terça-feira, 16 de março de 2010

OS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS: PROPOSTAS E CAMINHOS PARA UMA PASTORAL DE CUIDADO.

Há alguns anos atrás, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, nove
participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos.
Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Todos, menos um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar.
Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás.
Então eles viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: "Pronto, agora vai sarar".
E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.
O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje.
Porquê?
Por que, lá no fundo, nós sabemos que o que importa nesta vida mais do que ganhar sozinho, é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso.


1. Introduçao
Nosso trabalho sobre o cuidado pastoral para os portadores de necessidades especiais é de suma importância para a igreja que há séculos vem esquecendo essa verdade pulsante.
Como igreja brasileira precisamos abrir os nossos olhos para os excluídos da sociedade de consumo pós-moderna e esse abrir os olhos passa pelo caminho da compaixao e da inclusao como também um caminho para uma pastoral da dor em meio os dramas da vida.

Nossa proposiçao tem como foco uma proposta justa para essa lacuna em muitas igrejas sejam elas históricas ou pentecostais. Iniciaremos nosso trabalho mostrando o ostracismo de uma pastoral para os portadores de necessidades especiais no complexo de uma eclesiologia contemporânea.

Em seguida trabalharemos com dois personagens que ao longo dos seus ministérios desenvolveram uma pastoral de compaixao que serve de modelo para repensarmos a nossa caminhada. Olharemos para Henry Nouwen e seu despojamento em busca da compreensao do outro e esse outro sao pessoas deficientes que precisam ser amadas na doce e amarga caminhada da vida.

Depois olharemos para Camilo de Lelles que viveu no século XVI no ardor da reforma protestante e do Concílio de Trento. Longe das questoes teológicas que marcaram aquele período Camilo de Lelles seguiu uma estrada nova em sua época entregou a sua vida a cuidar de doentes, pessoas excluídas, mal amadas, abandonadas e rejeitadas pela sociedade. Em seu despojamento Camilo deixou um exemplo da práxis de uma pastoral de cuidado em meio ao caos.

Em seguida estaremos focando nossa visao de maneira sintética na pessoa de Jesus Cristo e os portadores de necessidades especiais como um caminho para uma pastoral marcada pela paixao e pelo cuidado. Encerraremos com uma proposta de cuidado pastoral através da análise de Ana Paula Costa, pedagoga crista que trabalha com deficientes mentais na Apae de Santa Catarina.

Como em todas as épocas os portadores de necessidades especiais lutam com o gigante Isbi Benobe do preconceito, da falta de respeito, dos maus tratos, da falta de um programaçao justa que inclui a todos dando espaço para todos no vasto mundo humano. Nossa argumentaçao em mostrar alguns pontos esquecidos pela ala evangélica nao é colocar o dedo na ferida dos eclesianos mais trazer a tona um erro histórico que precisa ser corrigido pela igreja de Cristo na luz do Evangelho e da contextualizaçao.

Geralmente o máximo que as igrejas cristas fazem é uma pista para os cadeirantes ter acesso ao templo, culto para os surdos, bíblias em braile para os cegos etc. Tudo isso é importante mais falta de fato um programa pastoral para essas pessoas que como Adam sao amados por Deus e nao podem ser esquecidos pela igreja. É verdade que muitas igrejas tem levado esse programa a sério mais a realidade mostra o quanto estamos omissos no que tange essa temática. Que Deus nos ajude nesta tarefa de glorificar o seu nome entre os necessitados e portadores de deficiencia especiais.

2. O ostracismo de uma pastoral para os portadores de necessidades especiais no complexo de uma eclesiologia contemporânea.

Há algum tempo através eu e minha esposa fiquemos profundamente impressionados com a palestra do Professor Stevem Dubner um dos melhores palestrantes do Brasil que trabalhou o tema “Nao sabendo que era impossível ele foi lá e fez”.

O auditório da Universidade ficou perplexo em ver em Stevem um profundo amor pelos deficientes físicos como também sua proposta apaixonante por cada um deles. Seu foco sua missao seu dinamismo e sua visao impressionou a todos que estavam naquela noite na Universidade do Sul de Santa Catarina.

Steven Dubner ministra em empresas, escolas, universidades etc. e sua palestra é considerada entre os maiores empresários brasileiros e associaçoes de RH como uma das 10 melhores palestras em todo o Brasil. Com uma experiencia de mais de 25 anos com o esporte adaptado ele foca a grande importância da inclusao e da habilidade dos deficientes físicos.

Steven mostra que podemos através do incentivo e de uma visao clara transformar frustraçoes, decepçoes desafios oriundo de um preconceito numa sociedade niilista, narcisista, capitalista e excludente principalmente com os necessitados e portadores de deficiencia especiais em oportunidades para formar atletas que vencem tanto no campo do esporte adaptado como no campo da vida. Stevem deixa claro sua paixao em realizar seu trabalho com os deficientes físicos.

Ele já palestrou mais de mil vezes em todo o Brasil e fora do Brasil e o que impressiona em sua obstinaçao é que suas palestras de consciencia, alerta, motivaçao e realismo nao é um exibicionismo nem um estrelado. Toda a verba arrecada com o brilhantismo de suas palestras sao revertidas para a compra de cadeiras de rodas e para a Associaçao Desportiva para Deficientes.

Como pastor fiquei pensando que esse deve ser o papel da igreja que é sal e luz para o mundo. Ela mais do que ninguém deve ter um acento permanente na causa dessas pessoas criadas a imagem de Deus. Fico refletindo aonde esta a igreja diante dos gritos dos excluídos que precisam urgentemente de esperança messiânica de ouvir as boas novas do evangelho.

Nossa pastoral em tom eclesiano nao tem olhado para o realismo dos necessitados e portadores de deficiencia especiais. A igreja brasileira caminha em passos lentos para esse ministério de compaixao e justiça. Os pastores, seminaristas etc ainda vivem num ostracismo de uma pastoral de cuidado integral para com esse tipo de verdade ontológica.

A igreja tem se preocupado com tantas coisas e as vezes nao consegue se desvencilhar de sua aridez teológica, seu clericalismo, seu denominacionalismo suas estratégica de programas que sao voltados para “dentro” numa manutençao doentia de segurar a membresia alimentando o status quo eclesiástico.

As muitas programaçoes eclesiásticas os frenesis cristaos voltados para o céu, para o meu bem querer e para as necessidades humanas tem desfocado a igreja de olhar para o mundo e perceber que ao redor dela existe uma grande multidao de pessoas vivendo em estado de sofrimento, miséria física-emocional, social-espiritual e que essas pessoas precisam urgentemente ouvir o Evangelho de Cristo.

Grande é o número dos necessitados e portadores de deficiencia especiais que estao clamando “ passe a Macedônia e nos ajude”, se formos obedientes como o apóstolo Paulo que diante deste fato foi em busca dos necessitados abandonando todo o seu projeto inicial ou persistencia racionalista iremos também nos deparar com o amor de Deus sendo derramado para essa gente como foi derramado em Filipos nos primórdios da igreja em Atos dos apóstolos no capítulo dezesseis.

É claro que diante de um fato novo e urgente as barreiras se levantam, as lutas e perseguiçoes se agigantaram mais como Paulo e sua equipe devemos ser fiel ao chamado e a vocaçao para uma pastoral de cuidado.

Jesus Cristo modelo para todo ministério pastoral e também para a pastoral eclesiológica que nao inclui somente os ordenados mais todo o povo de Deus “ laos Dei” e isso é salutar pensarmos assim pois é sem dúvida o redescobrimento reformado do sacerdócio de todos os crentes que nao visa somente o clero mais todo o povo no entroncamento da vida e do dia a dia da ontologia humana ele o filho de Deus se deparou e se encontrou com deficientes físicos, deficientes visuais, deficientes auditivos etc. e nao ficou indiferente aos seu dramas mais num olhar de compaixao estendeu a mao em forma de cuidado e amor.

Jesus Cristo é um protótipo de amar aqueles que pouco sao amados, de incluir aqueles que sao excluídos, de dar esperança aqueles que em virtude de seu problema perderam a esperança a utopia e o sonho. No caminho da cruz de Cristo surge uma proposta urgente para a igreja no que tange o cuidado pastoral para os necessitados e portadores de deficiencia especiais que é a imitaçao de Cristo como diz Tomás de Kempis “ Sao as palavras de Cristo que nos exortam a imitarmos sua vida e costumes, se verdadeiramente quisermos ser iluminados e livres de toda a cegueira de coraçao ”.

É no tecido do ministério de Jesus Cristo que brota a verdadeira cristologia que nao é somente uma verbalizaçao academicista mais um pélago encarnacional, relacional de uma práxis de compaixao e exemplo integral. A igreja de Cristo deve compreender a sua responsabilidade neste aspecto aqui mencionado. Ela nao deve fugir da sua responsabilidade espiritual de anunciar o evangelho todo para todas as pessoas em todo o tempo e em todo lugar como sinaliza o pacto de Lausanne. A igreja de Cristo nao deve jamais se esconder no manto do descaso social como fez Jonas que diante do desafio de ir para Nínive preferiu ir para Társis longe da vontade de Deus ( Jn. 1. 1-3)

A tarcirizaçao da igreja que é a indiferença com o mandamento de Deus e sua missao é pecado diante do Altíssimo. A igreja é voz profética e deve em nome de Deus denunciar toda a injustiça, todo o descaso social, todo o patrulhamento preconceituoso contra os necessitados e portadores de deficiencia especiais ( Prov.31.8-9)

O teólogo anglicano Dr. John Stott em seu livro Mentalidade Crista: Posicionamento do Cristao em uma Sociedade nao Crista, aponta para o dever integral da igreja diante do mundo. Stott diz que o laissez-faire da igreja que é justamente a apatia e a indiferença é um grande erro eclesiológico que traz conseqüencia.
Como igreja nao podemos ficar indiferente com a situaçao de injustiça, descaso social etc em todas as formas que deforma. Na verdade estamos diante de uma situaçao que precisamos abraçar em nome de Deus que é uma pastoral de cuidado para com os necessitados e portadores de deficiencia especiais.

E esse cuidado nao é uma fuga para Tarsis mais um ir para Nínive em busca do fraco, do perdido, da ovelha ferida que nao consegue discernir entre a mao direita e a mao esquerda no jogo dúbio da vida
Segundo o Unicef, uma em cada 10 crianças é portadora de necessidades especiais e 190 milhoes de crianças no mundo estao nessa situaçao, das quais cerca de 150 milhoes nos países nao-desenvolvidos.

A Organizaçao Mundial de Saúde estima que no Brasil existam 15 milhoes de portadores de necessidades especiais, dos quais cerca de 7 milhoes com deficiencia mental, 3 milhoes com deficiencia física, um milhao e meio com múltiplas deficiencias, 750 mil com deficiencia visual e cerca de 2 milhoes com deficiencia de audiçao.

Outras fontes dizem que esse número já chegou a casa dos 25 milhoes de pessoas.
Os necessitados e portadores de deficiencias especiais vivem um drama diário juntamente com suas famílias. O poder público nao tem uma resposta satisfatória quanto a essa realidade. Esse realismo é presente já no inicio da vida, pois muitas creches nao tem condiçoes para receberam essas crianças. Assim como dizem os estudiosos no assunto muitos pais tem que renunciar o seu trabalho principalmente a mae para poder cuidar do filho que é portador de deficiencia.

Este fato percorre por toda a vida, pois a integraçao a inclusao o afeto ainda é uma realidade tardia, labutante nas fazes adultas. Outro ponto desfavorável é justamente á oportunidade de trabalho para essa fatia grande na sociedade que é esquecida.
É certo que várias medidas a nível político já foi tomada, todavia a práxis da inclusao trabalhista é barrada pelo mercado narcisista que coloca esse tipo de pessoas nao por causa do amor e do afeto mais por causa de um decreto de lei que obriga esta açao.

Estamos longe de ver uma sociedade que inclui através do amor e do olhar de compaixao. Esse papel sem dúvida deve ser da igreja que é por assim dizer a comunidade do amor, do perdao, da reconciliaçao, do afeto, do abrigo.

A igreja de Cristo nao pode ficar no ostracismo dessa realidade mais em nome de Deus deve fazer um programa que atinge essas pessoas como também ser participadora de órgaos que á anos vem lutando esta causa justa. Ela deve ser humilde em aprender o caminho técnico do desdobramento desse realismo e como trabalhar isso no patamar da interdiciplinidade como ajuste e encontro de ramos da ciencia em prol do sofrido.
Muitos profissionais estao em nossos bancos de igreja em virtude de um conceito errado de vocaçao eles estao no corpo de Cristo inativos enquanto poderiam ser capacitados- para essa sublime tarefa, pois temos pedagogos, médicos, professores, psicólogos, assistentes sociais etc. que poderiam servir a igreja e consequentemente o mundo nas suas formas mais complexas.

Como igreja achamos que vocaçao é algo no campo dos “ordenados” dos treinados no campo da teologia. Esse engano histórico deve ser removido das fileiras do evangelho, pois vocaçao nao está vinculada somente no brasao da ordenança mais cada profissao é uma vocaçao que deve ser servida no reino de Deus para o louvor da sua glória.

Um projeto de cuidado pastoral para os necessitados e portadores de deficiencia especiais passa por esse romper barreiras e fronteiras dentro da própria estrutura eclesiástica e pastoral. Se queremos contribuir para essa fatia crescente em nossa naçao devemos ter um olhar de compaixao para com essas pessoas e seu mundo imediato que envolve família, renda, sonhos, dedicaçao etc.

A igreja deve ser humilde em reconhecer a sua omissao tanto em projeto da igreja local como em sua voz profética junto aos órgaos públicos e na conscientizaçao humanizadora de seus membros quanto a essa questao. Jesus Cristo deixou exemplo para a igreja seguir e esse exemplo deve ser teologizado, encarnado, vivido para gloria de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Pensando assim iremos juntos romper o ostracismo de uma pastoral para os necessitados e portadores de deficiencia especiais no complexo mundo da eclesiologia contemporânea. Sabemos que a tarefa é árdua mais prazerosa, pois sabendo que era impossível ele foi lá e fez nós como cristao determinados a ajudar esse enorme grupo de 25 milhoes de necessitados e portadores de deficiencia servimos o Deus do impossível que pela sua graça já fez um programa especial para esses seu filhos queridos.

Agora cabe a nós redescobrir as velhas e sempre novas palavras de Jesus Cristo “ assim como o pai me enviou eu envio a vós” entao “ide por todo mundo e pregai o evangelho para toda a criatura” e sem dúvida aqui se coloca com sublimidade os portadores de deficiencia especiais.

A igreja contemporânea e o seu complexo eclesiástico devem revisitar as frases do general William Booth fundador do Exército de Salvaçao que expressou dizendo:
“ Enquanto mulheres chorarem, como choram agora, Eu lutarei; Enquanto criancinhas passarem fome, como passam agora, Eu lutarei; Enquanto homens passarem pelas prisoes, entrando e saindo, entrando e saindo, Eu lutarei; Enquanto houver uma moça vagando perdida pelas ruas, Enquanto restar uma alma que esteja nas trevas sem a luz de Deus, Eu lutarei; até o fim, Eu lutarei”.

O Pacto de Lausanne maior evento contemporâneo da cristandade evangélica que ocorreu em 1974 na Suíça e que foi representado por mais de 150 naçoes em seu artigo V “ A responsabilidade Social Crista”, deixa claro que o ostracismo eclesiástico diante das camadas desfavorecidas da sociedade é um grave erro cristao.

Lausanne salientou que o ser humano foi feito a imagem de Deus e toda pessoa independente de raça, religiao, cor cultura, camada social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca razao pela qual deve ser respeitada e servida e jamais explorada.

O evangelho e a açao social nao sao incompatível excludente como sublinha o Pacto “ embora a reconciliaçao do homem com o homem nao signifique a reconciliaçao deste com Deus, nem a açao social evangelizaçao, e nem emancipaçao política salvaçao, contudo afirmamos que a evangelizaçao e o envolvimento sócio-político sao ambos parcelas do nosso dever cristao”.

Sem dúvida nosso dever como igreja é rever em primeiro lugar nosso propósito, nossa identidade, nossa missao. Nao podemos ter um evangelho voltado para dentro “ centrípeto” , mais um evangelho voltado para fora “ centrífugo”, que enxerga o caído, o desfavorecido, o ferido, o excluído que espera em nós os eclesianos uma pastoral de cuidado e amor.

3. Um Olhar de Compaixao Através de Henry Nouwen e Camilo de Lellis.

3.1. Henry Nouwen


Em 1932 na Holanda nasceu o erudito Henri J. Nouwen. Ele dedicou a sua vida como escritor, preletor e foi professor talentoso nas universidades de Harvard, Yale e Notre Dame. Hábil escritor Henry Nouwen escreveu vários livros que contribuiu muito para uma teologia da espiritualidade crista como também deixou exemplo de uma pastoral para os portadores de necessidades especiais sendo mentor espiritual de vários líderes espalhado pelo mundo.

Nouwen abandonou uma carreira academica brilhante para pastorear os deficientes mentais na comunidade “ A Arca” em DayBreak na cidade de Toronto no Canadá. Durante quase uma década esse holandes amado dedicou a sua vida ajudando os deficientes em Daybreak dando destaque para o jovem Adam Arnett que morreu em fevereiro de 1996 na qual Henry cuidou e pastoreou.

Nouwen que faleceu no mesmo ano no dia 21 de setembro 1996 escreveu seu último livro em homenagem a esse jovem com deficiencia mental deixando assim um legado de despojamento, compreensao, renúncia, compaixao etc.

Em seu livro Adam o Amado de Deus aprendemos o quanto devemos repensar nossa caminhada de fé e voltarmos os nossos olhos para uma lacuna que a igreja precisa preencher que é justamente um programa para os portadores de deficiencias especiais.
Existem vários Adams que precisam ser abraçados, incluídos, compreendidos, amados no chao do nosso país. A tarefa é por demais complexa e desafiadora mais Deus convoca sua igreja para a sublime causa.

De fato como igreja devemos confessar nossa falha histórica para com os deficientes especiais. A igreja hodierna tem uma agenda eclesial pragmática que envolve programa de juniores, programa de louvor, programa para jovens, programa de capacitaçao para líderes, programa para as senhoras, programa para os homens etc. mais poucas sao as igrejas que desenvolve com seriedade um programa de cuidado pastoral para os necessitados e portadores de deficiencia especiais.

Nouwen em seu clássico livro O Filho Pródigo relata sua trajetória espiritual na figura do filho pródigo que abandonou o lar, na figura do irmao mais velho que nao aceitou com alegria a volta do irmao perdido, e a figura do pai que é expressao da graça e do acolhimento tanto para o irmao mais novo como para o irmao mais velho.
Mais o que nos chama a atençao na formataçao do ministério dele é que seus últimos anos ele expressou com amor e carinho a figura do Pai para com a comunidade dos portadores de deficiencias especiais.

Nouwen amou aquelas pessoas sem ganhar nada em troca, como o pai do filho pródigo ele abraçou, celebrou a vida com eles, celebrou uma festa de amor, sacrificou o boi cevado da inclusao, colocou nos pés deles a dignidade humana e vestiu eles com as vestes de alegria, da compreensao, da compaixao, da misericórdia e do afeto.
Para isso renunciou prestígios academicos e se embrenhou no maior projeto de sua vida vivendo constantemente o doce paradoxo de abençoar e ser abençoado de nada ter mais possuir tudo, de ser pobre mais enriquecendo a muitos de desconhecido mais bem conhecido, de pastor mais sendo ovelha, de professor mais sendo aluno.

3.2 Camilo de Lelles

No alvorecer da reforma protestante de Lutero, Zuínglio, Calvino, a Europa passava por uma reforma teológica hermeneutica iniciada com Martinho Lutero e em seguida na segunda geraçao pelo teólogo genebrino Joao Calvino. Longe da Alemanha de Lutero a Itália no século XVI, foi vítima de terríveis epidemias, doenças que assolavam as pessoas.

Os hospitais era completamente deficientes e péssimos e a crise econômica era terrível fazendo sofrer multidoes de pessoas lançando no mundo da miséria e da dor. Entre os debates teológicos que marcaram essa época, entre as teses de Sola Scriptura, Sola gratia, sola Deo Gloria, Sola Chistus etc. entre o Concílio de Trento e os peregrinos do mundo que vinham para Roma nasceu um homem que longe da discursao teológica e seguindo uma práxis de compaixao marcou o movimento de assistencia aos carentes de sua época.

Camilo de Lellis deixou um legado de cuidado e amor aos doentes, sobretudo a maneira de atende-los. Sua compaixao e olhar carregado de amor e doaçao pessoal aos doentes sobre tudo aos doentes pobres, excluído, abandonado acometido de moléstias contagiosas fez Camilo se dedicar ao máximo numa teologia de amor que contagiou outros a abraçar a sublime causa como também a reforma dos hospitais num ato de servir a Cristo através do amor, da compaixao, do apoio e da cura numa práxis que vai além da fraseologia oca do clericalismo de sua época criando assim a ordem dos ministros dos enfermos tendo como forma emblemática a cruz vermelha.

Esses dois modelos apresentados aqui nos fazem repensar um cuidado pastoral para os necessitados e portadores de deficiencias especiais. A figura de Camilo de Lelles no século XVI e a figura de Henry Nouwen no século XX nos ajudam a criar em nossas igrejas um caminho seguro para uma pastoral que vai além do clericalismo envolvendo a igreja toda para uma tarefa de amor integral juntos aqueles que precisam de apoio, carinho e salvaçao.


4 . Jesus Cristo protótipo seguro para uma pastoral de Cuidado junto aos Necessitados e Portadores de Deficiencia Especiais .

Jesus Cristo sem dúvida é um exemplo seguro para uma pastoral de cuidado junto aos necessitados e portadores de deficiencia especial.
Ele no transcurso de seu ministério se encontrou no palco da vida com muitas pessoas que viviam essa realidade e esse drama. O contexto na qual Jesus Cristo estava inserido nos mostra muita dor, sofrimento, religiosidade oca e acusativa, lampejos de desesperança e sistema político e religioso desfavorável para os necessitados e portadores de deficiencia.

Nao havia um programa sério, compreensivo, educativo de inclusao. A maioria dessas pessoas como é narrado nos evangelhos esmolavam pelas ruas, praças em busca de ajuda. A lista de milagres efetuados por Jesus ao longo do seu ministério é por demais grande e ali podemos nao somente perceber o milagre mais o mundo dramático dos deficientes de necessidades especiais.

No tanque de betesda registrado no livro de Joao no capítulo cinco mostra que o único programa que tinha nao era político, nem religioso mais místicos marcado por sonhos, ilusoes, competitividade, esperança e descaso social.

Uma coisa aprendemos com o tanque de Betesda a própria etimologia já aponta para um reflexao madura para a igreja que é comunidade do amor. Betesda é casa de misericórdia e isso é significativo aqui em se referindo a uma pastoral de cuidado aonde Cristo é o modelo.

Cristo em todo o seu ministério exerceu a misericórdia e a igreja em seu ministério deve exercer a misericórdia nos moldes cristologicos. Esse olhar misericordioso deve ser emblemático na igreja que é o corpo de Cristo na terra.

Em segundo lugar percebemos pela simples leitura do texto e do seu contexto que o tanque de betesda que ficava junto a porta das Ovelhas reunia uma multidao de pessoas com as mais diversas necessidades sendo algumas portadores de deficiencia especiais a Bíblia diz: Nestes, jazia uma multidao de enfermos, cegos, coxos, paralíticos (Jo.5.3).

Aprendemos aqui que a igreja como família de Deus deve ser essa porta aberta que recebe em sua estrutura eclesial os feridos e abatidos pela vida. Ela deve ser um tanque de Betesda aonde abriga todas as pessoas sem distinçao, sem preconceito, sem medo de exercer a misericórdia. A igreja deve repensar sem dúvida um programa claro que ajude essas pessoas em suas múltiplas necessidades que desemboca nao somente no campo espiritual, mais social, emocional e educativo.

Em terceiro lugar percebemos neste movimento na qual Jesus Cristo esta inserido que ele rumou para lá em dias de festas. Jesus nao ficou apático diante do problema, ele nao desfocou sua missao de ajudar o carente. As vezes em virtude de um pragmatismo desfocal a igreja perde a sua missao de anunciaçao das boas novas.

A correria contemporânea, o frenesi das agendas lotadas, os currículos eclesial demais saturado em programaçoes faz a igreja rodopiar em torno dela mesma esquecendo os 25 milhoes de portadores de deficiencia especiais que precisam de atençao.
É de suma importância que a igreja de Cristo em seu tom encarnacional ande pelo mesmo caminho que seu mestre andou. Esse caminho integral de Cristo junto aos necessitados e portadores de Deficiencia Especiais deve fazer parte da agenda da igreja do século XXI.

Por fim percebemos que Jesus Cristo ao visitar o Tanque de Betesda nos deixa mais um exemplo que devemos como igreja considerar. Ele olhou para o ferido em seu estado complexo e se moveu até ele. O texto nos diz: Jesus, Vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?
Essa deve ser a pauta da igreja visualizar em meio a sua eclesiologia as pessoas em seu estado de necessidade e caos social. Jesus também estava informado da situaçao daquele homem.

Muitos cristaos como dizem por aí estao no mundo da lua e desconhecem temas que sao importante para a missao integral da igreja como a fome e a miséria que assolam milhoes de pessoas, violencia urbana, doméstica, familiar, preconceito em todos os seus requintes de brutalidade etc. Jesus conhecia o drama e o histórico daquele homem.

A igreja “ sal e luz” do mundo deve conhecer as necessidades do mundo ao seu redor e nao deve ficar somente olhando para o céu, pois entre a assunçao de Jesus e sua volta existe um mundo real que vivemos.

Vimos que Camilo de Lelles do século XVI teve esse olhar de misericórdia frente aos doentes de sua época. Ele se moveu ao encontro deles e os amou em forma de serviço e compaixao. Seu despojamento e coragem o fizeram viver no signo da ajuda aos necessitados espalhando amor em cada gesto em cada açao.

Richard Collier em seu livro biográfico Um General Perto de Deus, mostra o quanto o fundador do Exército de Salvaçao amou os necessitados, os feridos, os marginalizados dessa vida.

William Booth que faleceu no dia 20 de agosto de 1912 aos 83 anos de idade exerceu seu ministério de cuidado pastoral integral durante 60 anos. Seu olhar de misericórdia frente as pessoas que precisavam de ajuda marcou toda uma geraçao no século passado como também hoje. Seu brado em forma de compaixao deve mexer comigo e com voce frente as necessidades que ora estamos falando. “Eu lutarei até o fim” disse o velho general Booth se referindo ao seu ministério de amor e cuidado com as pessoas carentes.

5. Um Cuidado Pastoral a partir da reflexao pedagógica e Teológica Crista num Diálogo de uma Pastoral de Compaixao .

Em minha entrevista com a pedagoga Ana Paula Costa que é graduada em pedagogia pela Universidade Estadual de Santa Catarina “Udesc' com pós-graduaçao na área da Educaçao Especial analisemos juntos de maneira sintética e em tom de entrevista a participaçao de uma pastoral de cuidado nas igrejas evangélicas.

De um lado a minha fala teológica e de outro lado a sua fala pedagógica nossa conversa foi construindo uma redaçao de cuidado pastoral para os necessitados e portadores de deficiencia especiais

Ana Paula trabalha na Apae “ Associaçao de pais e amigos do Excepcionais a mais de seis anos na cidade de Tubarao no estado de Santa Catarina.

Em nossa conversa e proposiçao ficou claro que a igreja de modo geral nao possui um programa favorável para os deficientes em todas as suas dimensoes “ auditivo, visual, mental, físico etc.

A pedagoga Ana Paula se preocupa sendo professora e evangélica que a igreja tem desenvolvido tantos programas em sua estrutura de trabalho mais tem sido tardia em estabelecer uma pastoral de cuidado para os necessitados e portadores de deficiencia especiais.

Sendo profissional na área e vivendo a vida crista ela percebe a inaptidao dos pastores e de alguns membros em receber estes deficientes na igreja. Ana Paula mostra como professora que muitos alunos nao tem uma vida social inclusa por que recebem rejeiçao na sociedade em virtude de sua deficiencia e de um preconceito excentrico.

Ela entao repensa em cima dessa verdade contemporânea que a igreja que foi chamada para ser sal da terra e luz para o mundo e que é portadora de uma verdade libertadora e é conhecida como comunidade do amor, do perdao, da justiça, da inclusao e da reconciliaçao deve trazer essas pessoas rejeitadas para o seu ambiente para que eles se sintam amados e ajudados e que nao sofram nenhum tipo de rejeiçao, preconceito, ou deformaçao.

Para a pedagoga a igreja deve ser este ninho de amor que acolhe, que da carinho, que da afeto e a cima disso tudo que ela compreenda que Cristo morreu por eles sendo como diz a Bíblia o Messias de todos. Ana Paula salienta também um fato que é importante dentro da sua esfera de trabalho que é justamente o fato social de muitos necessitados e portadores de deficiencia especiais.

Ela salienta com pesar que além da deficiencia os familiares enfrentam o gigante da pobreza que é um fator complexo em seu mundo e no seu dia a dia. Muitos familiares dessa gama de pessoas além de ter um teto salarial muito irrisório nao tem nenhum grau de instruçao escolar e com isso acarreta várias coisas como melhoria de seu mundo vivencial, dificuldade em saber os seu direitos e deveres etc.

Outro ponto importante que ela ressaltou foi o componente da “angústia” A angustia da dor é vista no aspecto de mudança social da família e da nao aceitaçao e do processo longo até chegar a aceitaçao. Esse processo traz para a sua base a angustia, o medo e a conscientizaçao que o outro dependerá a vida inteira dos familiares.

Muitos pais nao tem uma vida social “normal” em virtude da deficiencia do seu filho. Isso é relevante diz ela ate mesmo em saídas, passeios, férias etc. por que uma vez que o deficiente é rejeitado com olhares frios, sorrisos escabrosos de pessoas de fora que passam admirados ou que nutrem em sua imbecilidade certo tipos de preconceito e espanto como também o isolamento, toda a família é atingida e isso cria sofrimento.

Muitos deficientes em tom escolar dizem a pedagoga nao tem uma melhora em virtude da falta de remédio por causa das condiçoes sociais. Também outra fator de transtorno se dá também no âmbito familiar aonde os pais colocam os filhos numa redoma de proteçao inibindo o seu progresso cognitivo e social alguns em virtude da vergonha outras por causa da cerca exagerada da proteçao.

Para Ana Paulo isso é um fator complexo por que a auto proteçao misturada com a falta de informaçao traz transtorno para o aluno. Como uma proposta justa para a igreja do caminho ela nos da uma dica para uma pastoral de cuidado que envolve toda a igreja.

Ela nos indica alguns caminhos para nós trilharmos como alguns caminhos sutis para nos evitarmos. Ela nos aponta alguns

1) Um caminho que a igreja deve evitar é fazer uma sala de aula só para essas pessoas especiais. Isso por si só já remete a uma exclusao em tom cientifico e nao uma inclusao. Essa tentativa deve ser projetada com muito zelo e cuidado.

2) Ela diz que uma das formas da falta da consciencia da igreja nessa temática esta no âmbito de seu descaso com as instituiçoes que trabalham com essa gama de pessoas. Para isso ela convida os pastores e lideres para conhecerem esse tipo de realidade e trazer para os seus púlpitos e comunidades uma consciencia missionária de cuidado pastoral com essas pessoas que andam fora das nossas igrejas vivendo numa redoma isolatista crista evangélica. Ela diz que as visitas nessas instituiçoes de cuidados especiais podem ser feitas com um agendamento prévio.

3) Ana Paula também diz que um dos pontos que a igreja evangélica pode fazer para trazer esses alunos para o centro da igreja é compreender que esses alunos possui algum tipo de habilidade. Esse envolvimento pode ser através da música, pois muitos tem habilidade para isso e o problema é que eles nao tem oportunidade. Ela afirma em termos técnicos que existem deficientes leves, moderados e severos e que a pastoral do cuidado deve a partir disso fazer um trabalho de contribuiçao e ajuda necessária.

4) A pedagoga salienta que numa pastoral de cuidado a igreja deve buscar essas pessoas dando oportunidades e se envolvendo no seu mundo. Para isso a igreja deve pensar que na sua estrutura eclesiástica tem pessoas que podem trabalhar com esses deficientes, pois existem vários profissionais que podem contribuir para á glória de Deus entre uma pastoral de cuidado.

Para ela aqui está a grande chave para o cuidado de compaixao e seu olhar multifacetário e essa percepçao de ministério é benéfico para a igreja e para a sociedade afirma ela.

5) Para ela nao haverá uma pastoral de cuidado sadio se os alunos nao se sentirem amados e cuidados e isso se dá na oportunidade em todos os seus anglos dimensionais. Ela louva algumas açoes já feita nas igrejas evangélicas mais também faz uma crítica no sentido que nao é somente fazer uma rampa de acesso ao templo, nem ter um culto para surdos ou disponibilizar Bíblias em braile, rampas, professores, e braile podem ser encontrados em shopping, hospitais, repartiçao pública etc porém para ela o cuidado pastoral vai além disso e desemboca no cuidado, na oportunidade, no envolvimento familiar e na conscientizaçao que ali esta um ser-humano que tem coraçao, que precisa de Jesus Cristo como salvador, que tem as mesmas necessidades como qualquer pessoa principalmente no campo dos afetos e da relaçao sadia e da oportunizaçao.

6) A grande sugestao social e emocional como espiritual que Ana Paula sugere é que as igrejas convidem essas pessoas para realizar uma oficina aonde eles irao demonstrar os seus trabalhos artesanais. Isso diz a pedagoga é uma forma de amor para com eles e também envolvimento para com a comunidade pois a igreja pode convidar seus membros como a vizinhança para prestigiar o seu trabalho e aprender com eles a arte da vida. Isso é uma forma de inclusao demonstrada através da arte em “Oficinas de Talentos”.

7) Ana Paula acredita que essa pastoral de cuidado vai alcançar também a família deles, pois a família desses alunos é muito aberta para receber amor, orientaçao e consolo. Ana Paula diz que a partir disso pode ser feito uma reflexao inicial nas aberturas das Oficinas de Talentos”, mostrando para eles que seus dons e habilidades vem das maos de Deus e mostrar na linguagem deles o plano soteriológico ‘ salvaçao”

8) Outra forma de cuidado pastoral salienta Ana Paula é fazer um trabalho com a família dos necessitados e portadores de deficiencia especiais pois muitas famílias culpam Deus de seus filhos nascerem assim.
Por fim Ana Paula relembra que muitas famílias sao pobres e nao tem condiçoes de comprar remédio etc. A igreja diz ela nao pode deixar a responsabilidade deste fato somente nos órgaos competentes mais ela deve se envolver em todas as esfera e abrir sua voz em prol dessas pessoas que sao amadas por Deus e criada a sua imagem e semelhança.

Ela deve abrir nao somente a porta do templo mais do coraçao para essas pessoas e suas famílias. Pois essa açao social e ajuda emocional – espiritual por parte da igreja é a espinha dorsal para o cuidado pastoral.

A igreja deve romper barreiras e quebrar paradigmas e se apresentar como ombro amigo para os necessitados e portadores de deficiencia especial só assim ela irá cumprir o “ide e pregai para toda a criatura” de Jesus Cristo fazendo missoes aonde muitos nao imaginam que podem fazer. Nao somente atravessando o oceano mais atravessando a porta das instituiçoes, as portas das famílias e levando o Reino de Deus para eles em meio ao drama da vida.

Temos construído até aqui uma narrativa nao pontual mais reflexiva que pode através dos exemplos, índices, dados e um olhar bíblico nos arremeter a ter um caminho que nos leva a um cuidado pastoral para com os necessitados e portadores de Deficiencia Especiais.

Essa proposta nao é um receituário hermético mais uma reflexao de duas vias completamente aberta ao diálogo. Acreditamos em tom integral que cada igreja conhece a sua realidade, o seu mundo, a sua estrutura eclesiológica.
Também acreditamos que o caminho sadio de uma proposta ou de um programa de cuidado especial é olharmos com o óculos da Bíblia e tirar dali o néctar do cuidado pastoral integral.

Essa visao bíblica passa também pelo caminho da vida e da percepçao do nosso mundo e suas necessidades. Nao existe um pensar teológico se nao consideramos um pensar hermenéutico tanto bíblico como contextual “ sitz in leben”, como também nao existe uma agenda pastoral de cuidado se olharmos somente para dentro “ igreja” e nao para fora “ mundo dos homens”, pois o sal de fato deve ficar no saleiro e também fora do saleiro.

Vimos na pessoa de Henri Nouwen um caminho de despojamento e paixao. Ele se demitiu de Haward conceituada universidade mundial para se embrenhar no cuidado pastoral dos deficientes tendo seu ponto alto em Adam que o inspirou no caminho da espiritualidade integral.

A igreja de Cristo deve em sua plataforma extipar do seu centro aquilo que nao glorifica a Deus como um pragmatismo excentrico, fama, va glória, modismos que fazem a igreja enfermar eclipsar a sua missao.

Existem milhoes de pessoas esperando que a igreja de Cristo descruze os seus braços e abrace os náufragos dessa vida, os feridos, os abatidos, os excluídos e os necessitados e portadores de deficiencia especiais.
Que o nome de Deus possa ser glorificado através do ministério teológico e prático da igreja que é a reconciliaçao em tempo oportuno do homem com Deus no entroncamento da missao integral iniciada por Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Bibliografia

BRANDAO, Ascânio Camilo De Lellis. Sao Paulo. Uniao Social Camiliana, sétima ediçao.

COLLIER, Richard Um General Perto de Deus. Traduçao Lya Cavalcante. Sao Paulo. Exército de Salvaçao, 2003.

COSTA, Ana Paula Entrevista livre realizada no escritório particular do Pastor Carlos Augusto Lopes na cidade de Tubarao Santa Catarina: “ Pedagogia e Teologia uma inserçao para a Pastoral de cuidado” , 2006.

GRELLERT, Manfred. A Missao da Igreja No Mundo de Hoje: As Principais Palestras do Congresso Internacional de Evangelizaçao Mundial Realizado em Lausanne, Suíça, Traduçao José Gabriel Said. Sao Paulo, ABU, 1984.

NOUWEN, Henry J.M. Adam: O Amado de Deus. Traduçao Vera Lúcia Vacarri. Sao Paulo: Paulinas, 2000.

NOUWEN, Henry J.M. O Regresso do Filho Pródigo: Meditaçoes perante um Quadro de Rembrandt. Traduçao Margarida Osório Gonçalves. Sao Paulo. Editorial A.O.Braga.

NOUWEN, Henry J.M. Transforma Meu Pranto em Dança: Permita que Deus o Surpreenda com Alegrias Em Meio Aos Tempos Difíceis. Traduçao Beatriz Gotardelo Fraga Moreira. Rio de Janeiro. Textus, 2002

PEREIRA, Maria das Dores e Edite Sehnem Curso de Política de Educaçao Especial para o Estado de Santa Catarina.,2005

KEMPIS, Tomás. Imitaçao de Cristo. Traduçao Paulo Matos Peixoto. Sao Paulo. Editora Paumape Limitada, 1979.

ROSA, Ronaldo Sathler. Cuidado Pastoral em Tempos de Insegurança: Uma Herméutica teológico-pastoral. Sao Paulo. Associaçao de Seminários Teológicos Evangélicos ASTE, 2004.

STOTT, John. Mentalidade Crista: Posicionamento do Cristao em Uma Sociedade Nao - Crista. Traduçao Sileda S. Steuernagel. Niterói. Editora Vinde, 1994

Estudo realizado pelo
Pastor Carlos A. Lopes
Teólogo

2 comentários:

salvo para sempre disse...

amado irmão, eu sou gabriel, sou seminarista, estou engajado na maratona do meu projeto de monografia, fikei feliz e vê o seu estudo sobre os portadores de necessidades especiais, meu irmão eu sou fã desse tipo de assunto, gostaria de trabalhar este assunto na minha monografia, rogo-te no amor de Cristo, sua ajuda e seu auxilio, vejo sua experiência na abordagem desse assunto, me ajude.rsrs espero pelo seu retorno mesmo q seje um não,srr Deus lhe abençõe.....meu email é binhodapaz@hotmail.com

Rafael Batista (Denúncias) disse...

por que não se cura essas pessoas com poder do Espirito Santo, por que esse poder não está mais no meio evangélico ?