo Testamento mostra uma aliança entre o Deus Santo e a humanidade perdida, instituída pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele mesmo disse: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós.” O Novo Testamento foi composto pelos discípulos do Nosso Senhor Jesus Cristo, ao longo do século I d.C.
A palavra “testamento” significa uma aliança, pacto ou acordo celebrado entre duas partes. No Antigo Testamento temos o contrato antigo, feito entre Deus e o Seu povo (Judeus), e no Novo Testamento temos a aliança entre Deus e os cristãos, através de Cristo Jesus.

Jesus Cristo, sem dúvida alguma, é o tema central da Bíblia, desde o
seu início até o fim. Já em Gênesis 3.15, no início, dá para perceber a presença do que se pode chamar de primeiro evangelho (Boas-Novas), mostrando Jesus como o prometido da semente da mulher. Em Apocalipse, o mesmo Jesus prometido está sentado no grande trono branco, julgando a todos os homens.
A palavra Bíblia, na língua grega, significa “livros”, uma coleção de livros que foi escrita ao longo de 1.200 anos, por vários autores, envolvendo um total de 40 pessoas.


2 BÍBLIA: ORIGEM, SIGNIFICADO E HISTÓRIA


Apesar da Bíblia ser uma coletânea de 66 livros, 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, para efeito do processo de canonização todas essas seções foram reunidas num só livro.

A palavra portuguesa “Bíblia” vem do grego “biblion” (livros). Por volta do século II d.C. os cristãos gregos já chamavam suas Escrituras Sagradas de “Bíblia” (os livros), palavra que os estudiosos dizem derivar do nome da cidade fenícia de Biblos, que era um dos antigos e importantes centros produtores de papiro (papel antigo). Dessa forma, o vocábulo “Bíblia” significa coleção de livros pequenos.,
A Bíblia foi escrita originalmente em papiro e pergaminho (II Tm. 4.13). Enquanto o papiro era uma planta aquática, o pergaminho era feito de pele de animais, que era preparada para a escrita.

O formato da Bíblia, neste período, era de rolos, um para cada livro (Lc. 4.17-20). Também vale ressaltar que a Bíblia era toda escrita com letras maiúsculas, uma vez que a diferença entre maiúsculas e minúsculas só veio a acontecer no século IX.

A princípio, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos, fato que só ocorreu em 1226, através do trabalho de Stephen Langton, que separou a Bíblia em capítulos para facilitar a leitura. Em 1445 o Rabi Nathan dividiu o Antigo Testamento em versículo e em 1551 Robert Stevens introduziu a divisão em versículos para o Novo Testamento.

A Bíblia contém 1.189 capítulos e 31.173 versículos.
No segundo século da Era Cristã os chineses inventaram o papel e em 1456 o alemão Johann Gutenberg inventou a prensa tipográfica. Foi a partir dessas descobertas e invenções que a Bíblia deixou de ser copiada à mão, começando a ser imprimida mecanicamente.
Quando a Bíblia foi impressa pela primeira vez, em 1560, ela já veio dividida em capítulos e versículos. A primeira Bíblia a ser imprensa foi a “Vulgata”, de Jerônimo, ficando conhecida como a “Bíblia de Gutenberg”. Vale registrar que Jerônimo traduziu a Bíblia do grego para o latim. Basicamente, a Bíblia foi escrita em duas línguas: O Antigo Testamento em Hebraico e o Novo Testamento em Grego.

3 A BÍBLIA EM CINCO PALAVRAS

Os estudiosos dizem que o autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo e que o seu assunto central é Jesus Cristo. Os teólogos também dizem que o homem deve ler a Bíblia para ser sábio, deve crer nela para ser salvo e deve praticar seus ensinos para ser santo.
Alguns estudiosos gostam de resumir os 66 livros da Bíblia em cinco palavras, todas elas apontando para o Nosso Senhor Jesus Cristo:

• Preparação: Todo o Antigo Testamento trata da preparação do mundo para o advento de Cristo;

• Manifestação: Os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao mundo como Redentor;

• Propagação: Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da Igreja;

• Explanação: As Epístolas tratam da explanação de Cristo, transformando-se nos detalhes da doutrina cristã;

• Consumação: O Apocalipse trata de Cristo consumando todas as coisas


4 JESUS CRISTO E AS ESCRITURAS


O cristão autêntico tem na Palavra de Deus o seu verdadeiro alimento. O próprio Jesus Cristo citou várias vezes as Escrituras Sagradas. Ele tinha total intimidade com o Pai, realizou vários milagres, nutria uma profunda vida de oração e de misericórdia. Todavia, isso não era tudo. Em sua vida Ele tinha um profundo relacionamento com as Escrituras.

Várias vezes os escritores do Novo Testamento, precisamente nos evangelhos, mostram Jesus Cristo familiarizado com as Escrituras sagradas. Como exemplo, podemos citar os livros de Mateus (4.4,7;11.10;19.4;21.16,42;22.29), de Marcos (10:5-9) e de Lucas (19.46;24.25-27,44-47).
Se Jesus Cristo meditava nas Escrituras Sagradas, eu e você devemos também confiar plenamente nelas, deixar-nos ser norteados por ela e não pelo nosso ego ou pelas muitas vozes que existem neste mundo sem Deus.


5 CONCÍLIO INTERNACIONAL DA BÍBLIA

O Concílio Internacional sobre a Inerrância Bíblica afirma:
“ Jesus Cristo, o Filho de DEUS, que é a Palavra (Verbo) feita carne, nosso Profeta, Sacerdote e Rei, é o mediador último da comunicação de Deus ao homem, como também o é de todos os dons da graça de Deus.

A revelação dada por Ele foi mais do que verbal; Ele revelou o Pai mediante sua presença e seus atos. Suas Palavras no entanto foram de importância crucial, pois Ele era Deus (...) Na qualidade de Messias prometido, Jesus Cristo é o tema central das Escrituras. O Antigo Testamento olhava para ele no futuro; o Novo Testamento olha para trás, ao vê-lo em sua primeira vinda, e para frente em sua segunda vinda”.(1978, p. 191)

O estudo da doutrina cristã deve ser visto à luz da Bíblia. Muitas são as formas de ensino que existem hoje. O Dr. Millard Erickson aponta quatro caminhos: “Teologia Natural”, “A Tradição Religiosa”, “A Experiência” e as “Escrituras”. Como cristãos autênticos, devemos ficar com as Escrituras como a única regra de fé e conduta para todo o povo de Deus.
O Dr. Wilbur O Donovan Jr., em suas pesquisas sobre a Bibliologia resume esta doutrina afirmando:

Toda a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos, assim como foi dada áqueles que escreveram suas palavras, é a palavra exata e completa de Deus. Ela foi inspirada pelo Espírito Santo e dada por meio de cada autor humano, nas palavras e no estilo deste. Esses escritos eram sem erros e contém toda a revelação de Deus ao ser humano. Tudo que o ser humano precisa saber para a sua salvação e seu relacionamento com Deus é encontrado nos antigo e novo Testamentos. (1999, p. 36)


6 ESCRITURA SAGRADA


No estudo da Bibliologia é importante definirmos o que significa Inpiração, Inerrância, Revelação, Iluminação, Cânon Sagrado, etc.

6.1 Inspiração

Os eruditos em Bibliologia Dr. Norman Geisler e William Nix afirmam que a característica mais importante da Bíblia não é sua estrutura e sua forma, mas o fato de ter sido inspirada por Deus. Quando falamos de inspiração, não se trata de inspiração poética, mas autoridade divina.

O dicionário de teologia afirma que Inspiração é um termo utilizado para designar a obra do Espírito Santo de capacitar escritores humanos a registrar o que Deus desejava que fosse o conteúdo das Escrituras.

A própria Bíblia, de maneira clássica, mostra esta doutrina inquestionável. A palavra Inspiração aparece em II Timóteo 3. 16, quando Paulo escreve: “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”.

Em I Coríntios 2.13 o Apóstolo Paulo nos diz: “Disto também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”.
Nesta mesma linha doutrinária a grande passagem na carta petrina não deixa dúvida que a Bíblia é a palavra de Deus. “Pois a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21). No livro de Hebreus vemos também esta afirmação que Deus falou aos profetas de várias maneiras (Hb.1.1).

O teólogo Dr. Millard Erickson diz na página 67 do seu livro que por inspiração das Escrituras entendemos a influência sobrenatural do Espírito Santo sobre os autores das Escrituras, que converteu seus escritos em um registro preciso da revelação ou que faz com que seus escritos sejam realmente a Palavra de Deus.

Erickson nos faz lembrar que duas coisas eram sagrados para os judeus, na época de Jesus Cristo: a primeiro era o templo e a segunda era a Escritura. Quanto à primeira, Jesus Cristo disse que não ficaria pedra sobre pedra (Mt.24.2), porém quanto à Escritura, Ele considerava inspirada, autorizada e indestrutível (Mt.5.18; Jô 10.35).

A essência da inspiração é o próprio Deus, como salienta Dr. Bruce, usando como base o profeta Isaías (6.8; Ez.2). Por isto os profetas de Deus diziam: “Assim diz o Senhor”.
Na teoria da Inspiração várias fórmulas foram analisadas, numa tentativa de descrever como o Deus Todo-Poderoso operou na produção da Sagrada Escritura. Essas formas foram:

1) Ditado
2) Acomodação
3) Supervisão
4) Verbal
5) Plenário

Quando estudamos sobre a Inspiração, nos deparamos com a “Revelação” e com a “Iluminação”.

6.2 Revelação

A Revelação nos mostra a verdade, “Deus se revelando a nós”, através de homens que foram Inspirados.

6.3 Iluminação

A Iluminação é o dom de compreender o que Deus revelou através de homens Inspirados. Logo, a iluminação tem que ser na mente e no coração. Todavia, elas são co-relatas e as duas (revelação e Iluminação) dependem da Inspiração.
Fazendo uma combinação das passagens que ensinam sobre a inspiração divina, descobrimos que a Bíblia é inspirada no seguinte sentido: Homens, movidos pelo Espírito Santo, escreveram palavras sopradas por Deus (Gr. Theopneustos), as quais são a fonte de autoridade para a fé e para a prática cristã (Geisler e Nix, p.10).
O erudito Wilbur Donovan (1999, p. 40,41) sintetiza os conceitos de Inspiração, Revelação e Iluminação da seguinte maneira:


Inspiração foi o processo pelo qual Deus moveu as mentes dos que escreveram a Bíblia para anotar as suas palavras. Isto já está encerrado. A Bíblia já está completa não precisa acrescentar mais nada a Ela (Ap.22.18-19; Prov.30.6).

Revelação foi o ato em que Deus fez conhecer aos escritores da Bíblia aquilo que eles não poderiam conhecer por si mesmos. Como a redação da Bíblia já está terminada, as revelações inspiradas de Deus para todas as pessoas também estão.

Iluminação é o processo pelo qual o Espírito Santo dá a compreensão da palavra de Deus àqueles que lêem e estudam. Ele faz isso por seu povo, de geração a geração. Podemos orar para que o Espírito Santo ilumine a nossa mente hoje, para podermos entender a Palavra de Deus (Sal.119.18)


O Teólogo Henry Clarence Thiessen (2001, p. 47,48), em seu argumento da indestrutibilidade da Bíblia diz que:


Quando nos lembramos de que apenas uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um quarto de século; que uma porcentagem muito menor dura um século; e que apenas um número muito pequeno dura mil anos; ; percebemos imediatamente que a Bíblia é um livro diferente. E quando, além disso, lembramos-nos das circunstancias nas quais ela tem sobrevivido, este fato torna-se muito surpreendente”.


O teólogo reformado A. W. Pink (1917, p. 113,114), no livro “The divine inspiration of the Bible, afirma:

"Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto especial de
infindável perseguição, a maravilha da sua sobrevivência se transforma num milagre. Por dois mil anos, o ódio do homem pela Bíblia tem sido feito para corroer a fé na inspiração e autoridade da Bíblia, e inúmeras operações tem sido levadas a efeito para faze-la desaparecer. Decretos imperiais tem sido passados ordenando que todas as cópias existentes da Bíblia fossem destruídas, e quando essa medida não conseguiu exterminar e aniquilar a Palavra de Deus, ordens foram dadas para que qualquer pessoa que fosse encontrada com uma cópia das Escrituras fosse morta. O próprio fato de ter a Bíblia sido o alvo de tão incansável perseguição nos faz ficar maravilhados diante de tal fenômeno".

As várias religiões existentes hoje no mundo, não tem a Bíblia como a Palavra de Deus inspirada e única. Tanto as seitas como as várias expressões religiosas colocam em descrédito a Bíblia.

Os mormonismos, os Testemunhas de Jeová, usam a Bíblia não como suficiente. Para eles a Bíblia não é suficiente ela precisa ser acrescida com outro tipo de revelação. A Bíblia dos Testemunhas de Jeová é adulterada em suas várias formas contendo erros doutrinários sérios como a negação da divindade de Cristo e do Espírito Santo.

A igreja Católica Romana, acrescentou vários livros no canon sagrada para fundamentar suas ideologias, além disto colocou a TRADIÇÃO no mesmo nível que a Bíblia, pois acredita ser a verdadeira interprete da Bíblia. Ela nutri em seu bojo doutrinário a Sola Ecclesia em vez da Sola Scriptura.

O Islamismo religião que a cada dia cresce no mundo não crê na veracidade da Bíblia. Eles citam passagens da Bíblia mais ela não é regra de fé e conduta para o mulçumano. Segundo a história mulçumana Maomé o grande profeta recebeu a primeira revelação do anjo Gabriel em 610 quando ele tinha 40 anos. Ele recebeu várias revelações. Essas pseudas revelações não foram escritas e nem teve um processo de canocidade e de vários autores como a bíblia. Elas foram dadas no solo fragmentado das visões e do êxtases. Após isso a tradição oral era escrita. Para eles o Alcorão é único e é a Vox Dei, perfeito, sem contaminação e revelação final.


7 A BÍBLIA É INERRANTE

Os manuscritos originais não possuem erro, e deve ser assim, visto que:

a) A Bíblia é a Palavra de Deus. Se ela contivesse erros, Deus cometeria enganos em sua fala. Então Deus não seria perfeito, que é absurdo;

b) A Bíblia é a revelação de Deus. O Deus dos céus se revela na Escritura. É uma afronta à sua sabedoria pensar que Ele poderia cometer um engano, e à sua veracidade que ele poderia contar uma mentira (cf. Tito 1:2).

c) A Bíblia alega ser perfeita (Sl. 19:7). Jesus disse: “Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). Ele mesmo era a verdade (João 14:6) e não profere mentiras. Visto que a Bíblia é perfeita, ela não possui erro.

Cristo ensina em João 10:35 que “...a Escritura não pode ser anulada” – que é impossível que a Escritura possa errar. (Angus Stewart).

Segundo o Dicionário de Teologia, a palavra Inerrância, quando aplicada à Bíblia, refere-se à “doutrina diversamente interpretada de que a Bíblia está isenta de erros”. A Bíblia, segundo a tradição protestante, é infalível. Este ponto só serve para Deus e Sua Palavra e jamais para o homem, ou concílios, papas, igreja etc.

A palavra Infabilidade vem do latim (IN) “não”, e fallibilis “falso”. Sendo assim, a Bíblia não contém erro; ela é isenta deste atributo humano, pois é divina sua Inspiração.
Dr. Wayne Gruden, em seu estudo sobre a Inerrância (p. 58,59), afirma que: “

Todas as palavras na Bíblia são palavras de Deus e que portanto, não crer em alguma palavra das Escrituras ou não obedecer a ela é não crer em Deus ou desobedecer a ele.. A Bíblia ensina que Deus não pode mentir nem falar com falsidade (2 SM.7.28;Tt.1.2;Hb.6.18). Assim, todas as palavras da Bíblia são verdadeiras e destituídas de erros, qualquer que seja o trecho (Nm 23.19;Sl.12.6; 119.89,96;Pv.30.5;Mt.24.35). As palavras de Deus são, de fato, o padrão máximo da verdade (João.17.17)

A Bíblia é Pura (Sl.12.6;Pv.30.5) ( p. 58); a Bíblia é em tudo proveitosa (2 Tm.3.16); A Bíblia é Perfeita (Sl.119.96); A Bíblia é Verdadeira (Pv.30.5). O crente verdadeiro não pode ser como os discípulos de Emaús, que foram advertidos por Jesus Cristo (Luc. 24.25), mas devem crer plenamente na Bíblia, pois ela é a Palavra de Deus.


8 CÂNON DAS ESCRITURAS


Segundo o dicionário de “Enciclopédia da Bíblia, Teologia e Filosofia” (p. 633), a palavra Cânon é um termo latino que significa linha de medir, regra, modelo. O termo vem do grego kanon e significa regra ou vara. O conciso Dicionário de Teologia Cristã (p. 28) diz que Cânon é uma coleção de livros

reconhecidos como autoridade pela igreja.
O Novo Dicionário da Bíblia (p. 255) reafirma que Cânon é a lista dos livros que a Igreja usa na adoração pública, e que Kanon também significa regra ou padrão; daí, um sentido secundário da palavra Cânon, que é a lista de livros que a Igreja reconhece como escrituras inspiradas à norma da fé e da prática.
A Bíblia Cristã é dividida em duas partes: Antigo Testamento e Novo Testamento

8.1 Antigo Testamento

O Antigo Testamento é divido em quatro partes: Pentateuco, Livros Históricos, Livros Devocionais, Profetas Maiores e Profetas Menores.

• Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;

• Livros Históricos: Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester;

• Livros Devocionais ou Poesia: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos;

• Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel;

• Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Num, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Enquanto o Antigo Testamento da Bíblia Católica contém 46 livros e o da Bíblia Ortodoxa contém 50 livros, o Antigo Testamento da Bíblia Evangélica contém 39 livros, sendo este o número que a ala cristã tradicional considera como canônico.

8.2 Livros Apócrifos

A Bíblia Evangélica completa apresenta 66 livros, sete a menos que a Bíblia Católica, que contém os livros de Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, I e II Macabeus e parte dos livros de Ester e Daniel, que fazem parte da Bíblia Católica ou não-evangélica. Esses livros a mais são considerados pelos estudiosos como os “Livros Apócrifos”.

Este termo, no seu significado básico, significa que eles não foram Inspirados por Deus, sendo, portanto, passíveis de falhas, não podendo ser considerados inerrantes. Partes desses livros só devem ser aceitos como um bom registro histórico. Também contém outras partes inseridas do tecido da Bíblia católica que são considerados pseudo-epígrafo.
8.3 Período Inter-Bíblico

Entre o livro de Malaquias (último do Antigo Testamento) e o livro de Mateus (primeiro do Novo Testamento) passou-se um período de quatrocentos anos de silêncio, tempo que os estudiosos chamam de “Período Inter-testamentário”, ou seja, período entre os dois testamentos.

Isso sinaliza para nós que, entre a conclusão do Antigo Testamento e o nascimento de Jesus Cristo passaram-se mais de quatrocentos anos, durante os quais não houve profetas que falassem da vontade de Deus. É por isso que os estudiosos chamam esse tempo de “anos de silêncio”, período que teve o seu fim com o aparecimento de João Batista, o precursor de Cristo.

Um dos pontos importantes no transcorrer da Bíblia foi o surgimento da Septuaginta. Nessa época inter-bíblica, o grego era a língua corrente, o que exigiu uma tradução das Escrituras do hebraico para essa língua, por volta de 250 a.C. Por esse trabalho ter sido realizado por 72 estudiosos judeus, recebeu o nome de “Septuaginta” (LXX=70).

8.4 Novo Testamento

O Novo Testamento, por sua vez, é dividido em quatro categorias: Evangelhos, História, Epístolas (Cartas) e Profecia, num total de 27 livros.

• Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas, João;

• História: Atos dos Apóstolos;

• Epístolas (Cartas): Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I , II e III João, Judas.

• Profecia: Apocalipse.

9. A IMPORTÂNCIA DE LERMOS A BÍBLIA

Vivemos hoje uma época em que as pessoas têm gasto pouco tempo com a Palavra de Deus. Atualmente, no círculo evangélico, muitos crentes se satisfazem somente com a pregação de domingo, não lendo a Bíblia nos demais dias e, quando a lêem, o fazem de maneira errada. Será que vale a pena gastar tempo com a Bíblia? Ela mesma, em tom bem alto, responde que sim. Além disso, quando alguém se debruça em estudar a Bíblia ele:

• Tornar-se-á um crente mais forte;
• Terá plena certeza da salvação em Cristo;
• Vai encontrar alívio para a sua alma;
• Vai ter um conhecimento maduro da própria Bíblia;
• Vai ter um crescimento sadio na fé cristã;
• Conhecerá os planos de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo;
• Vai testemunhar com segurança sobre a sua vida cristã.

Quando procuramos entender que é importante ler as Sagradas Escrituras, devemos ter em mente que o cristão sincero, ao lê-la, não está diante de um texto morto, descontextualizado, mas diante de Deus, do autor das Escrituras. Logo, ler a Bíblia nos remete para o seguinte entendimento:

• Deus está presente e está falando conosco;
• Eu e você temos que ser obedientes à Sua vontade e Seus princípios;
• Eu e você devemos confiar plenamente nas Suas promessas;
• Que eu e você devemos, como Filhos de Deus, ao abrirmos a Sua Palavra, banhar o nosso coração de oração e temor, na santa expectativa de que o Espírito Santo irá nos ajudar a compreendê-la;
• Que eu e você devemos ler a Bíblia para o nosso conhecimento de Deus e
nosso crescimento espiritual;
• Que eu e você não fomos chamados para termos um relacionamento com um livro, mas com um Deus que é santo, soberano e pessoal, e que se revela através da Bíblia;
• Eu e você devemos entender que a Bíblia deve fazer parte do nosso viver diário e não somente quando achamos que devemos ler, em virtude de circunstâncias adversas ou em forma de talismã ou sorte.


10. COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA


Muitas pessoas dizem que não conseguem ler a Bíblia, argumentando que ela foi escrita para os intelectuais, pastores, professores, teólogos, etc. Essas afirmações, na verdade, não expressam o que a própria Bíblia diz: é dever de todo o cristão conhecer os caminhos do Senhor, ou seja, ler a Bíblia.
É importante que os crentes compreendam que o estudo da Bíblia deve ser algo sério e constante e não apenas leviano e superficial. Assim, para que haja uma perfeita compreensão da Palavra de Deus, o cristão deve se submeter a algumas orientações:

a) Você deve arrumar tempo para ler a Bíblia: Muitos cristãos gastam tempo com tantas coisas dessa vida fugaz, mas não gastam tempo lendo, estudando e meditando sobre as mensagens da Bíblia. Marque um tempo diário e responsável para essa atividade;

b) Faça um plano de leitura: Quando a leitura é planejada, a pessoa não fica divagando, abrindo a Bíblia aleatoriamente. Para isso, você pode preparar a leitura de um livro, da Bíblia toda, ou parte dela, como as epístolas, os Salmos, etc.;

c) O cristão pode usar materiais extras no seu estudo da Bíblia, como um dicionário bíblico, a concordância bíblica, comentários bíblicos, etc. São ferramentas que auxiliam o leitor no entendimento das Escrituras;

d) Ler diariamente a Bíblia: O cristão não deve ler a Bíblia só quando sentir vontade para isso, mas ter uma disciplina de leitura;

e) Estude a Bíblia: Enquanto estuda, faça anotações daquilo que Deus está mostrando;

f) No seu estudo, faça perguntas sobre aplicação pessoal da Bíblia: Qual é o assunto principal? Quais os princípios e valores dessa passagem que posso tirar para a minha vida? Há algum exemplo que devo seguir? Há algum erro que devo evitar? Há algum pecado que devo abandonar? Há alguma promessa que devo me apropriar? Há alguma ordem que devo obedecer? Qual é a lição principal?

g) Devemos ser leitores-repórteres: Os estudiosos dizem que devemos perguntar sobre tudo. Existem seis perguntas básicas que são importantes para o nosso aprofundamento no texto: Quem? O que? Onde? Quando? Por quê? Como?. Também podemos perguntar: A quem foi escrita a carta ou o livro? Qual foi o pano de fundo do escritor? Qual foi a experiência ou ocasião que deu origem à mensagem? Quem são os principais personagens?

h) O Espírito Santo dá o entendimento: O estudante da Bíblia deve depender completamente do Espírito Santo para o seu estudo das Escrituras Sagradas;

i) Aprendizagem inclui pedidos de ajuda: O estudante da Bíblia deve ter a humildade de pedir ajuda para os seus líderes e mestres, pois Deus capacita pessoas para auxiliar Seus filhos no caminho seguro da verdade.

11 A LEITURA DIVINA DA BÍBLIA (Lectio Davina)

É de suma importância que o cristão se aprofunde na Lectio Divina para o seu conhecimento e discernimento. A Lectio Divina significa a Leitura Divina da Bíblia, com fidelidade que alimente a sua fé, esperança e amor. Essa leitura sempre foi a espinha dorsal da cristandade.
No livro de Deuteronômio está registrado que “A palavra está muito perto de ti: na tua boca, e no teu coração para que ponhas em prática” (Dt. 30.14). Na boca, pela leitura; no coração, pela meditação e; pela oração e na prática pela contemplação.
Essa é a base da Lectio Divina, pois o seu objetivo é comunicar a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Jesus Cristo o Senhor (II Tm. 3.15), como também instruir, refutar, corrigir, formar na justiça e, assim, qualificar o homem de Deus para toda boa obra (II Tm. 3.16-17); também para proporcionar perseverança, consolo e esperança (Rm. 15.4) e, por fim, para ajudar-nos a aprender dos erros dos antepassados (I Cor. 10.6-10).
A Lectio Divina possui quatro fundamentos básicos para o nosso conhecimento de Deus e da Sua vontade.

• Leitura: Devemos compreender que o primeiro passo para a compreensão bíblica é a leitura. A leitura faz com que eu e você conheçamos e amemos a Palavra de Deus. Alguém já disse que não se ama o que não se conhece. Assim, a leitura deve ser perseverante e diária. Esse fundamento é de suma importância para a comunidade da fé;

• Meditação: A leitura se preocupa com o que diz o texto? A meditação vai responder à pergunta sobre o que o texto está dizendo? É na meditação que conseguimos perceber o que Deus está dizendo para nós hoje (Lc. 2.19).

• Oração: Tudo deve ser regado com oração, fundamento central de tudo. Na leitura e na meditação Deus fala conosco; na oração, nós falamos com Deus. A oração é a nossa resposta para a inquietação que a Palavra de Deus cria no nosso coração. Na oração exteriorizamos que dependemos completamente de Deus em tudo e, principalmente, da compreensão da Sua Palavra, através do Santo Espírito que nos ensina em tudo;

• Contemplação: Na contemplação, olhamos o mundo pela ótica divina, uma vez que a leitura, a meditação e a oração geram em nós uma nova visão do mundo. A contemplação não só medita na palavra, mas também realiza; não só ouve, mas também a pratica; na contemplação, não nos afastamos do mundo, mas olhamos o mundo de maneira divina, encarnando o nosso papel de ser sal e luz do mundo;

Assim, para que haja crescimento em nós, precisamos ler a Bíblia diariamente. Não podemos cair na armadilha de que já sabemos tudo, que não precisamos de mais nada. Além de orgulho carnal, isso é um atraso para a vida de qualquer crente.
O princípio de Maria, que optou por assentar-se aos pés de Jesus, deve ser um modelo para nós, na leitura da Bíblia (Lc. 10.39-40). É a partir disso que fazemos exegese contemplativa para a alma.
Como temos falado, estudar a Bíblia é algo muito prazeroso e importante para todos nós. A Bíblia nos incentiva a sempre lermos a Palavra do Senhor, sem interesse simplesmente de conhecê-la.
O salmista diz com clareza: “Guardo no coração as tuas Palavras para não pecar contra ti.” (Sl. 119.11). “E de que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.” (Sl. 199.9). Veja o que diz o Salmo 1 sobre isso:


Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita de dia e de noite. É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!


Cremos, como cristãos, que a Bíblia foi Inspirada por Deus e que tem autoridade, por ser a Sua revelação. Neste sentido, cremos piamente que a Bíblia tem a palavra final no que tange à Ortodoxia (Doutrina) e também à Ortopraxia (Vida Cristã). Os cristãos sinceros não podem abrir mão disso.


12. HERANÇA DOUTRINÁRIA

Em seu livro “Teologia Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual”, os teólogos Franklin Ferreira e Alan Myatt, mostram a importância dos conceitos dos pais da Igreja quanto à Bíblia. Citaremos aqui o teólogo Agostinho, como representante desse grupo de homens da Bíblia. Para ele, “Estes livros são obra dos dedos de Deus. Foram compostos por inspiração do Espírito Santo aos santos”. Ele completa: “A fé cambaleará se a autoridade das Escrituras vacilar”.

Na estrutura doutrinária reafirmamos, com clareza, a posição firme dos reformadores, no que tange ao ensino bíblico. Para isso, admitimos e transmitimos as verdades da nossa tradição eclesiástica: “Sola Scriptura, Sola Christi, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Glória.” São esses cinco termos latinos que devem sintetizar a nossa fé.

12.1 Sola Scriptura (Somente a Escritura)

Segundo Heinrich Heppe, a Sagrada Escritura é única fonte e norma para todo o conhecimento cristão. Da mesma forma, o S.T.S. advoga que a base de seus ensinamentos é, e sempre será, a Escritura Sagrada, que está acima da tradição, da razão, do pragmatismo e da cultura. Acima de tudo, o cristão autêntico deve sempre ser dirigido pela Palavra de Deus.

Com Sola Scriptura queremos afirmar que a Bíblia é a Palavra de Deus, que ela é inerrante, infalível e que tem autoridade em tudo. Essa doutrina é importante para a purificação, crescimento e preservação da Igreja.
Segundo a Declaração de Cambridge, “...a obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para a nossa salvação do pecado e é o padrão pela qual todo comportamento cristão deve ser avaliado


12.2. Solo Christi (Somente Cristo)


Cremos piamente que somente Cristo Jesus, o Filho de Deus, pode salvar o homem (Jo. 3.16), que não existe mais ninguém que possa mediar o homem a Deus (ITm. 2.5), nem justificá-Lo, se não for Cristo, o Senhor (Rm. 5.1), pois somente Ele e mais ninguém é o caminho a verdade e a vida (Jo.8.33). É preciso que entendamos que somente Ele e mais ninguém pode perdoar os nossos pecados (Jo. 1.29) e nos dar vida eterna (Jo.1 0.10).

A Declaração de Cambridge conclui: “Por isso reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai”.


12.3. Sola Gratia (Somente a Graça)


É a Doutrina da Graça, na Bíblia, que aponta todos os méritos para Cristo. Com a Sola Gratia queremos afirmar, como Igreja de Cristo, que a salvação do homem pecador é obra exclusiva da Graça de Deus. O homem pecador não tem poder para se salvar e nem para viver de maneira bíblica, neste mundo.
Como sublinha a Bíblia em Tito 2.11, somente Deus pode ofertar isso para o homem: “Por que a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. A Bíblia também diz em Efésios 2.8-9 o seguinte: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus não vem de obras, para que ninguém se glorie”.


12.4. Sola Fide (Somente a Fé)


É pela graça de Deus que somos justificados, mediante a fé em Cristo Jesus. A fé é um dom de Deus, como diz a Bíblia em Romanos 1.16.17 “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: O justo viverá da fé”.
A fé salvífica é uma confiança plena no sacrifício de Jesus Cristo por mim, logo, eu obedeço a Ele e me sujeito a Ele, pois justificado através d’Ele eu vivo de fé em fé.
É importante dizer também que a fé não é um sentimento vago. O homem não pode ser salvo se ele não crer inteiramente no sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef.2:8-9).


12.5 Soli Deo Glória (Somente a Deus a Glória)


crêmos que o único que pode receber toda a glória é somente Deus (Mt. 5.16; I Cor.10.31; Ef.3.21); que o homem é um ser que glorifica a Deus e não um ser que recebe a glória (Rm. 15.5-6; I. Cor.3.21).
O humanismo tem colocado o homem num patamar que a Bíblia não coloca (Jer. 9.24). A Bíblia deixa claro que Deus é o único que pode receber toda a glória (Sal. 29.8; Lc. 2.14; Rm. 11.36), pois tudo vem das Suas mãos — Tanto a graça comum (Sal. 19.1; Mt. 5.45) quanto a graça salvífica (I Co. 6.20).

O breve Catecismo de Westminster (1647) sublinha: “Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e alegrá-lo para sempre. O próprio Jesus Cristo definiu a sua vida e ministério dizendo: Eu te glorifiquei na terra” (Jo. 17.4) É assim que deve ser a Igreja, que é fiel a Deus: Ela deve glorificar a Deus em tudo.


13. COMO A BÍBLIA CHEGOU EM TERRAS BRASILEIRAS


Como já foi mencionado, o vocábulo “Bíblia”, no grego, significa ‘livros". A Bíblia foi escrita ao longo de 1.200 anos, entre 1100 a.C. e 100 d.C., sendo dividida em duas partes: Antigo Testamento (escrito na língua hebraica) e Novo Testamento (escrito na língua grega). O Antigo Testamento, mais tarde, foi traduzido para o grego, versão que os teólogos chamam de “Septuaginta” (LXX). As Bíblias mais antigas eram na língua grega, porém no século II as Escrituras começaram a ser traduzidas para outras línguas.

No ano 405, Jerônimo, o estudioso e lingüista mais capacitado de sua época, traduziu a Bíblia para o latim, que é conhecido pelo eruditos e teólogos como a “Vulgata de Jerônimo” Vale registrar que "Vulgatus” significa Comum. Essa foi a primeira Bíblia a ser impressa e ficou conhecida como a “Bíblia de Gutemberg” inventor da imprensa.
O erudito João Wycliffe deu início à primeira tradução da Bíblia para a língua inglesa.

Esse trabalho árduo de Wycliffe foi concluído pelos seus alunos que traduziram a Vulgata em 1382. William Tyndale foi o pai da Bíblia em inglês. Em 1526 ele traduziu o Novo Testamento como a primeira tradução em inglês. Mais tarde, a Bíblia do Rei Jaime (King James) de 1611, passou a ser a Bíblia evangélica mais usada nos países de língua inglesa.

Para compreendermos como a Bíblia chegou em solo brasileiro, devemos historiar a vida de um servo de Deus chamado João Ferreira de Almeida, que nasceu em 1628 em Portugal. Ele, cedo, foi para os países baixos e de lá foi para a Indonésia, aonde aceitou o evangelho numa igreja reformada da Holanda.

Almeida era dotada de grande capacidade no campo da lingüística e com 16 anos ele traduziu o Novo Testamento para a língua portuguesa. Depois de trabalhar como missionário em alguns países, ele começou a traduzir toda a Bíblia dos originais hebraico e grego, porém sua morte em 1691, quando tinha 63 anos, o impediu de terminar o Velho Testamento, completado mais tarde por Jacobus Akker.

A versão de Almeida,118 anos depois de sua morte,começou a ser editada, sendo a primeira Bíblia em português e a 32ª versão integral das Escrituras nas línguas modernas, depois da reforma protestante. ‘ Houve uma tradução feita pelo padre Antonio Pereira de Figueiredo (1725-1797), da vulgata latina, e ele demorou 18 anos para traduzir a Bíblia.

O público alvo da versão Almeida era os refugiados portugueses que migraram para a Inglaterra quando Napoleão invadiu o país de Portugal (1807). Porém, mais tarde, pela graça divina, a Bíblia começou a ser enviada para Portugal e para o Brasil. Em 1814, exemplares do Novo Testamento e Bíblias em sua inteireza eram distribuídos a bordo de navios que deixavam Lisboa com destino ao Brasil.


14. SÍNTESE BIBLIOLÓGICA

A Bíblia é uma coleção de 66 livros, escritos por 40 ou mais autores, formada durante um período de aproximadamente 1.200 anos. No início, a tradição era oral, passando os eventos da história antiga de uma geração para outra, durante muitos séculos. Mais tarde, essas histórias foram anotadas, talvez começando com Jó e os livros de Moisés.

À| medida que Deus continuava a revelar sua verdade aos seus profetas, mais e mais livro foram acrescentados à Palavra de Deus. O povo de Deus veio a reconhecer quais livros eram de Deus (O Cânon) entre os muitos livros que alegavam ter escritos por profetas ou apóstolos.
O Antigo Testamento foi escrito em hebraico, a língua dos israelitas, com alguns trechos em aramaico, a língua que começou a predominar na região, no final do período.

O Novo Testamento foi escrito em grego, a principal língua falada na Palestina na época do Império Romano. Em 388 dC., os 66 livros canônicos do Antigo e do Novo Testamento foram traduzidos para o latim por um estudioso de Nome Jerônimo, tradução chamada de “Vulgata”, que continha os mesmos 66 livros que se encontram na Bíblia protestante de hoje. A Bíblia Católica Romana contém 15 livros e trechos adicionais, chamados de apócrifos, que foram acrescentados em 1546 por uma decisão de um concílio da Igreja Católica.

A primeira tradução da Bíblia para uma língua moderna, no caso o inglês, foi feita por John Wycliffe em 1384. No entanto, a Bíblia teve uma circulação mais ampla apenas após a invenção da imprensa na Alemanha, em 1456. A primeira tradução para o português foi feita por João Ferreira de Almeida, em 1681.
As descobertas recentes da arqueologia permitiram aos estudiosos traduzir várias versões muito acuradas da Bíblia, nos últimos anos. A descoberta dos rolos do Mar Morto, em 1947, confirmou aos estudiosos que os livros da Bíblia tinham sido copiados com muito cuidado pelos escribas de uma geração para a outra. (DONOVAN, p. 51)




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BARTH, Karl. Esboço de Uma Dogmática. Trad. Paulo Zacarias. São Paulo: Fonte Editorial, 2006.

BOICE, James Montgomery (Editor) O Alicerce da Autoridade Bíblica. Trad. Gordon Chown. São Paulo, 1989.

CALVINO, João. As Institutas: Tratado da Religião Cristã, Vol.I Trad. Waldyr Carvalho Luz São Paulo: Casa da Editora Presbiteriana, 1985.

DONOVAM, Wilbur. O Cristianismo Bíblico da Perspectiva Africana. Trad. Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova,1999.

ERICKSON, Millard. Introdução á Teologia Sistemática, Trad. Norio Yamakami: São Paulo: Vida Nova, 1997

FERREIRA, Franklin; Alan Myatt. Teologia Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo. Vida Nova, 2007.

GEISLER, Norman; WILLIAM, Nix Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou até Nós. Trad. Oswaldo Ramos. São Paulo: Editora Vida, 1997.

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. Trad..Luiz Sayão. São Paulo: Vida Nova,1994.

KELLY, J.N.D. Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e desenvolvimento. Trad.Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1994.

LOPES, Carlos Augusto. VOX DEI: Revista Teológica do CAD, s/e Tubarão/SC, 2006

MILNE, Bruce. Estudando as Doutrinas da Bíblia. Trad. Neid Siqueira. São
Paulo: ABU,1995

MCKIM, Donald (ed.) Grandes Temas da Tradição Reformada. Trad. Gerson Correia de Lacerda. São Paulo: Pendão Real, Publicações João Calvino, 1998.

OLSON, Roger. História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reformas. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Editora Vida, 2001.

STRONG, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática. Trad. Augusto Victorino. São Paulo: Hagnos, 2003.

THIESSEN, H , Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 2001.

Estudo Realizado por Carlos Augusto Lopes
Teólogo, Pastor da Igreja ADI- Tubarão-Santa Catarina
e um dos Coordenadores da Aliança Evangélica no Brasil

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

FÓRUM DA ALIANÇA EVANGÉLICA BRASILEIRA

Foto: Carlos Lopes e Ariovaldo Ramos-Brasília/2011 - Primeira Igreja Batista de Brasília.

Relato e Impressões do Pr. Carlos Augusto Lopes sobre o I Fórum da Aliança

Como fui convidado para participar da Aliança, teria que ir até Brasília para participar do I Fórum da Aliança, cujo o tema foi muito propicio para o inicio da caminhada no Brasil. O tema foi margeado sobre Unidade, Identidade e Missão. Os preletores desenvolveram de maneira teológica e prática a importância da nossa unidade a importância da nossa identidade e a importância da missão da igreja.

Vários líderes de várias partes do Brasil, tanto pastores, diretores de instituições evangélicas etc. estiveram reunidos em torno deste objetivo central. Com base nos princípios clássicos do Pacto de Lausanne , realizado na Suíça no ano de 1974, que foi um marco para a cristandade mundial, o Fórum da Aliança teve seu fundamento levantando uma antiga bandeira chamado Evangelho Integral.

A primeira preleção do Fórum , foi realizado pelo pastor Carlos Alberto de Quadros Bezerra, pastor presidente da Igreja Comunidade da Graça na cidade de São Paulo. Com mais de 40 anos de ministério pastoral e com uma bagagem em nível de mundo, Bezerra trabalhou de maneira pontual a grande importância de vivermos em unidade na diversidade cristã e deixou claro que devemos revisitar a antiga e nova oração que Jesus Cristo fez em João 17 como base para a nossa unidade, identidade e missão. Em tom de brincadeira o pastor Carlos Bezerra, encerrou sua preleção dizendo que Deus no Antigo Testamento usou uma Mula, no Novo Testamento usou um galo para falar com o apóstolo Pedro e que no Fórum da Aliança Evangélica Brasileira, estava usando uma Bezerra para falar aos líderes e pastores no Brasil.

O pastor Ricardo Barbosa, escritor consagrado que escreveu os livros “Caminhos do Coração” e “Janelas para a Vida”, tratou de maneira clara e pontual o livro de Tito e aplicou para a conjuntura da atual igreja emergente brasileira os princípios cristãos da espiritualidade. Ele denunciou o narcisismo ministerial, o orgulho eclesial e fez um apelo para voltarmos à humildade e ao evangelho santo como norma para a vida da igreja e do líder evangélico brasileiro.

O escritor e articulista da Revista Ultimato, o Bispo Robinson Cavalcanti, tratou de maneira clara o historicismo da igreja evangélica no mundo. Foi uma visita à história da igreja de maneira sábia, objetiva e concreta. Ele relembrou vários movimentos que tiveram na igreja mundial como também na igreja brasileira. De muitos deles, ele foi testemunha ocular. Sua bagagem como teólogo e sociólogo foi de suma importância para o movimento da igreja no Brasil. Com pensamentos claros e denunciatórios, Robinson Cavalcanti, autor de vários livros que vai da política até à importância de viver uma vida santa, deixou claro que viver de forma isolada, separatista, intimista é pecado, pois o projeto de Deus sempre foi e sempre será a Unidade.

O expositor Bíblico Ariovaldo Ramos, que tem uma larga experiência em trabalhar com pastores na Sepal e também na Visão mundial, brindou a Aliança Evangélica Brasileira e deixou claro a responsabilidade de sermos cristãos num Brasil diferente a cada dia, por uma economia emergente e por uma igreja que cresce a cada dia. Ariovaldo mostrou que o mundo esta olhando para os discípulos de Jesus Cristo, e como tais devemos honrar e glorificar o nome de Deus. Suas preleções colocaram o dedo na ferida da igreja. Mas apontou caminhos claros para sermos igreja no Brasil. O viés de sua fala caminhou pelo corredor do profetismo sobre a realidade pulsante do nosso Brasil e da importância de estarmos juntos para os embates da jornada.

O Presidente da Sociedade Bíblica do Brasil, Rev. Adail Sandoval, mostrou o quanto a SBB está empenhada em levar o evangelho para o nosso Brasil. Ele informou que a Sociedade Bíblica do Brasil, chegou na casa de 100 milhões de bíblias distribuídas no Brasil. Todavia, alertou que o problema hoje não é se temos Bíblias, pois os brasileiros as têm. O grande desafios é lermos e vivermos a Bíblia no nosso dia-a-dia , ministério e igrejas.

O fórum teve espaço para a exposição bíblica de Nanci Dusilek, vice presidente da Convenção Batista Brasileira, com sabedoria e clareza, ela mostrou a importância de caminharmos juntos como igreja no Brasil. A criança nasceu cabe agora todos cuidarem da Aliança cuja a base é a unidade, identidade e a missão.

Várias instituições em nível de Brasil, mostraram seus projetos e apoio à Aliança, como o Exército de Salvação, que ficou responsável em todo o fórum pela oração. As muitas orações foram uma marcada deste 1º Fórum da Aliança.

O pastor Jonathan dos Santos, da Missão Antioquia, lançou no Fórum a grande importância de evangelizarmos o nordeste brasileiro. Ele chamou os pastores para um grande desafio de implantar em 10 anos, 10 mil igrejas no entorno de Juazeiro do Norte, cuja população, em sua grande maioria, não conhece o verdadeiro evangelho de Cristo.

Foram muitas as atividades que teve o Fórum, tocando em aspectos como o político, o teológico, o social e o eclesiástico. Os líderes se comprometeram em viver a plenitude da Unidade da igreja no Brasil. E o Compromisso da Cidade do Cabo foi apontado como um referencial. Este documento surge do 3º Congresso de Lausanne, realizado na África do Sul e que reuniu 4.200 líderes, de 198 países do mundo, chamados que foram a repensar a caminhada da igreja de Jesus Cristo e sua missão no mundo de hoje.

O Compromisso da Cidade do Cabo foi lançado na forma de um livro durante o Fórum e mostra a importância da igreja olhar para o mundo e levar Deus para todas as pessoas em seus vários níveis. O Compromisso da Cidade do Cabo é uma declaração de fé e um chamado para agir. Assim como em Lausanne, em 1974, o desafio continua sendo: “Toda a Igreja, levando todo o evangelho, para o mundo todo”.

Doutor Valdir Steuernagel, presidente do Conselho Gestor da Aliança Evangélica Brasileira, em seu prefácio ao livro “O Compromisso da Cidade do Cabo”, escreve: “A igreja brasileira carece do CCC e o saúda em espírito de gratidão. Com ele podemos afirmar a identidade evangélica, tão confusa em nossos dias; e com ele podemos nos sintonizar com uma agenda missionária que seja relevante e contextual. O CCC nos ajuda a enxergar o mundo no qual vivemos e convoca os cristãos a se unirem em torno do objetivo da missão mundial. Nós, como brasileiros, queremos e necessitamos fazer a nossa parte”.

Um dos pontos enriquecedores do Fórum da Aliança foram as conversas nos corredores entre líderes de diversas igrejas. Entre um intervalo e outro, deu para perceber que todos estão com um único objetivo, que é o de glorificar o nome de Deus, como bem falou o apóstolo Paulo em sua primeira epístola aos Coríntios (10.31) e como bem fizeram os reformadores, bradando: “Soli Deo Gloria”.

Glorificar o nome de Deus é, também, estender a destra da comunhão para todos os irmãos que tem em comum as doutrinas centrais da fé cristã. Neste sentido podemos juntos cantar a música pietista que diz: “Nas coisas essenciais, ‘Unidade’ ou ‘Veracidade’, nas coisas não essenciais ‘Diversidade’; e, em todas as coisas, ‘Amor’.”

Glorificar o nome de Deus, também é levar o evangelho a toda a criatura, sempre confiados na capacitação do Espírito Santo e na graça divina, nunca fugindo de nossa responsabilidade de sermos sal da terra e luz para este mundo. O evangelista Dr. Billy Graham, no Pacto de Lausanne em 1974, no final de seu sermão disse “Que o mundo ouça a sua voz”. Creio que este é o ponto central da Aliança Evangélica Brasileira: que o mundo ouça a voz de Deus através da igreja, através de cada um de nós que somos servos de Cristo e da Palavra (Prov.31.10).

Um dos pontos altos do Fórum foi a celebração da Santa Ceia do Senhor. Ali estavam reunidos diversos líderes que, juntos, celebravam a morte do cordeiro e relembravam o alto preço que ele pagou para nos salvar e nos fazer irmãos . Após o ato da Santa Ceia, foi empossado o novo Conselho Geral que coordenará a Aliança Evangélica no Brasil durante três anos. Foram 15 componentes distribuídos por denominação, região etc. Todos empossados pela oração do fundador da Missão Antioquia no Brasil, o pastor Jonathan dos Santos. Creio que será um tempo de refrigério para a igreja e de grande desafio. Todavia iremos colher os frutos da unidade, pois, esta é a vontade de Deus.

Faço menção também aqui para a PIBB, Primeira Igreja Batista de Brasília, na pessoa do seu pastor José Carlos, que acolheu o I Fórum da Aliança Evangélica Brasileira. O amor e dedicação dos irmãos foram um exemplo para todos nós que estivemos durante aqueles dias no Fórum.

Pastor Carlos Augusto Lopes, Igreja Assembléia de Deus Independente, Tubarão, SC.
Brasília-DF - I Fórum da Aliança Evangélica Brasileira - 2011

EXTRAÍDO DO SITE DA ALIANÇA EVANGÉLICA BRASILEIRA
www.aliancaevangelica.org.br

domingo, 1 de janeiro de 2012

A VIDA CRISTÃ NORMAL E OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DE 2012

A formatação da vida cristã é quando eu e você pela graça divina descobrimos e redescobrimos que nada pode se comparar com a vida abundante que Deus tem dado para nós.

A vida cristã tem o seu nascedouro na regeneração e seu processo excelente é o caminho da santificação que nada mais é do que se afastar do mundo estressado e pecaminoso e desfrutar do banquete da comunhão com Deus com serenidade e paz interior rumo ao crescimento cristão estabelecido por Deus.

Isso não é um debate posicionista da "Ordo Salutis" que os teólogos áridos gostam de se deliciar sem perceber as implicações mas profundas da vida cristã ofertada por Cristo mas um reflexo teológico da vida diária do cristão normal que foi regenerado, justificado e que agora percorre com perseverança o caminho da santidade e do viver para a glória de Deus em meio aos pélagos da dor e do sofrimento.

A vida cristã normal é uma vida de plenitude, de abundância e de saúde emocional e espiritual. A Vida cristã não é uma vida derrotista, esbagaçante, estéril, onde o cristão fica choramingando constantemente pelos cantos, sem rumo, sem meta, sem objetivo, sem motivação, sem alegria, sem contentamento, sem um mote.
O cristão autêntico não anda com Cristo para ser rico, para galgar um status ou por que tem medo do inferno. Ele também não anda com Cristo por adequação. O Cristão autêntico não anda com Cristo para ajeitar as coisas para ele numa espécie de topa tudo por dinheiro e de felicidade terrenal, fugaz e passageira.

O Cristão autêntico anda com Cristo por que a vida cristã que Ele oferta é Excelente e por que Ele nos amou sendo nós pecadores. O Cristão autêntico anda com Cristo por que somente Ele pode dar Vida com Abundancia e por que o Evangelho é poder de Deus.

O Cristão Autêntico anda com Cristo em virtude do seu chamado que é santo como santo é seu eterno propósito. O Cristão Autêntico anda com Cristo por que Ele é o viés de toda a consolação e não existe nada que se compara a Ele. De fato Jesus Cristo é a razão da existência dos salvos, da alegria dos chamados. Ele é o frescor da nossa caminhada, pois Ele é o início o meio e o fim deste caminho. Ele é a felicidade derramada e o nosso motivo maior de vida e de ministério.

A Vida cristã não é uma vida sem graça, sem perspectiva, um salto no escuro. Deus que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa Luz não é um terrorista celestial que tem prazer em desmanchar o castelo dos sonhos e propósitos humanos. Deus que é soberano de fato frustra os nossos prazeres carnais e nos encharca com seus planos marcados por prazer e felicidade cristã segundo Ele. C.S. Lewis disse que Deus é especialista em derrubar a árvore do nosso ego e não simplesmente cortar alguns galhos.

Eu tenho visto um monte de gente que diz que é de Deus mais vive uma vida infeliz, sempre com um peso nas costas, sempre em luta, sempre esbagaçado, sempre murmurando, sempre infeliz eternamente no vale da dor, da crise, do ostracismo

O apóstolo São Paulo em sua teologia epistolar resume toda a minha fala dizendo que vida Cristã não é somente um mar de lágrimas, de sofrimento, de luta, de agruras, de chateação, mesmice.

Mais vida cristã, é incomparável, inenarrável,Tangível e intangível, vitoriosa e constante. Ele diz algumas coisas que é importante pensarmos em 2012:

1) Ele diz que nós somos mais do que vencedores.

2) Ele diz que posso todas as coisas naquele que me fortalece.

3) Ele diz que o Espírito nos ajuda na nossa fraqueza.

4) Ele diz que todas as coisas contribui para o bem dos que amam a Deus.

5) Ele diz que o Espírito Santo que está em nós nos vivifica.

6) Ele diz que nós somos o templo do Espírito Santo.

7) Ele diz que nos somos Filhos de Deus e que Deus não nos deu um espírito de escravidão mais o espírito de adoção na qual chamamos Aba Pai

8) Ele diz que somos herdeiros e co-herdeiros de Cristo, pois se com Ele padecemos também vamos ser glorificado.

9) Ele diz que o objetivo de Deus é que sejamos conforme a imagem de Cristo o primogênito entre muitos irmãos.
10) Ele diz que devemos andar em novidade de vida.

11) Ele diz que devemos gloriarmos nas tribulações, por que a tribulação produz perseverança e a perseverança a experiência e a experi~encia a esperança e a esperança não traz confusão por quanto o amor de Cristo já foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.

12) Ele diz que o Deus de toda esperança vai nos encher com gozo e paz e iremos abundar em esperança pelo poder do Santo Espírito.

13) Ele diz que o reino de Deus na qual fazemos parte é um Reino de Poder e transformação.

14) Ele diz que devemos estar sempre firmes e constantes no Senhor, sabendo que o nosso trabalho a nossa vida cristã não é vão.

15) Ele diz que Deus sempre nos conduz em triunfo, diz que somos o bom perfume de Cristo.

16) Ele diz que aonde está o Espírito do Senhor ai há liberdade.

17) Ele diz que nós temos um tesouro em vasos de barro. Afirma dizendo que em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados, perseguidos, mas não desamparados, abatidos mas não destruídos.

18) Ele diz que todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como o espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.

19) Ele diz para nos não desfalecermos, pois se o nosso homem exterior se desfizer o nosso interior contudo se renova a cada dia. Por que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória.

20) Ele diz que temos como penhor o Espírito Santo.

21) Ele diz que quem está em Cristo nova criatura é as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo e que eu e você somos embaixadores de Cristo.

22) Ele afirma dizendo que podemos estar tristes mais estamos sempre alegres, pobres mais enriquecendo a muitos, nada tendo mais possuindo tudo.

23) Ele também afirma que foi para liberdade que Cristo nos chamou e que nos devemos andar em Espírito para não satisfazer a carne.

24) Ele diz também que não devemos nos cansar de fazer o bem por que a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.

25) Ele diz que Cristo nos abençoou com todas as bênçãos espirituais e que nos somos feituras de Deus, criados em Cristo para as boas obras.

26) Diz que devemos nos alegrar no Senhor mais uma vez vos digo alegrai-vos.

27) E por todas essas coisas é que o apóstolo Paulo disse: Por está causa dobro o meu joelho para que segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior e que Cristo habite pela fé nos vossos corações a fim de que, estando arraigados e fundados em amor, possais compreender com todos os santos, qual seja a largura, e o cumprimento, e a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus.

28) Ora aquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera a esse seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amem.

A Vida cristã não é uma vida sem graça, sem perspectiva, um salto no escuro. Deus que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa Luz não é um terrorista celestial que tem prazer em desmanchar o castelo dos sonhos e propósitos humanos.

Deus que é soberano de fato frustra os nossos prazeres carnais e nos encharca com seus planos marcados por prazer e felicidade cristã segundo Ele. Deus nos chamou para vivermos uma vida de alegria, de contentamento, de vitória e de regozijo diante das agruras deste mundo. Pois como cristão que vivemos a vida normal devemos perceber e compreender que Aquele Senhor que nos chamou é o Deus soberano que cuida de nós.

FELIZ 2012 E QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DE TODOS NÓS.

Carlos Augusto Lopes
Pastor da Igreja ADI na cidade de Tubarão em Santa Catarina
e um dos Coordenadores da Aliança Evangélica Brasileira.