quinta-feira, 25 de junho de 2009

ALLAN McLEOD: EU ESTOU COM PEDRO.


Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.” (Mt 16.22,23)
Sei que Pedro levou uma cacetada por ter falado o que falou. Porém, penso que tinha um pouco de razão.

Afinal, foram três anos de bondade incomensurável. Milagres que não acabavam mais. Mortos ressuscitados. Milhares se fartando de pães e peixes que ele multiplicou.

Um homem desses merece morrer?

Como ainda sou carnal e não entendo muito das coisas, penso que não. Merece a morte quem é assassino, traidor, subversivo.

Judas mereceu. Hitler mereceu mesmo. Muitos acham Saddam Hussein digno de morte.

Não é só por isso. Esta moeda tem um lado inverso. A verdade gritante é que eu não mereço viver!

Jesus morreu uma morte que não mereceu para que eu vivesse uma vida que não mereci. É a maior ironia.

Como entender um amor que permite a um traidor ganancioso entregar o Filho de Deus a um bando de religiosos subversivos. Depois assiste quieto a cenas de crueldade que fariam anjos chorar.

“Dificilmente alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer” diz o texto de Romanos 5.7. Continua dizendo que “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

Digo com Pedro: “Não Senhor, não pode uma coisa dessas”. É uma violação da própria lei de Deus, que impõe: “Não matarás”.
Onde está a justiça? Onde o respeito pela vida? Onde a proteção de um ser inocente?

O salário do pecado é a morte. Que pecado ele cometeu? Qual foi a infração da lei divina que o cravou naquela cruz horrorosa.

Justo seria um Gólgota de tamanho continental com seis bilhões de humanos pendurados em seis bilhões de cruzes romanas.

Isso eu aceitaria, mesmo ocupando uma das cruzes. Mereço. Mas o Filho de Deus?

Estou com Pedro. “Longe de ti, Senhor; isso de modo algum deve acontecer contigo”.

Mas aconteceu. Graças a Deus que aconteceu. Jesus teve compaixão de mim e não de si mesmo. Hoje eu desfruto de graça imerecida, porque ele enfrentou a desgraça imerecida.

Só há uma explicação. Ele fez por amor.

E que amor!

ALLAN McLEOD

Homenagem ao amado pastor Allan McLEOD, pastor, pensador, missionário, teólogo e servo que nasceu no Canadá migrou para os EUA e depois veio para o Brasil com a tocha do Evangelho sincero. Aqui fez história retornou para EUA e de lá foi para a Cidade Celestial habitar com o Senhor na qual ele serviu por uma vida toda ao lado de sua esposa e família.
Este servo de Deus sempre será lembrado por nós alunos do SEMIB


Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo

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