1.Educando com Excelência: Caminhos para uma Educação Sadia.
E eu passo a mostrar-vos ainda um Caminho sobremodo Excelente. Carta do Apóstolo Paulo aos irmãos de Corinto. (I Cor.12.31)
O melhor mestre não é aquele que apenas repete a Lei aos seus alunos, mas o que guarda e vive o ensino. ( C,B. Eavey).
Os homens, enquanto ensinam, aprendem ( Sêneca).
Nosso Seminário de Educação Cristã tem como objetivo central enaltecer os princípios básicos da fé cristã junto ao educador cristão. Diferente da Educação secular a Educação cristã ou religiosa tem como eixo definido a formação do indivíduo para a glória de Deus ( Soli Deo Glória). Sabemos que toda escola é guiada por um currículo que gradativamente vai capacitando o individuo rumo ao saber.
Na Educação Cristã tanto a formação como a informação andam de mãos dadas e fazem parte do mesmo trilho educacional. Somente informar o educando das coisas que ele deve saber no campo cognitivo é como um pássaro voar somente com uma asa.
Precisa sim do olhar penetrativo da “formação”, pois a Educação Cristã visa não somente o melhor cidadão que vai contribuir para sociedade dos homens mais visa o melhor cristão que vai exaltar a Deus num mundo confuso e complexo faminto de Deus e seus princípios eternos.
Na história da igreja precisamente em João Calvino e no movimento puritano o alvo da vocação humana era glorificar a Deus em tudo e acima de tudo. A criança crescia sabendo que sua vida era uma dedicação de louvor a Deus.
O nosso tema neste seminário é Educando Com Excelência. Nenhum educador cristão que usa a Bíblia como plataforma para o seu ensino pode pensar diferente. A palavra Excelência deve estar no centro do seu ministério seja com criança, adolescente, jovens, adultos etc.
O próprio Apóstolo Paulo que viveu uma vida de Excelência em um dos seus escritos bradou dizendo: “Se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina ESMERE – se no fazê-lo. (Rm.12.8).
Se por um lado a Bíblia nos chama para viver uma vida de Excelência e de ensinar os filhos de Deus com Excelência, pois temos o maior educandário em nossas mãos que é a Palavra de Deus (I Cor. 4.7), por outro lado Ela nos condena quando não priorizamos a Excelência de Deus (I Cor.10.31)
A Bíblia diz que não podemos fazer a obra do Senhor relaxadamente e nem preguisoçamente sem amor, sem foco, sem paixão, sem vida, sem preparo, sem consagração, sem santidade, sem modelo etc. por isso Deus diz: Vai ter com a formiga ó preguiçoso ( Prov.6.6-8), pois a formiga nos ensina a excelência do trabalho.
A palavra EXCELENTE significa, bondade, perfeição, expressão de tratamento, ótimo. A palavra EXCELSO significa elevado, excelente, alto, sublime. Excelência nada mais é do que fazer as coisas com dedicação, entrega, determinação, paixão, padrão alto etc. No contexto cristão excelência é você investir a sua vida por completo na obra que Deus te confiou e fazer tudo com dedicação e fervor.
Quando olhamos a palavra EDUCAÇÃO, percebemos que sua etimologia nos oferece uma chave de significados importantes para a natureza da atividade em si. A palavra Educação vem do latim ducare, ducere e significa “Guiar, Conduzir e instruir”.
O dicionário diz que Educação é o aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas, o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser-humano em geral, visando a sua melhor integração individual e social.
Quando olhamos a palavra EDUCAÇÃO, na perspectiva Cristã, percebemos que a Educação Cristã é um processo contínuo de crescimento, que envolve a pessoa toda, ou seja a pessoa no nível holístico. Para a doutora em Educação George Sheron, em seu livro Igreja Ensinadora , a educação cristã é um processo deliberado e intencional, pelo qual CRISTO é formado nas pessoas, visando a transformação, formação e o crescimento da Pessoa Toda e da Igreja Toda em Todo o Tempo
A Educação Secular se preocupa com o currículo, com espaço físico, com os quadrantes dentro da escola, etc. O Ensino se dá no processo sistemático da educação formal, que muitas vezes acontece na educação bancária. A Educação Cristã também se preocupa com este formato, todavia o divisor de águas se dá na sua função, que é mais abrangente, pois a Educação Cristã vai além sala de aula ela se desenvolve também no testemunho do ensino dado, pois não podemos ensinar de lábios e o coração esta divorciado da práxis cristã.
Não é Excelente falar para o aluno ler a Bíblia se o educador não maneja a Palavra de Deus. Não é Excelente falar para o aluno vir para a Igreja se o educador não vem para a igreja. Não é excelente falar para o aluno ser generoso se o educador não é generoso.
Não é excelente falar para o aluno viver a vida de piedade e testemunho lá fora e dentro da igreja se o educador não desenvolve esta prática cristã. Quando olhamos para Cristo no Sermão da Montanha percebemos que aquilo que ele falou no Sermone Domini in Monte ele viveu na arena da vida. Jesus Cristo é o nosso Educador por Excelência ( Lc.2.40).
2.Fundamentos Históricos para a Compreensão da Educação Cristã: Da Realidade do Mundo Hebreu até a Formatação da Escola Bíblica Dominical no Brasil com Dr. Robert Kalley.
Senhor, eu não poderia dar por satisfeito em saciar a minha própria sede. Preciso clamar por um Pentecostes para todo o mundo, para todos os povos. Preciso clamar a ti para que a humanidade toda venha a ser atingida pela chuva de teu Espírito Santo.Traugott Hahn, 1875-1919, mártir do Báltico
Seria um erro imperdoável tentar estudar a educação cristã sem antes considerar a educação religiosa que a precedeu, isto é, a educação dos hebreus do Antigo Testamento, e a educação judaica dos períodos intertestamentário e neotestamentário.
Hayward Armstrong -1992
Neste capítulo queremos mergulhar na história religiosa e perceber o quanto a educação dos dias de hoje deve ter a mesma plataforma bíblica e contínua que tiveram os nossos antepassados.
Toda vez que a Bíblia foi tirada de cena na história religiosa ouve problemas, confusão e heresias, todavia toda vez que o ensino religioso derivou da Bíblia e sua pureza a igreja foi forte e influenciou a sociedade da sua época exaltando a Deus e a sua doce e rica Palavra.
2.1 A Educação Religiosa entre os Hebreus
Quando olhamos para a Bíblia , numa ótica pedagógica educacional, notamos que Deus foi o primeiro Professor por Excelência. Quando estudamos os Atributos de Deus e seu “Ser” percebemos o quanto o nosso Deus é Maravilhoso. Ele é Criador, é Bondoso, é Auto Existente, é Auto Suficiente, é Deus de Amor, de Graça e de Misericórdia é Soberano etc.
Todavia quando olhamos Deus pelo ângulo pedagógico educacional vimos um Deus que tem interesse em nos ensinar em nos ajudar a entender os seus propósitos e sua vontade. Como nosso Pastor Ele nos Guia e nos conduz pelos pastos verdejantes da sua Palavra e ensino.
Diferentemente da nossa época agitada e corrida a primeira escola de um hebreu era sem dúvida o seu LAR. Os professores não eram de fora, mais sim os seus pais. O lar sempre foi o ambiente inicial do ensino para criança. A primeira escola de um menino judeu era a sua casa. Como bem disse o Dr. Armstrong “ A Família é a instituição educacional por Excelência na terra”.
Foi o próprio Deus quem estabeleceu a educação primeira no lar. Por isso, os pais tinham a responsabilidade de trazer um ensino correto a seus filhos ( Ex. 12.26-27; Dt. 4.6-10; 6.4-7; 11.18-25). As meninas, eram ensinadas por sua mãe a moral, a ética e as prendas domésticas ( Ex.35.25; II SM. 13.8). Elas aprendiam a ler para ficar familiarizadas com a Lei.
Já os pais, ensinavam os filhos, contando as histórias do passado e os feitos de Deus para com o seu povo. Os meninos aprendiam também ofícios e negócios vimos isso em Jesus Cristo que foi Carpinteiro, Paulo foi um fazedor de Tendas e Pedro foi Pescador.
Todavia, a religião dos hebreus ocupava o primeiro plano nas suas vidas, sendo assim primordial ( Deut. 6.4-9; Sal.78.3-6; Prov.4.1-27) Era também obrigatório pela Lei de Moisés, que o pai explicasse os significados das festas para os seus filhos ( Ex. 13.8).
Na cultura dos hebreus percebemos que as crianças eram consideradas (Sl.127,128,Jô 5.25). A família e o lar era o primeiro núcleo de ensino da criança, mais também vimos que o Profeta Samuel foi dedicado dês de criança por sua mãe ao serviço do Senhor. Ele recebeu um ensino junto ao sacerdote Eli no templo. Samuel é um exemplo que o ensino religioso forte e robusto dos princípios cristãos conduz o homem pelas veredas da justiça.
Algo que devemos compreender como professores bíblicos é que no centro da educação religiosa hebraica sempre ficou claro a grande importância de “Conhecer a Deus”, de “adorar” a Deus e viver em plena “obediência” aos seus mandamentos.
Esse caracteres devem estar também no centro do nosso ensino para com os nossos alunos. Deus deve ser o centro de tudo. O professor deve ter este desejo de conhecer a Deus que é o “Supremo Chamado” para depois ele através do ensino e da autoridade ensinar seus alunos a seguir a mesma estrada da felicidade cristã.
2.2 Sinagoga: Guardiã e Pedagoga Educacional Judaica.
A Instituição mais importante, no que tange á educação na cultura judaica, sem dúvida alguma é a sinagoga. Em virtude do cativeiro babilônico, os judeus ficaram sem expressão de culto, e diante desta lacuna surgem as sinagogas como guardiãs e pedagogas da verdade. Ela tinha um papel de manter a identidade religiosa judaica.
A Sinagoga foi a instituição que realmente imprimiu caráter a fé judaica. Nelas, o judeu aprendia a ler e interpretar a Lei. A sinagoga também tinha um caráter social, pois era ponto de reunião entre os judeus. Deus na sua Soberania, usou as sinagogas para manter a chama da esperança messiânica no coração dos judeus.
As Sinagogas surgiram no século terceiro antes de Cristo, sendo uma instituição tão salutar que não ficou privada só ao período da diáspora. Vimos que no Novo Testamento as sinagogas estavam presentes em todas as cidades importantes e comuns da época ( MT.4.23; Lc.4.16; Mc.1.21; At.6.9; 9.2;13.5;13.14;14.1;15.21;17.10). Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou nas sinagogas e o Apóstolo Paulo também. Somente em Jerusalém havia 480 sinagogas, no terceiro século antes de Cristo.
A educação do povo de Deus era munida de propósito. Não era um ensino sem alvo, sem meta, sem objetivo ou até mesmo vago. O Ensino tinha um foco um alvo claro que era:
1) Transmitir a herança histórica
2) Instruir na Conduta Ética geradora da alegria
3) Assegurar a Presença de Deus e sua Adoração
No ensino do Antigo Testamento existem seis princípios que são óbvios segundo Armstrong. Esses princípios podem ser aplicativos na educação cristã contemporânea.
1) A educação foi um Mandamento de Deus
2) O protótipo de todos os mestres foi o próprio Deus. Portanto, o ensino tem autoridade e sanção divinas.
3) A disciplina é um ingrediente necessário
4) O ofício de ensinar era considerado sagrado, por que embora Deus ensinasse, inspirava também a ensinar
5) A Instrução das crianças começava em tenra idade.
6) O principio fundamental para o ensino, especialmente das crianças era o de ensinar gradualmente.
A sinagoga era conhecida como A Casa do Ensino - “Beth há Sepher”. O professor tinha lugar de respeito e honra e deveria possuir qualidades éticas, levando o aluno a observar a sua práxis. Armstrong nos lembra que “ não era permitida a recitação das Escrituras de memória.
Temia-se que, no recitar, ocorressem alterações inesperadas das Palavras Sagradas”. Por esse motivo, eram Lidos os rolos. O próprio Senhor Jesus Cristo entrou dentro deste formato ( Lc.4.16). Segundo o Talmude, as comunidades que não tinham escolas deveriam ser destruídas.
2.3 A Educação Cristã no Novo Testamento: Jesus Cristo o Mestre por Excelência – Caminhos para uma Releitura Educacional Cristológica.
Quando entramos no mundo do Novo Testamento percebemos o quanto o ensino era fundamental para aquelas comunidades. O próprio Jesus Cristo que realizou milagres, curas, andou sobre o mar, ressuscitou mortos, fez a multiplicação dos Paes etc. nunca negociou os seus ensinos.
O ensino das Sagradas Escrituras estava no centro do ministério de Jesus. Ele foi o mestre por excelência e nas suas pegadas vimos um Salvador, Senhor e Professor que pode nos ensinar na arena da vida escolar.
Jesus Cristo ensinou, homens, mulheres, jovens, ricos, pobres, crianças etc. Seu ensino não era marcado por monotonia, sem vida, sem autoridade, sem paixão. Muito pelo contrario seus ensinos arrebatavam as mentes humanas e atingia o coração. ( João 7.45-46; Mt. 7.28-29).
Jesus Cristo no Novo Testamento foi chamado de Mestre (João 13.13) e nos como professores cristãos devemos seguir o método dele como formação e informação do indivíduo (14.6).
Primeiro devemos entender dentro da Educação cristã que Jesus Cristo como professor nos ensina um método prático e claro
1) Ele era um professor que orava com fervor
2) Ele era um professor que praticava seus ensinos
3) Ele era um professor que se relacionava com as pessoas
4) Ele era um professor que tinha intimidade com Deus
5) Ele era um professor que se preocupava com as pessoas
6) Ele era um professor criativo e revolucionário
7) Ele não era um professor cansativo e chato
8) Ele era um professor que conhecia o coração humano
9) Ele era um professor que servia com alegria
10) Ele era um Professor que falava a linguagem do Reino de Deus de maneira simples onde todos poderiam entender, dês do mais simples ate o mais erudito.
11) Ele era um professor cheio de convicção daquilo que estava ensinando
12) Ele era um professor que não deixava ser influenciado por outros ensinos extra escriturístico
13) Ele era um professor visionário que olhava em seus alunos não somente os seus defeitos mais suas virtudes.
14) Ele era um professor que não fazia acepções de pessoas. Todas as pessoas precisavam de seus ensinos e ele era acessível a elas.
15) Ele era um professor profundamente familiarizado com as Escrituras Sagradas.
16) Ele era um professor que usava o seu material didático da própria natureza, da criação do seu Deus
Outro ponto importante na pedagogia de Jesus Cristo é que seus alunos não eram tão brilhantes assim. Alem disso tinham temperamentos estranhos e prioridades erradas quanto ao reino de Deus. Olhando para os doze levamos um susto em perceber que a escola que Jesus Cristo dava aula era problemática.
Pedro era um cidadão de temperamento estranho, era bravo, briguento, falador, medroso, orgulhoso, precipitado e negou Jesus na hora H
João também não foge do padrão. Uma vez sugeriu que Jesus Cristo colocasse fogo nos samaritanos e matasse todo mundo. Isso demonstra um temperamento estranho.
Judas Iscariotes o tesoureiro do grupo, era ladrão, tinha um caráter confuso, era materialista, enganador e traiu Jesus Cristo por miseres moedas de prata.
A sala de aula de Jesus Cristo não era tão simples assim. Era uma sala de aula complicada de pessoas estranhas, tanto é que todos foram reprovados no teste crucial da cruz do calvário. Todos abandonaram seu mestre no momento mais difícil da vida dele.
A sala de aula de Jesus Cristo não era uma vez por semana num lugar determinado mais era diária em vários lugares.
Mesmo assim Jesus Cristo o mestre por excelência não desistiu deles, investiu tudo neles e esses homens foram os grandes protagonista de Deus na história humana. Jesus mesmo disse: Eu vou fazer de vocês pescadores de homens e eles foram esses pescadores de homens que levaram o evangelho para o mundo todo. Por que Jesus Cristo não desistiu deles em nenhum momento, pois aquele que começa uma obra ele terminará.
O Nosso Senhor Jesus Cristo quando ensinava tinha objetivos claros que devemos como educador cristão refletir e aplicar no tecido do nosso ministério. Jesus Cristo não visava apenas imprimir em seus alunos conhecimento desconectado com a vida mais seu ensino tinha a força da transformação e da mudança do indivíduo.
1) Jesus Cristo procurava converter seus alunos a Deus
2) Jesus Cristo queria que seus alunos tivessem idéias corretas sobre a vida na ótica de Deus e da sua Palavra.
3) Jesus Cristo ensinou o amor ao próximo como lição básica de sua escola de discipulado. Amar a Deus mais também ao próximo.
4) Jesus Cristo conhecia pelo nome os seus alunos (Jo.1.42)
5) Jesus Cristo era simples mais seu ensino era profundo – o milagre da mente de Cristo é fazer a síntese de coisas complexas. O Reino de Deus é (...)
6) Jesus Cristo ensinou o desconhecido a partir do Conhecido
7) Jesus empregou linguagem que o povo entendia e que fazia parte do seu dia a dia.
8) Jesus Cristo não era um educador estático, calculista mais ele usava o método de fazer perguntas ( maiêutica).
9) Ele usou o método visual para ensinar. Ele não definiu semânticas mais contava história relacionada com o Reino de Deus. Usava Parábolas e com isto prendia a atenção do público e agia em sua imaginação.
Jesus Cristo é o nosso modelo por Excelência. Ele ensinou a Palavra de Deus para os seus alunos de maneira clara, límpida e apaixonante. Ele conhecia os seus alunos, ele investiu em seus alunos, ele não teve a melhor classe de aula mais fez toda a diferença na vida deles ao ponto do Evangelho chegar ate nós.
Ele ensinou servindo, ensinou orando, ensinou cheio da graça de Deus, ensinou cheio do Espírito Santo. Como mestre e Senhor ele enfrentou obstáculos tanto dos homens como das forças maléficas mais ele prosseguiu em seu ensino e bradou dizendo: Portanto, ide e fazei com que todos os povos da terra se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo quanto vos tenho ordenado. E Assim, Eu estarei permanentemente convosco, até o fim dos tempos ( King James – Mt. 28.19-20)
2.4 A Era Moderna e o Surgimento da Escola Dominical
Este período teve seu nascedouro em 1780, na cidade de Gloucester, no sul da Inglaterra. O jornalista e empresário Robert Raikes, deu inicio a um movimento que traria uma nova mudança á Educação Cristã, que ficou conhecido mundialmente como Escola Dominical.
O Início da Escola Dominical surgiu de uma necessidade social. Raikes, incorfomado com a vida das crianças que andavam pelas ruas da cidade entregues á delinqüência, vícios e falta de orientação espiritual idealiza a Escola Bíblica dominical.
Usando a Palavra de Deus como texto para a alfabetização daquelas crianças e os lares como sala de aula. Ele fundou doze escolas. Mas tarde devido o sucesso da Escola Dominical, ela foi transferida das casas para a igreja. Mais tomou uma dinâmica mais para os adultos do que para as crianças.
A Escola Dominical teve dinâmica mundial e foi introduzida no Brasil no dia 19 de agosto de 1855, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, pelo missionário escocês Doutor Robert Kalley e sua esposa Sara Kalley.
Dentro deste aspecto da Escola Bíblica Dominical ou do ensino em outras áreas pesquisas apontam que: A) O aluno aprende até 10% do que Ouve. B) O aluno aprende até 30% do que vê. C) O aluno aprende até 50% do que vê e ouve. D) O aluno aprende até 70% do que vê, ouve e diz. E) O aluno aprende até 90% do que vê, ouve, diz e faz.
3. O Professor que Deus Usa: Como Flecha nas mãos do Criador.
A vida cristã é uma vida marcada pela presença de Deus e pela espiritualidade cristã. O professor deve ser uma pessoa espiritual. Mais do que seus conhecimentos e habilidade ele tem que ter uma vida diária com Deus
Dr. Russel Shedd em seu livro O Líder que Deus Usa: Resgatando a Liderança Bíblica para a igreja no Novo Milênio, nos mostra de maneira profunda quem são as pessoas que Deus quer usar nesta época difícil que vivemos como cidadão do mundo e também como igreja. Ele alista de forma didática alguns pontos que são de suma importância para a comunidade local. O crente que Deus quer usa dever ser:
1) “Perseverante”, 2) “Viver uma vida Santa”, 3) “Ser cheio do Espírito”, 4) “Ser sábio”, 5) “Ser um homem de fé e de amor”, 6) “Ser servo”, 7) “Ser marcado pela visão de Deus”, 8) “Ser uma pessoa de valor”, 9) “Ser uma pessoa com motivação santa”, 10) “ Ser grato”, 11) “Ser Humilde”, 12) “Ser um Aprendiz”, 13) “Ser um homem com interesse no Reino”, 14) “Ser Otimista”, 15) “Ser um Homem de Oração Perseverante”.
Para o Dr. Shedd esses requisitos mostram a vida de piedade que tanto precisamos no Brasil Contemporâneo. São através desse viés que os nossos alunos terão plena certeza das verdades que estamos ensinando e vivenciando
Ele também mostra o perigo quando uma pessoa esta fora dos padrões estabelecidos por Deus. Nada é tão anti-bíblico e complexo quando uma pessoa que se diz cristã nutre no tecido do seu ministério: 1) “A incredulidade”,2) A “inconstância’, 3) O “desânimo”, 4) A “estagnação”, 5) A ‘inveja’, 6) A “soberba”, 7) A ‘falsidade’ 8) A ‘falta de equilíbrio’, 9) A “ falta de transparência”, 10) A “ falta da integridade” 11) A Falta de Preparo.
3. Que Virá a ser, pois, este menino?
Ele pediu uma tabuinha e, para surpresa de todos, escreveu: O nome dele é João (...) e aconteceu que todos quantos ouviam falar dessas ocorrências ficavam imaginando: O que virá a ser este menino? (Lc.1.63-66).
Dê-nos os primeiros sete anos de uma criança, com a graça de Deus, e poderemos desafiar o mundo, a carne e o diabo ( Charles Spurgeon)
Se pudéssemos voltar ao tempo, poderíamos olhar para Hitler e perguntar: Que virá a ser, pois, este menino? Este menino se transformou num homem déspota, hediondo e sanguinário. A história nos diz que este menino indefeso e franzino decretou a morte de milhões de judeus provocando umas das guerras mais sangrentas da nossa época.
Poderíamos prosseguir e olhar para Martin Luther King e perguntar: Que virá a ser, pois, este menino? Este menino negro que viveu no período do segregacionismo americano se transformou num homem, estudou teologia, foi consagrado pastor e lutou através do amor contra toda forma de opressão. Ele bradou dizendo: Eu tenho um sonho! E morreu assassinado por causa deste sonho. Recebeu o premio Nobel da Paz e disse: fazem tudo que vocês quiserem fazer conosco mais mesmo assim nos ainda os amaremos.
Quando o povo indagou sobre o menino que nasceu filho de Zacarias e Isabel não saberia que ele seria um instrumento fervoroso nas mãos de Deus.
João Batista precursor de Jesus Cristo teve uma educação religiosa dedicada. Seu pai era sacerdote sua mãe uma mulher piedosa. Aquele menino que o povo indagou o que viria a ser este menino? Ele se transformou num homem que amava a Deus acima de tudo, viveu para glorificar a Deus e morreu como mártire da verdade divina.
Na nossa sala de aula alem de professores somos irmãos na fé e devemos fazer conhecido para os nossos irmãos menores a grandeza do nosso Deus. Ali na sala de aulas estão os futuros pastores, missionários, obreiros, homem e mulheres de Deus que podem influenciar com profundidade a sua geração.
Se formos fieis a Deus no ensino da sua doce Palavra colheremos o fruto de meninos e meninas que agora adultos servem e professam o nome de Deus no meio de uma geração corrupta e incrédula.
Devemos encharcar esta geração de crianças com as doutrinas bíblicas. As vezes caímos na artimanha do diabo achando que elas não irão entender o que estamos falando, mais isso é mentira elas entendem sim e tem desejo de aprender basta nós nos colocarmos nas mãos de Deus e ajustar os ensinos bíblicos a eles. A forma não pode alterar a essência. Podemos usar varias formas de falar a palavra de Deus sem mexer em sua essência.
Esta geração tecnológica, esta demonstrando para nós que eles são muito mais inteligente do que a gente pensa. É na infância que se descobre e trabalha o potencial o talento e isso acontece no esporte, na música, na arte etc.
A igreja não tem investido muita coisa nas crianças mais é hora de nós acordamos e fazermos como fez Jesus Cristo: “Deixa vir a mim as minhas criancinhas”.
A pedagoga Alexandra Guerra em seu livro Infância o Melhor Tempo para Semear traz uma reflexão sobre a importância de investirmos nas crianças. Ela aponta alguns caminhos reflexivo para o investimento dos infantes.
Primeiro Ela diz que a Bíblia nos manda a pregar o evangelho a toda a criatura e isso não exclui as crianças os pré- adolescentes etc. Nossas crianças precisam ouvir a palavra de Deus para a sua alegria e deleite.
Segundo Ela advoga em suas pesquisas que esta é a melhor face para receber a Cristo. Crianças estão em todo lugar, estão aberta para o Evangelho, não tem raiz religiosa, ouvem e aceitam as boas novas mais do que os adultos.
Terceiro As crianças representam a metade da população do mundo. Ela diz que a maior geração de todos os tempos nascerá em nossos dias e isso acontecerá até o ano 2010. Metade dos habitantes do mundo são crianças e adolescentes menores de 18 anos. No Brasil eles chegam a 38% da população.
Quarto O nosso Senhor Jesus Cristo valorizou as crianças. Muitas vezes a igreja com seu sistema adulto impede as crianças de irem a Cristo. Mais os evangelhos deixam claro que Jesus Cristo amava as crianças (Lc.18.15,16; Mt. 18.5). Guerra nos faz lembrar que a nossa sociedade esta descobrindo o mercado da criança e isso tem girado o mercado, “roupas, brinquedos, parques, filmes, desenhos, escolas, hoteizinhos etc. e a igreja o que esta fazendo?
Quinto É justamente na infância que nosso caráter é formado e moldado. Estudiosos afirmam que nosso caráter é moldado até os seis ou sete anos de idade e 50% da nossa formação se dá durante a infância. Sendo assim esta é a fase ideal para pregarmos a Cristo e seus ensinamentos. Os educadores modernos dizem que devemos deixar a mente das crianças livres e abertas mais a Bíblia diz: Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará ( Prov.22.6).
Sexto As crianças adoram com legitimidade a Deus. O salmista declara com firmeza isso: Da boca dos pequeninos e crianças de peito suscitasse força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador ( Sl.8.2). O louvor das crianças colocaram em erupção os religiosos da época de Jesus Cristo. Eles questionaram o louvor infantil e pediram para Jesus Cristo mandar eles se calarem. ( Mt. 21.15,16). Cristo invocou a profecia do salmo 8.2 e aplicou no seu ministério dizendo “Nunca lestes: da boca dos pequeninos e crianças de peito tiraste o perfeito louvor ( Mt/ 21.15,16).
Sétimo Quando nós não os influenciamos, outros o fazem. Se os pais , os professores da Bíblia etc. não influenciar esta geração, a televisão vai fazer isso, a internet, as comunidades, o mundo, satanás, as musicas profanas, as drogas irão fazê-lo. Satanás esta usando os pedofilos para marcar a ferro as emoções das nossas crianças. Temos que influenciar elas.
A igreja deve ser junto com a sala de aula o lugar mais agradável para as crianças e não um peso, um cumprir tabela etc. Que as nossas crianças nunca venham dizer: “ quando crescer nunca mais venho aqui”, pela nossa negligencia. Devemos sem dúvida levar as nossas crianças a Cristo e deixar que ele os abençoe e também toque com seu doce amor neles ( Mt.19.13-15; Mc.10.1316; Lc.18.15-17).
A mídia esta jogando pesado com as crianças e adolescentes é um mergulhar em violência, sexualidade precoce, cenas inadequadas, desenhos maléficos, informação saturada. As crianças brasileiras são as que mais passam tempo na frente da televisão. O mundo, a carne e o diabo tem investido impérios para alcançar o coração das crianças, pois uma vez alcançando ele é presa fácil do sistema maligno.
De fato é uma grande obra que temos pela frente. Assim como Neemias temos um muro de Jerusalém para erguer chamado ensino para as crianças. Muitos tentaram impedir esta obra mais como Neemias temos que continuar para a Glória de Deus.
O erudito John Drescher tem toda a razão quando diz que as crianças necessitam de sete necessidades básicas que são de suma importância para a sua vida. Ele diz que essas necessidades são “Significados”, “Segurança”, Aceitação, Amor, “Elogios”, “Disciplina” e “Deus”.
C.H. Spurgeon o príncipe dos pregadores dedicou um livro para as crianças com o título: Pescadores de Crianças: Orientação Prática Para Falar de Jesus ás Crianças. Em uma das suas sentença ele diz algo que finalizo meu estudo aqui: Vá e arrebanhe as crianças. Não há lei contra isso; tudo é justo na guerra contra o diabo.
Encerro com aquilo que iniciei neste capítulo “Que virá ser este menino”? Que as crianças que estão sobre a tutela de vocês possam ser homens e mulheres de Deus.
Que Deus nos abençoe nesta tarefa, árdua, mais cheia de júbilo de levar pessoas a Cristo o nosso Senhor e Salvador. Amém.
Estudo realizado pelo Pastor Carlos Lopes para os Líderes e Educadores da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Independente de Tubarão (SC). Capacitação para educadores, pedagogos e psicólogos cristaos fase – A
Carlos Augusto Lopes,É um dos Pastores da ADI, secretário do conselho de pastores ( Conpet, Coordenador teológico do CAD-Brasil) estudou teologia no Semib e recebeu o grau de bacharel em teologia pela FTSA é docente do Seminário Teológico Betânia na areia da teologia poemênica e Mestre em Teologia pelo IBE, se formou como escritor pela editora Betânia (MG) tem realizado estudos e pesquisas em várias áreias no campo teológico e tem dedicado o seu tempo de maneira integral na exposição bíblica na educação teológica em artigos no pastoreio e em treinamentos para lideres. Reside em Tubarão SC
Contato: pastorcarloslopes@hotmail.com
www.seminarioteologicodosul.blogspot.com
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