sexta-feira, 16 de novembro de 2007

OLHA O AVIÃONZINHO: A DITADURA DO ABSURDO E O REALISMO DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU).

Quando os filhos não querem comer, os pais brincam de aviãozinho e felizes dizem: “Olha o aviãozinho meu filho”. Outro dia deste peguei do quarto do meu filho dois aviãozinho de brinquedo e coloquei na sala de televisão como decoração.

Eu, nunca vou esquecer a primeira vez que fui andar de avião, estava em Belo Horizonte, num curso de escritores da Editora Betânia. Para mim foi uma sensação de “medo” e de “satisfação” como também de “reflexão” e “oração”.

Medo” por que quando ele começou a subir me deu um tremendo calafrio na barriga. “Satisfação”, por que estava tendo minha primeira experiência dentro daquela nave. “Reflexão”, por que percebi a capacidade humana de construir aquele enorme avião e “oração”, por pedir a Deus que aquele avião pomposo não caísse.

Outro dia deste o mundo ficou abismado com o maior avião do mundo A380 que foi fabricado pela Airbus. O vôo de inauguração foi um glamour e custou 100 mil dólares, na cabine havia cama de casal, vinho a vontade e toda a regalia que um rico pode ter.

Santos Dumont, o pai da aviação que voou e encantou o mundo com seu 14 Bis, se estivesse vivo iria ficar pasmo com este maior avião do mundo A 380 fabricado pela Aibus e iria ficar arrepiado em saber que o bilionário príncipe saudita Wald Bin Talal Bin Adbul Aziz Al Saud, comprou para o seu uso particular este avião que custou para ele mas de 320 milhões de dólares.

Com isto o bilionário saudita mostrou para o mundo que a brincadeira “ Olha o aviãozinho’, pode ser ressuscitada a preço de ouro ou de muito petróleo. Os críticos de plantão dizem que isto não custou nada para o saudita de fato para ele foi uma bagatela em virtude de sua bilionária fortuna. Seria talvez como um brasileiro comprar em 1.99 um aviãozinho de plástico para os seus filhos.

Bem, se achávamos que foi uma fortuna os ricos pagarem 100 mil dólares para andar no avião inaugural, com esta atitude do príncipe esses 100 mil dólares são como moeda de um centavo comparado com sua mina interminável.

Essas expressões de arrojos bilionários, nos levam a reflexão da ditadura do poder e da falta de percepção do mundo. Enquanto milhares e milhões de pessoas morrem de fome o príncipe quer brincar de aviãozinho. Enquanto milhões de pessoas estão na linha da miséria o príncipe quer brincar de aviãozinho, enquanto milhões de pessoas não tem moradia, não tem teto, não tem pão, não tem segurança, não tem orfanato, não tem esperança o príncipe saudita brinca de aviãozinho.

Pois bem, acredito que sua mãe nunca brincou de aviãozinho com ele quando era criança, por que se brincasse talvez este dinheiro todo ele poderia ajudar aqueles que ainda morrem de fome, que ainda estão sem teto, que ainda andam pelo vale da sombra da morte.

De fato está certo Jesus Cristo quando disse: "Que adianta o homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma"?, Que adianta ajuntar tesouro aqui na terra onde os ladrões roubam, pois quem der um copo de água para um dos meus pequeninos a mim está dando.


Que a brincadeira de aviãozinho seja somente entre as crianças e não entre os marmanjos bilionários que não sabem onde colocar o dinheiro, se eles precisarem de um conselho para colocar o dinheiro convido a conhecer a pobreza da África e de vários países pobres aqui na America Latina e tantos outros lugares que iriam ficar muito mas satisfeito com o estômago cheio do que ver um avião lá bem longe voado como já apelidaram como o "Palácio Voador".

Para uma refrescada na memória da ditadura da fome e do absurdo milionário a ONU, mostra para nos a realidade do mundo que vivemos e o descaso dos ricos como sinaliza O Globo Online.

Se os países ricos cumprissem a promessa de investir 0,7% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em ajuda ao desenvolvimento, mais de 500 milhões de pessoas poderiam sair da miséria e dezenas de milhares escapariam da morte na próxima década.

Essa é a principal conclusão do relatório "Investindo no Desenvolvimento: Um Plano Prático para Atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que já é considerado o maior estudo da História já realizado sobre a pobreza no mundo.

Os dados do relatório são dramáticos, como os que mostram que 11 milhões de crianças morrem a cada ano de doenças que poderiam ter sido evitadas; mais de um bilhão de pessoas no mundo vive com menos de US$ 1 por dia; 840 milhões de pessoas vivem com fome crônica; e outro bilhão não tem acesso à agua potável.

O estudo foi elaborado por 265 especialistas liderados pelo economista Jeffrey Sachs, diretor do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e nasceu em 2002 com a iniciativa da ONU de propor ações para que seja alcançado o objetivo de reduzir à metade a pobreza do mundo até 2015, o que todos os países se comprometeram a fazer ao assinar as Metas do Milênio, em 2000.

Para alcançar os objetivos das Metas do Milênio da ONU, será necessário a partir do próximo ano um investimento de US$ 135 bilhões anuais, que deverá crescer até US$ 195 bilhões em 2015, segundo o relatório. Para efeito de comparação, os governos do mundo gastam US$ 900 bilhões ao ano em armas.

"Não é nada utópico. É perfeitamente realizável", disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Segundo o estudo, os países de renda média, como Brasil, China, Malásia, México e África do Sul, têm condições de acabar sozinhos com seus bolsões de miséria e podem ajudar as outras nações da Ásia e da África a sair da pobreza.

Segundo Jeffrey Sachs, "o mundo tem tecnologia e know-how para acabar com a pobreza no mundo". "Como está, o sistema não está funcionando. Há uma enorme preocupação com a paz e a guerra, mas uma preocupação muito menor com a pobreza e com os necessitados. Não estamos sugerindo que os países dêem um centavo a mais do que se comprometeram a fazer.

Não estamos exigindo nenhuma promessa nova. Se for cumprido o combinado, a nossa geração pode acabar com a miséria no mundo", afirmou Sachs, lembrando que apesar de serem os mais ricos do mundo, os americanos só investem 0,15% do PIB em ajuda aos pobres.

Além dos Estados Unidos, Japão e Alemanha, para citar apenas alguns, estão longe de investir em ajuda ao desenvolvimento o que prometeram. Só cinco dos 22 países ricos estão dedicando 0,7% do PIB em ajuda às nações mais pobres: Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Holanda e Suécia. Outros seis - Bélgica, Finlândia, França, Irlanda, Espanha e Inglaterra se comprometeram a alcançar a meta em 2015.

"Os US$ 135 bilhões necessários em 2006 para cumprir os objetivos das Metas do Milênico empalidecem ao serem comparados com os US$ 30 trilhões movimentados na economia das nações desenvolvidas, sendo que US$ 12 trilhões só nos Estados Unidos", disse Sachs, argumentando que só deveriam ter assento no Conselho de Segurança da ONU as nações cumpridoras do compromisso de destinar 0,7% do PIB ao combate à pobreza.
O diretor gerente do FMI, Rodrigo Rato, reiterou o compromisso da organização de contribuir com as Metas do Milênio.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós e que as injustiças abram alas para a justiça e que as arrogancias abram alas para a humildade e que o individualismo abram alas para a fraternidade e que o consumismo excêntrico abram alas para a ajuda mútua, pois de fato devemos amar a Deus e também o próximo.

Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo

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