Palestra Proferida pelo Pr. Carlos Lopes no Supremo Concílio das Assembléias de Deus ( CAD) na cidade de Navegantes ( SC), para os Pastores e Lideres da Convenção.Dr. John MacArtur,Jr. nos diz que de fato a metáfora preferida de Jesus Cristo era descrever a si mesmo de pastor. Os pastores não têm posição social na maioria das culturas, logo os pastores ocupam os degraus simples da escala social. MacArthur argumenta ainda que essa figura do pastor vem a calhar com o ministério pastoral , pois o próprio Pastor de pastores disse que o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve (Lc.22.26). Ele menciona que dentro do plano de Deus para á igreja a liderança é uma posição de serviço humilde regado com amor, pois a liderança da igreja é um ministério e não uma gerência.
MacArthur conclui sua argumentação dizendo que o chamado ministerial não foi feito para uma posição de “reis”, mas ao contrário é de “humilde escravo”, jamais pode ser de “celebridades” mas de “servos trabalhadores”, pois quem lidera deve ser um exemplo de sacrifício, devoção, submissão e humildade. O próprio Jesus Cristo no transcurso do seu ministério deixou exemplo para a sua igreja (Jo.13). Se Jesus Cristo que é o Senhor do universo fez isso, nenhum líder de igreja tem o direito de se considerar elite pastoral
Jesus o sumo pastor treinou os seus discípulos, líderes, apóstolos, pastores na fornalha do deleite e da aflição ministerial. Treinou esses homens para ser fiel ao seu chamado e não deixou nenhum encantamento ministerial do tipo celebridade, sucesso momentâneo, fama, censo de superioridade como promessa terrenal de legitimidade ministerial.
Mas ao contrário fez deles homens fiéis que em tudo dependia do Senhor. Assim aprendemos que jamais a formatação do ministério pastoral pode ser feita fora de Jesus Cristo. Ele chama e capacita os seus pastores e líderes e seus meios de capacitação não pode ser igualado e nem colocado no balcão de negócio do ministério genérico modista que tem formado péssimos líderes para obra do Senhor, por que não tem Examinado as Escrituras de forma correta para o ministério.
Jesus Cristo na estrutura do Novo Testamento é o “Pastor Messias entre os homens” e Nele está toda a panacéia ministerial no entroncamento hodierno. Ele deu Sua vida em favor dos homens e ressuscitou para a glória do Pai. Jesus Cristo é o arquétipo para qualquer ministério, pois a excelência do ministério pastoral inicia Nele e se finda Nele. Redescobrir a Excelência do Ministério Pastoral no Tecido Santo da vida de Jesus é o grande legado poemênico para a pastoral do século XXI que nos remete para um caminho de humildade e despojamento no desempenho da nossa atividade e vivencia pastoral.
O educador J.M. Price disse que ninguém esteve melhor preparado, e ninguém se mostrou mais idôneo para ensinar poemenicamente do que Jesus Cristo, ele afirma dizendo que Jesus foi o mestre ideal e sem dúvida Ele é o nosso paradigma para o ministério pastoral, basta examinarmos as Escrituras. No ministério de Jesus Cristo percebemos o quanto ele estava focado na Palavra de Deus e na Sua Vontade Soberana. Jesus o mestre por excelência estava profundamente familiarizado com as “Escrituras” e com isso ele nos deixou um legado importante para desenvolvermos no dia a dia o nosso ministério.
Aquilo que Israel pré cativeiro desprezou Jesus Cristo colocou em evidencia no seu ministério. Israel povo escolhido deveria prestar a atenção na palavra de Deus e obedece-la em santa vocação mas isso não aconteceu pois eles desprezaram a Lei e os Profetas. Jesus Cristo como filho obediente encarna e vivencia a “Palavra de Deus”, diante dos homens e seus sistemas herméticos. Fazendo assim Ele nos deixa um exemplo de vida e ministério excelente. Fica claro que não existe ministério frutífero se o ministro não prestar a atenção na Cristologia e na Palavra de Deus como norteadora poimênica
Uma das exposições mais férteis sobre esta proposição vem da lavra do erudito alemão Dr. Otto Borchert, que com habilidade e um olhar clínico penetra o mundo escriturístico de Jesus e nos mostra o quanto sua mente e coração estavam cativo as Escrituras.
A Bíblia de Jesus era o que hoje chamamos de Antigo Testamento. Esses livros eram de fato a Sua Bíblia, desde os mais tenros anos, até Ele dar o último suspiro. Ele viveu na história do Antigo Testamento. Em seus ensinamentos referiu-se constantemente a personagens como Caim e Abel, Noé e o dilúvio, a Abraão e Ló, a Davi e Salomão e a Rainha de Sabá, a Elias e Naamã, a Jonas e Zacarias e muitos outros (Mt.6.29;12.3s.,40,42;23.35;Lc.4.25,27;17.26,29;Jo.8.40). Nas horas de tristezas e medo da morte, as orações do Antigo Testamento irrompiam dos seus lábios, tanto no Getsêmane como na cruz (Sl.43.5;Mt.26.38;Sl.6.4;42.6;Jo.12.27;Sl.22.2;Mt.46;Sl.31.5;Lc.23.46).
De fato Jesus Cristo estava completamente mergulhado nas Escrituras, não existe citação filosófica em seu ministério nem ensinamento estratégico humano. Para Jesus Cristo a Escritura era suficiente pois, era a Palavra de Deus. A reforma protestante deixou um legado para nós pastores no que tange a Sola Scriptura ( Somente as Escrituras)..
Tanto Lutero como os reformadores não queriam dizer por Sola Scriptura que a Bíblia é a única autoridade da igreja. Mas eles pelo contrario, queriam afirmar é que a Bíblia é a única autoridade infalível dentro da igreja ( Sproul ,1989,p.121-122).
Júlio Zabatieiro em seu artigo Novos Desafios da Leitura Bíblica no Pastorado Contemporâneo, mostra a importância da leitura bíblica na plataforma do ministério pastoral.
Precisamos recuperar o valor da Escritura como palavra de Deus para a humanidade, como obra literária de qualidade, como fonte inesgotável de sabedoria – recuperar o caráter inovador e desafiador da Bíblia, que sempre fala a nós, mas também contra nós. Para fazer isto, precisamos orar, buscar a Deus, e voltar para Bíblia – e lê-la com mais freqüência e assiduidade. Precisamos ler a Bíblia não para procurar ensinamentos e sermões, mas simplesmente para termos o prazer de ouvir o que Deus disse á humanidade. Uma nova leitura da Bíblia só será possível se ler a Bíblia for fonte de prazer e não só um hábito profissional. (2006 p.27).
De fato Zabatieiro toca num ponto importante para a teologia pastoral. Vivemos numa época de grande frenesi ministerial e muitos no afã das agendas lotadas, dos muitos compromissos e do profissionalismo pastoral não têm tempo para ler a Bíblia de maneira prazerosa, séria e para o coração. Vários Pastores jactanciam em ser uma fábrica de fazer sermão, porém sua leitura da Bíblia precisa ser (re) descoberta, (re) avaliada, (re) modelada.
Otto Borchert, nos clarifica dizendo que Jesus Cristo conhecia cada detalhe da Bíblia e ficava a vontade no mundo de pensamento do Antigo Testamento. Ele tinha profunda intimidade com as Escrituras e neste sentido “Ele”, pode nos ajudar (re) descobrir (re) avaliar (re) remodelar o nosso ministério poemênico. Jesus Cristo fala de “beber o cálice”, (Is.51.17;Jo18.11;Mt.26.39); de as “ pedras clamarem” (Hc.2.11;Lc.19.40); do “ arrependimento forçado do malfeitor” ((Sl.6.8;Mt.7.23). Observando os corvos ( Sl.147.9;Lc.12.24). A destruição do templo (Jr.22.5;Mt.23.38). As montanhas caindo sobre as pessoas (Os.10.8; Lc.23.30). Esmagar serpentes debaixo do seus pés (Sl.91.13; Lc.10.19). Daqueles que vendo, não vêem (Is.6.9s; Lc.8.10). Ou de Cafarnaum ser exaltada até os céus (Is. 14.13ss.; Lc 10.15). Fala de filho se levantar contra pai e de reino se levantar contra reino (Mq. 7.6; Lc.12.53;Is. 19.2; Lc.21.10). (p.176) Jesus Cristo tinha um tesouro inesgotável que era as Escrituras e ele destilava sua verdade no seu ministério diário.
A Bíblia servia para Jesus de espada e escudo contra os ardis de Satanás (Mt.4.4,6,10) e contra os homens. Sua fé estava baseada nas palavras clássicas “ Está Escrito”. A Bíblia lança luz para o seu caminho e ministério. De fato Jesus Cristo o nosso Senhor demonstrou ser “Senhor das Escrituras”.
A Excelência do ministério pastoral, sem dúvida passa por esse caminho cristológico de amar e viver as Escrituras. Nenhum ministério pastoral pode ser desenvolvido fora das Escrituras, pois fazendo assim ele está completamente divorciado do ministério santo de Jesus Cristo o “Sumo Pastor” que nos deixou uma gama de exemplos a ser seguido.
Outro ponto importante que Jesus Cristo nos ensina é justamente o caminho santo da Oração. As “Escrituras e a Oração” faziam parte integral do ministério de Jesus Cristo e com isso Ele deixou um legado para as futuras gerações de ministros que querem viver a excelência do ministério. O “Pastor Messias” nos ensina no desfecho prático de seu ministério entre os homens diante de Deus esses dois pontos clássicos. Os próprios apóstolos perceberam já no início da igreja Incipiente a importância e o peso dessa verdade ministerial “ Escritura e Oração”. Em Atos dos Apóstolos eles deixam claro que iriam se dedicar as Escrituras e a Oração “E quanto a nós, nos consagraremos á oração e ao ministério da palavra” (Atos.6.4). Essa verdade apostólica tem o seu efeito no V. 7 como confirmação divina Crescia a Palavra de Deus, e, em, Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam a fé.
Para Jesus Cristo oração tinha três pontas importantes que devem estar corrente na vida dos servos do Senhor. Para Jesus Cristo “Orar” era “Amar”. Ele não estava tão preocupado com o “Utio Deo” ( Fazer uso de Deus), como o “Frui Deo” (Desfrutar de Deus). Ele queria regozijar-Se no Seu Deus mas também seu amor se expressa na oração em favor dos outros.
Em segundo lugar oração para Jesus Cristo significa “ Apropriação”. Para Jesus a oração era um grito audível de socorro, uma busca de consolo da parte do amor que excede todo entendimento. A apropriação das suas orações estava baseada em um plano superior. Ele não pedia dádivas, Ele não ansiava por felicidade o que ele desejava era o doador. Sem o próprio Deus as suas dádivas não podiam trazer conforto para a alma de Jesus. Ele somente descansava quando atravessava tudo e alcança o Altíssimo Deus.
Em terceiro lugar a oração para Jesus Cristo significa “ Sacrifícios”. Jesus Cristo sacrificava a sua vontade a vontade do Pai e isso era uma oblação ( Lc.9.18; Jo.6.15;Jo.17.1; 12.27). Jesus intercedia pelos homens, ensinou seus apóstolos a orar, porém ninguém nunca orou por Jesus, nem ninguém o ensinou a orar. Ele nunca fez a oração do publicano “ Deus se propício a mim pecador”, mas nesse sentido ele poderia dizer como disse o fariseu “ Não sou como os outros homens” O relacionamento que Jesus Cristo tinha com Deus em oração era de amor, apropriação e sacrifício ( Borchet). Jesus Cristo o filho de Deus deve ser o nosso modelo de ministério a partir de sua lucidez das “Escrituras” como também da “Oração”
Dr. E.Stanley Jones em seu livro Jesus é Senhor disse que Jesus Cristo o filho de Deus tinha três hábitos simples e constante em sua vida. O primeiro era a “Leitura bíblica” o segundo era a “Oração” e o terceiro era a “Evangelização”.
Eugene Peterson em seu livro O Pastor Contemplativo: É Hora de Voltar ao início de Tudo, quando trata do “Pastor Ocioso” nos chama a atenção para verdades clássicas esquecidas por essa geração de ministros e que estiveram bem presente no ministério de Jesus e dos pastores do passado como no caso a oração.
Peterson diz que muitos pastores se alegram em estar demasiadamente “ocupado”, porém ocupação pode ser um sintoma não de “compromisso” mas de “traição’, não de ‘devoção’, mas de ‘deserção’. Muitos pastores são ocupados de mais e não tem tempo para oração e é justamente aqui na dobradiça do tecido santo do ministério “ escritura e oração” que mora o grande perigo ministerial a “Excentricidade Pragmática”
Quando as nossas atividades tomam o lugar de Deus, quando o ativismo o praticismo é mas importante que a “missão” a “comunhão” e a “intimidade com o Todo Poderoso” estamos andamos pelo caminho da contradição cristológica. Jesus Cristo jamais negligenciou sua vida de piedade com Deus, pois sua vida com Deus era o centro de sua missão. Fazer e conhecer a “Obra de Deus” não pode sobrepor o “Ser de Deus”.
Quando Olhamos para o discurso do Sermão do Monte e para a vida pública do Senhor Jesus Cristo, percebemos uma perfeita sintonia entre a obra de Deus e o ser de Deus como também entre a “Fala” e a “Prática”. Aquele que discursou para os seus discípulos é aquele que vive o que discursou. O ministério de Jesus se contrastava com os outros de sua época, justamente por isso. Aqueles discursavam mas tropeçavam em suas prédicas, Cristo discursava mais vivia sua prédica.
Ele ensinava com palavras e com a vida. Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tinha autoridade, e não como os mestres da lei. ( Mt.7.28-29 NVI). O Dr. John Stott nos diz que o Sermão do Monte descreve como Jesus Cristo é:
Vemos como Jesus é em si mesmo, em seu coração, em suas motivações, em seus pensamentos e também quando afastado, sozinho com o seu Pai. Vemo-lo na arena da vida pública, relacionando-se com o próximo, exercendo misericórdia, patrocinando a paz, sendo perseguido, agindo como sal, deixando a sua luz brilhar, amando e servindo aos outros até mesmo aos seus inimigos e dedicando acima de tudo á expansão do Reino de Deus e da justiça no mundo (1993,p.11)
Aquele que fala de misericórdia é aquele que exerce misericórdia. Aquele que nos ensina a ser pacificador é aquele que pacifica. Aquele que diz que devemos ser o sal da terra e a luz do mundo é aquele que é a luz do mundo. Aquele que ensina a orar é aquele que ora, aquele que ensina a amar os seus inimigos é aquele que ama, aquele que nos ensina a ser humilde é aquele que se humilha, aquele que nos ensina a ser obediente é aquele que obedece, aquele que nos ensina a não se preocupar com as coisas dessa vida e confiar em Deus é aquele que está despojado das preocupações dessa vida confiando totalmente no Pai. Aquele que nos ensina a buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça é aquele que em todo o seu ministério pregou sobre este Reino e sobre esta justiça.
O estilo de vida simples do Senhor Jesus e a encarnação da missão integral a partir do Sermão do Monte é um paradigma para o nosso ministério. Vimos neste discurso, como Jesus Cristo é em suas atitudes, sua compaixão e sua lucidez de Deus, o propósito do Senhor Jesus foi apologético, litúrgico, didático e kerigmático. Essas facetas estão intrinsecamente forte no seu ministério.
Jesus Cristo resgatou a intimidade do Pai, o cuidado do Pai e trouxe uma revelação nova de Deus. J. I. Packer diz que Pai é o nome cristão para Deus . Jesus rompe com o formalismo da esterilidade da religião e nos apresenta um caminho de espiritualidade na qual agrada o Pai. . Ele rompe com o formalismo esterelizante da pseuda religião e traz para o centro uma nova proposta de intimidade com Deus.
O livro de Malaquias é o último livro do Antigo Testamento. Nessa época a Judéia ainda era uma Satrapia persa. Quando chegamos no Novo Testamento encontramos um mundo completamente diferente. Nesse período de quatrocentos anos, surgiram várias ramificações judaicas político-religiosas.
Existiam os “Zelotes” que acreditavam que a submissão ao Império Romano era traição a Deus. Eles eram fanáticos pela Lei e sua doutrina era igual aos dos Fariseus. Outra seita que existia era a dos “Essênios”. Essa seita era monástica e ascética e viviam no deserto da Judéia, as margens do mar Morto. Eram Homens retos que pressionados pela perseguição helenista refugiaram-se no deserto.
Os “Essênios” esperavam dois Messias um Sacerdotal e outro real. Eles Seguiam fielmente o Velho Testamento. Outra seita que existia era do “Saduceus”. Eles eram um partido político-religioso, em sua grande maioria eram Sacerdotes e ricos aristocrata engrossavam suas fileiras as classes abastadas e abertas á cultura e ao progresso de outros povos, e a isto se opunham os Fariseus . Eles não reconheciam a autoridade da tradição oral e aceitavam somente a lei escrita.
Existiam os “Fariseus”. Eles eram os sucessores dos hassidim os piedosos. Seu principal alvo era a observância da lei de Moisés e grande parte dos Escribas pertencia a esse grupo. Eram exclusivistas e tradicionalistas. Esse grupo gozava de grande prestígio entre o povo. Seu zelo cego pela Lei evitava qualquer contato com os pecadores. Esse quadro religioso na qual Jesus Cristo exerceu o seu ministério sem negociar o fidelismo ao Pai nos leva a uma reflexão ministerial.
Nós como pastores estamos vivenciando um pluralismo ministerial pulsante. São várias as formatações ministeriais no Brasil contemporâneo. Várias são as correntes teológicas, as denominações e os diversos ministérios. Assim como na época de Cristo que existiam os intérpretes de Deus e os estudiosos de Deus, temos hoje também uma gama de; Fariseus, Zelotes , Essênios, Saduceus etc, todos com uma vestimenta hodierna nos balcões denominacionais.
Diante dessa bifurcação de que maneira iremos nortear o nosso ministério? Qual a fonte real paradigmática?. Percebemos que Cristo no desenvolvimento do seu ministério não se inclinou para nenhuma facção religiosa da sua época. Ele estabeleceu um novo modelo de ministério e rompeu com status quo. Com isso o lugar mas seguro para pontuar nosso ministério é Jesus Cristo o supremo pastor e com isso devemos Examinar as Escrituras ( Jo.5.39; At. 17.11).
Os vários partidos religiosos da época de Jesus Cristo se preocuparam mais com as “normas” e “formas’ do que com a “essência”. Suas expressões de espiritualidade e praticidade era decorado com o manto da religiosidade oca , manca e descontinua Esses partidos religiosos no seu afã de buscar a Deus se perderam nas muitas tradições e perenizarão o sistema se perdendo por completo na sua espiritualidade e lucidez de Deus. Quando olhamos para o judaísmo nesta época percebemos uma religiosidade oca vazia sem profundidade. Jesus Cristo não foi afetado em nada por esses partidos religiosos mas ele foi completamente guiado e dirigido pela Palavra de Deus e pelo Espírito Santo.
Jesus Cristo o pastor por excelência revela Deus de uma maneira não revelada antes nas Escrituras. Nenhum profeta, nenhum líder em Israel revelou Deus de maneira tão profunda como o nosso Senhor Jesus Cristo, pois ele era um homem de oração, um homem que amava a Palavra de Deus cuja a vida não era dirigida por normas ou formas humanas mas pelo Espírito Santo. Olhar para a vida de Jesus Cristo é redescobrir a excelência do ministério pastoral focado em Deus e na sua Palavra.
Dr. A. W. Tozer nos diz que é da maior importância para a nossa vida espiritual ter sempre em mente uma correta concepção de Deus . Jesus no dia a dia do seu ministério nos ensina a termos concepção clara de Deus. Ele nos despoja de qualquer visão distorcida, doentia, materialista desfocal e denomicista.
Jesus Cristo mostra Deus como Aquele a quem os limpos de coração irão ver (Mt.5.8). Diz que os pacificadores serão seus filhos ( Mt.5.9). Mostra-nos que o nosso comportamento diante dos homens glorifica Deus (5.16). Ensina-nos que o amor pelos inimigos é a insígnia dos filhos de Deus. (Mt.5.45) Nos ensina um caminho novo no que tange ao dar glorifica ao Pai (Mt.6.4) nos mostra o cuidado de um Pai Amoroso que se preocupa com seus filhos (Mt.6.8-25-34) e mostra-nos um caminho novo de intimidade com o Pai não visto em outras épocas (Mt.6.9-15-16-18). Jesus Cristo nos ensina a essência da vida e o propósito do homem (Mt.6.33).
A propedêutica do Sermão do Monte diz que o Senhor Jesus passou a ensiná-los (Mt.5.2). e ele deseja nos ensinar como pastores para essa geração. Ele deseja nos ensinar o caminho da espiritualidade que agrada ao Pai que está despojado do humano, do dogmatismo, do pragmatismo excêntrico, dos aplausos humanos, do elitismo ministerial etc. Jesus Cristo o Sumo Pastor é um modelo para nós pastores de sofrimento e de suportar sofrimento é um modelo de humildade , de dependência total, de clareza no ensinar, de afeto e de carinho de sensibilidade diante de Deus e diante dos homens. É um exemplo de deixar se aproximar e de se aproximar, Suas Palavras estava pautada na verdade e na práxis diária.
Ele de fato é um modelo de lidar com os inimigos e opositores ao seu ministério. É um modelo de oração e de intimidade com o Todo Poderoso. É um modelo de quebrar o Status quo de romper com o sistema humano subjugando as forças maléficas. É um modelo de oração e de intimidade com o Todo Poderoso.
Jesus Cristo o sumo pastor é um modelo de doçura cativante,de convicção da sua missão, de amor transbordante , de lidar com a demonização sem teatrismo., de investir aonde ninguém quer investir, de fidelidade à missão e ao seu Deus, de vida simples e do despojamento cristológico. Ele é um modelo terapêutico- mutli-facetário. É um modelo de viver a vida debaixo da direção do Espírito Santo. É um modelo de urgência de celebração da vida e de equilíbrio. É um modelo de renúncia e de negação. É um modelo de obediência a vontade de Deus e sua Palavra.
Quando olhamos para o ministério de Jesus Cristo como modelo para a pastoral do século XXI, temos que Ter ciência que ele ultrapassou barreiras e fronteiras e se dedicou ao máximo para comunicar a Palavra do Senhor. Ele não buscou aplausos dos homens, aprovação humana e não andou nos bastidores da vá religião e nem do elitismo ministerial. Em se tratando de modelo ministerial de Jesus Catalão Angel Castañeira diz que:
Temos que revisar, então o modelo de Jesus cujo ministério público foi essencialmente relacional. Ele andava no meio das multidões, ou então tinha encontros privados com determinadas pessoas, até mesmo de noite. Ele sabia o que era sentir o calor do meio-dia no deserto de Samaria, ou o frio da morte no quarto de um adolescente. Ele deixou-se tocar por uma mulher cerimonialmente impura, e tocou intencionalmente num leproso, isolado pela sociedade. Ele falou de situações cotidianas, de sal e lâmpada, de sementes e pastores de pais e filhos. Hoje, mais do que nunca, devemos seguir este modelo, se queremos alcançar a geração pós-moderna (Apud Salinas, 1999, p.46).
Essa declaração nos mostra como Cristo soube comunicar o Reino de Deus na sua época, o amor que ele devotava pela a humanidade e a lucidez que ele tinha do seu ministério e do relacionamento com Deus. Ele rompeu barreiras e fronteiras. Ele tanto sabia conversar com a pessoa mais culta como sabia conversar com uma mulher desprezada a beira de um poço. Ele tanto sabia participar dos grandes banquetes, como sabia ficar três dias no povoado de Samaria comendo pão simples.
Ele tanto sabia pregar para uma multidão, como sabia atravessar o mar da Galiléia e se encontrar no sepulcro com um endemoninhado gadareno. Ele tanto sabia falar para um publicano Zaqueu descer da árvore, como sabia dizer para um príncipe do povo chamado Nicodemos que é necessário nascer de novo.
Cristo rompeu barreiras e se encontrou com o descamisado da sua época, com a prostituta, com o fariseu, com os necessitados e com os aflitos. Ele amava essas pessoas e por causa do seu intenso amor para com o Pai e para com os homens ele morreu na cruz. Se queremos Ter um ministério frutífero no ponto de vista cristológico devemos seguir os passos de Jesus e não do modismo contemporâneo. A igreja de Cristo e o líder cristão deve romper as barreiras e as fronteiras e se apresentar para essa geração como Sal e Luz, como guardadora da Verdade e praticadora da Verdade. Ela deve ir aonde Cristo foi, deve romper as barreiras e anunciar Deus para esse mundo sofrido.
Cristo em seu ministério tinha um alvo claro o seu escopo era a glória de Deus Soli Deo Gloria. Jesus resumiu o seu ministério em cinco palavras “ Eu te Glorifiquei na Terra”. (Jo. 17.5) Porem o que muitas vezes pulsa hoje no círculo pastoral é a exaltação do homem em detrimento à exaltação de Deus é o homocentrismo poemênico em detrimento ao centrismo em Deus e o conceito bíblico do ministério.
O ministério pastoral sadio tem em Cristo o seu exemplo maior, pois os tempos mudaram mas o caráter revelador do sumo pastor que é Cristo não muda. De fato Jesus Cristo como diz as Sagradas Escrituras é o “ Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas (Jo.10.11,14) e esse Bom Pastor deu seu próprio sangue em favor de nós (At. 20.28) . Ele também é o Sumo Pastor das nossas vidas (I Pe 5.4;Hb.13.20) e requer de nós ministro obediência a sua Palavra (Mt.7.24-27).
Jesus Cristo e o modelo seguro do pastorado hodierno. Nada pode substituir o caminho santo do ministério proposto por Deus em sua palavra. A Palavra de Deus é rica em todos os sentidos para “avaliar”, “capacitar” e “repreender” o nosso ministério pastoral. Uma das passagens cristologicas que trabalha de maneira séria, continua e reflexiva o tecido santo do ministério é a passagem de João 10. 1-21 que mostra Jesus Cristo como o “Bom Pastor”. Aqui percebemos os desdobramentos pastorais na qual deve estar estampados em todo o ministério pastoral sério que tem em Cristo seu modelo maior.
Os Sinóticos não apresentam este quadro mas o quarto Evangelho deixa para nos uma sementeira pastoral para redescobrirmos a excelência ministerial tendo como pauta a cristologia e o examinar da palavra de Deus. O quarto evangelho nos mostra com clareza essas verdades teológicas quando mostra Jesus Cristo como “Logos”, “Messias”, “Filho do Homem”, “Filho de Deus”, “Missão do Filho”, “A Humanidade de Jesus” e o “Messias-Pastor”.
No Evangelho de João o próprio Messias Pastor coloca a base de um ministério que deve ser redescoberto na pastoral de um Brasil contemporâneo. Dr. John Stott em seu livro Ouça o Espírito Ouça o Mundo: Como Ser Cristão Contemporâneo, traça para nós o perfil ministerial a parti de João 10.1-21 que mostra Jesus como o Bom Pastor. Stott chamou isso de “ O Modelo Pastoral” e advoga que é sábio conhecer e imitar os passos do pastor principal, pois todos nós somos subpastores Dele para o serviço dos santos. Trabalhando esta passagem Stott nos leva para sete caminhos da verdade cristológica que modela o nosso ministério pastoral .
Em Primeiro Lugar fica patenteado que o bom pastor “ Conhece as suas Ovelhas” (Jo.10.3,14-15). Stott diz que à primeira característica e a mais básica dos subpastores de Jesus Cristo é o relacionamento pessoal que se deve desenvolver entre o pastor e as suas ovelhas . Essa verdade levantada aqui deve ser uma reflexão para todos nós que estamos inseridos no ministério.
Jesus indicou também que o seu relacionamento com o seu povo seria recíproco ( Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim. Jo.10.14) e, ao mesmo tempo, íntimo ( Assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai Jo.10.15). Havia em Jesus Algo de transparentemente franco e sincero. Ele não tinha nada a esconder. Ele mesmo disse que uma marca de sua verdadeira amizade era o fato de ter-se dado a conhecer aos seus discípulos (Jo.14.21;15.15). Obviamente, isto não significa que os pastores precisam revelar todos os seus segredos á congregação; mas pelo menos eles deveriam estar dispostos a dar o passo difícil e humilhante de abrir mão de um pouco de sua privacidade e de se deixar conhecer como seres humanos tão frágeis e vulneráveis quanto qualquer outra pessoa (1997,p.314).
A correria pastoral a privacidade pastoral e a mentalidade populacional eclesiástica têm roubado essa intimidade entre o pastor e as ovelhas. As pessoas não são clientes de uma igreja nem fregueses eclesiásticos ou um registro no rol de membros mas são pessoas criadas por Deus para a sua glória cada uma com sua história de vida e com seu nome próprio.
Em Segundo Lugar o Bom pastor deve “Servir as suas Ovelhas”. Eu Sou o Bom Pastor disse o nosso Senhor Jesus Cristo e o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas (Jo.10.11). Stott diz:
Ele se dedica ao bem estar delas e toda a sua vida é dominada pelas necessidades delas. A principal reclamação de Deus contra os líderes de Israel era esta: “ Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? (Ez.34.2;Jd.12). (...). Jesus mesmo deu a vida pelas suas ovelhas. Não agiu como um empregado ou mercenário, que faz o trabalho por dinheiro. Ele cuidou delas genuinamente, a ponto de morrer por elas. Seu grande amor se revelou em sacrifício e serviço, sacrificando a si mesmo para servir aos outros. ( 1997,p.315).
Servir o rebanho do Senhor é regra básica para todo o ministério pastoral que tem em Cristo seu exemplo maior. A convulsão pastoral que colocou o pastor como aquele que é servido e não aquele que serve é um modismo, carnal, diabólico e anticristão. O pastor não pode buscar os seus próprios interesses mas o interesse do povo de Deus como cartilha poimênica (pastoral).
Richard J. Foster em seu célebre livro Celebração da Disciplina: O Caminho do Crescimento Espiritual diz que assim como a cruz é o símbolo da submissão, a toalha é o símbolo do serviço. Em João 13.1-20 está exposto de maneira clássica o caminho do ministério. O Evangelho de Marcos também ratifica que Jesus Cristo não veio para ser servido , mas para servir (Mc.10.45)
Dr. C.Gene Wilkes em seu livro O Último Degrau da Liderança: Descobrindo os Segredos da Liderança de Jesus trabalha todo o seu livro no prisma da liderança servil que tem em Cristo o modelo clássico do serviço. Ele atesta dizendo:
Para Jesus, O Modelo de Liderança era o Serviço. Ele jamais serviu a si mesmo. Num primeiro momento, liderou como servo do Pai celestial, o qual lhe dera a missão. Se observarmos a vida de Jesus de um nível mais elevado, veremos que tudo o que ele fazia estava a serviço da sua missão. Sua missão pessoal era servir, não á sua própria vontade, mas á vontade do Pai. Jesus disse: “ Por que eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade; e, sim, a vontade daquele que enviou” Jo.6.38 ( 1998,p.22).
É nesta ótica da liderança servil que os líderes devem dirigir o seu ministério pastoral, pois como disse Jesus “ Vós me chamais de mestre e Senhor e dizeis bem, por que eu sou. Ora, se eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade na Verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu Senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis essas coisas, bem aventurados sois se as fizerdes ( Jo.13.13-17).
Em Terceiro Lugar, o Bom Pastor “ Guia as suas ovelhas”. No contexto palestino oriental o pastor vai a frente de suas ovelhas, coisa que geralmente o pastor ocidental não faz pois deixa esse encargo para cães pastores que são treinados para a tarefa de guiar. No Antigo Testamento Javé guiava o seu povo como bom pastor. O salmo 23 mostra de forma clássica Javé como pastor guiando o seu rebanho. Em João 10.4 Jesus atesta que suas ovelhas obedecem sua voz e seguem sua vontade do Messias-Pastor.
Com os pastores cristãos acontece algo parecido. É nossa solene responsabilidade guiar as pessoas de tal forma que seja seguro para elas seguirem a nós. Ou seja: temos de ser para elas um exemplo coerente e confiável. Convém lembrarmos que Jesus introduziu no mundo um novo estilo de liderança, a saber, a liderança pelo serviço e pelo exemplo, e não pela força. O apóstolo Pedro compreendeu isto e o ecoou em seus ensinos: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós ... Não como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho (I Pe.5.2-3) ( 1997,p.317)
O Biblista J. Andrew Overman em seu livro Igreja e Comunidade em Crise, traça um paralelo da perspectiva de Jesus Cristo para guiar o seu povo com a figura degenerativa dos líderes de sua época que guiavam o povo de maneira excêntrica. O evangelho de Mateus diz:
E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, por que andavam desgarradas e errantes como ovelhas que não tem pastor ( Mt.9.35)
Overman relata que Mateus quer deixar claro que o povo não tem uma liderança adequada que conduz eles a verdes pastos da Palavra de Deus. A palavra “ teve grande compaixão”, está em afronta com a falta de compaixão dos líderes religiosos da época de Jesus Cristo. O cansaço e o abatimento do povo de Deus são comparados com a ovelha cansada e abatida. Isso é resultado da debilidade dos péssimos pastores-lideres que deixaram as ovelhas chegarem a esse ponto complexo.
Javé guiava o seu povo ( Sal 80) Cristo como o Bom pastor também guia o seu Povo (Jo.10.4), e requer de nós pastores fidelidade e autenticidade ministerial na condução da comunidade. Os líderes devem ter ciência que eles são servos do supremo pastor e que devem seguir suas pegadas. Guiar o povo de Deus nada mas é do que mostrar para esse povo a vontade de Deus para o seu rebanho que está classicamente na sua Palavra, por isso o líder deve sempre examinar as escrituras como regra para o seu ministério.
A diretriz e a condução da igreja não são feitas por técnicas, modismo, meninice, egocentrismo, politicagem, interesse próprio, manobra de poder etc. Essas são características do pastor mercenário condenado por Cristo em sua palavra (10.13). O pastor segundo a Bíblia conduz as suas ovelhas para a glória de Deus em direção ao supremo pastor e o bom pastor que é Cristo (Jo.10.11).
Em Quarto Lugar , o Bom pastor “ Alimenta as suas Ovelhas”. Em João 10.9 Jesus Cristo deixa claro que Ele é a porta “ Eu Sou a Porta” e prossegue dizendo “ Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem”. Stott declara que a primeira preocupação dos pastores sempre é que as ovelhas tenham o suficiente para comer, pois a saúde delas depende das pastagens nutritivas. Assim Jesus Cristo como excelente pastor, foi acima de tudo um mestre, pois ele alimentou os seus discípulos com a boa comida de sua instrução de suas palavras ( 1997,p.318).
Phillip Keller em seu livro Nada me Faltará: O Salmo 23 á luz das experiências de um pastor de ovelhas, nos mostra de maneira técnica organizacional o ambiente e as implicações de um pastor de ovelhas.
As ovelhas não cuidam de si mesmas, como supõem alguns . Mais que qualquer outro tipo de criação, elas exigem atenções infindas e cuidados meticulosos. (...). O Salmo 23 poderia muito bem ser chamado o hino de louvor de Davi, pelo cuidado divino. Pois o poema todo narra a maneira como o Bom pastor não se poupa pelo bem-estar de suas ovelhas (1984,p.18).
Keller que foi ovicultor deixa claro que as funções de pastor é “Prazerosa” mas também “Laboriosa” e requer do pastor dedicação, senso de direção, auto abnegação e suprimento. O pastor que redescobre o seu ministério no tecido santo do ministério de Jesus Cristo vai perceber que ele era um mestre que alimentava a multidão com o pão da Palavra de Deus.
Stott diz que os pastores de hoje tem essa responsabilidade, o ministro é um ministro da Palavra, pois o pastor acima de tudo é um mestre que alimenta o seu rebanho com a palavra de Deus. Ele deve estar “apto para ensinar” (I Tm.3.2) e deve “doutrinar” o seu povo (Tt.1.9). Ele deve ser fiel ao ensino apostólico ( Didache) e deve ao mesmo tempo ter o dom para ensinar o povo de Deus (Didaktikos), pois o ministério pastoral deve ter essa ambição. Primeiro apresentar todo homem perfeito, maduro em Cristo (Cl 1.28) e Segundo aperfeiçoar os santos para desempenhar seu serviço na obra do Senhor (Ef.4.12) esse deve ser o foco pastoral segundo a Bíblia.
Como pastores da igreja no Brasil contemporâneo devemos sem dúvida alimentar o rebanho do Senhor com a Palavra de Deus. Os pastores que seguem as pegadas de Cristo não iram deixar anêmicos e nem raquíticos o rebanho do Senhor mas irão conduzir eles para os verdes pastos da Palavra imutável de Deus.
Em Quinto Lugar o Bom pastor “ Controla as suas Ovelhas”. Stott observa neste ponto que este controle não é déspota e nem uma espécie de coronelismo ou o redescobrimento do conceito medieval de bispo príncipe. Este aspecto do controle das ovelhas são conotações de autoridade segundo Deus. No Antigo Testamento e no grego clássico a figura pastor era empregada para Reis que guiava o seu povo. (II Sm.5.2).
Segundo Stott o verbo grego poimaino “ pastorear um rebanho”, passou a significar um domínio duro, rígido. Neste sentido o mundo da realeza “ palácios, tronos, reinos”, não podem ser aplicativos ao conceito de pastor segundo Deus. Os pastores controlam as ovelhas do Senhor mas não são donos das ovelhas do Senhor. Uma liderança rígida baseada na coroa e não na doutrina neo testamentária é pseuda e míope.
De fato os pastores mesmo sendo servos do rebanho também tem autoridade sobre o rebanho, mas a autoridade é delineada por Deus e não por modelos alheio a sua palavra. Assim como o pastor não deve ser um déspota na casa do Senhor os membros devem compreender que ele tem autoridade divina sobre a congregação dos santos e ele recebe do Senhor o legado de presidir o rebanho de Deus segundo o modelo estabelecido na palavra do Senhor .
O apóstolo Paulo deixou isso claro em sua teologia pastoral. “ Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros” . ( II Tes.5.12-13).
O escritor aos Hebreus lança um facho de luz neste aspecto poemênico. “ Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” ( 13.7). Ele prossegue dizendo: “ Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; por que isto não aproveita a vós” ( Hb.13.17).
O Apóstolo Pedro em sua poemenologia diz que “ Devemos pastorear o rebanho de Deus que há entre nós, não por constrangimento,mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelo do rebanho” (I Pe.5.2)
O governo pastoral e sua autoridade não é um singularismo mórbido, desfocal, desconjuntado, uliginoso e separatista. A igreja é composta por líderes e no conselho dos santos existe sabedoria. Um pastor que acha que sua decisão deve sempre ser acatada e sua palavra deve ser sempre a última palavra e não revisa o posicionamento eclesiástico e do corpo ministerial esta na contra mão de um pastorado sadio (Mt.18.15-20; I Cor.5.4-5-13) chegando às raiais de um papismo evangelical desconecto com a herança bíblica e ulterior.
O reformador João Calvino nos diz que este adendo aqui exposto deve ser aplicado somente àqueles pastores que levam de fato a sério o seu ofício, pois aqueles que usam mal o título de pastor merecem bem pouca reverencia e pouca confiança, pois aqui não está a tirania eclesiástica mas o zelo pelas almas (Hebreus,1997,p.395)
Em Sexto Lugar o Bom Pastor “ Guarda as suas Ovelhas”. Este é um ponto básico na estrutura do ministério pastoral. O pastor segundo Deus tem a responsabilidade de guardar o rebanho do Senhor contra as investidas dos inimigos pois o mercenário não tem esse cuidado ele abandona as ovelhas deixando em situação de risco e de morte ( Jo.10.10-13).
Na palestina antiga o pastor sabia que uma das suas tarefas claras era guardar as ovelhas contra o lobo voraz e contra todo tipo de inimigo que ameaçava o rebanho ( I Sm.17.34-35). O apóstolo são Paulo em sua poemenologia destaca esse ponto de proteção de maneira clarificada para todos os pastores no campo da comunidade da fé (At.20.28-31; Fil.3.2; Col.2.8; I Tm.4.16; II Tm.2.14).
Dr. Stott deixa claro em suas pesquisas esse ponto pastoral.
Somente um bom pastor iria ficar, arriscando a própria vida para defender e recuperar as suas ovelhas. Interpretar a alegoria de Jesus não é nada difícil. Acautela-vos dos falsos profetas, disse ele em outro lugar. Eles se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Se as ovelhas são o povo de Deus e os guardadores são os seus fiéis pastores, então os lobos são os falsos mestres e os mercenários são pastores infiéis, que nada fazem para proteger o povo de Deus de erros ( 1997,p.320-321).
Stott está certo quando salienta que o pastor segundo Deus não se comporta como mercenário escapando e fugindo do perigo mas ao contrário ele enfrenta os inimigos da comunidade da fé e essa tarefa não é simples mas dura, difícil e penosa. Como pastores devemos ser fiéis, vigilantes, protetores e se opor aos falsos mestres como fez Jesus Cristo o nosso modelo pastoral pois Ele nos ensina a “Alimentar” o rebanho e a “Guardar o rebanho”, pois o rebanho é do Senhor e Ele nos deu as ferramentas exatas para afugentar o inimigo, pois sendo fiéis a sua Palavra e vontade nós pastores no Brasil contemporâneo seremos recompensado pelo Supremo Pastor ( I Pe.5.4).
Em Sétimo Lugar o bom pastor “ Busca as suas Ovelhas”. Stott diz que esta tarefa de ir buscar aquelas que estão alienadas e perdidas faz parte da estrutura do ministério pastoral. Não devemos como líderes na casa do Senhor ser encontrado na denúncia poimênica do profeta Ezequiel 34.6 mas devemos como disse Jesus Cristo buscar as ovelhas perdidas que se extraviou na encosta do mundo( Lc.15.8-10; Lc.19.10 ). Richard Baxter em seu pastor reformado diz que Jesus Cristo desceu do céu para á terra para buscar e salvar o que se havia perdido, todavia nós devemos ir ao nosso vizinho, nas ruas, nas vilas para buscar as ovelhas perdidas.
Eis aqui, portanto, a belíssima idéia de ministério pastoral retratada por Jesus. Onde quer que haja ovelhas, sejam elas perdidas ou achadas, existe a necessidade de pastores que vão buscá-las e pastoreá-las. Seguindo o exemplo do próprio bom pastor, os pastores humanos irão esforçar-se por conhecer e servir, guiar, alimentar e governar as ovelhas do rebanho de Cristo, protege-las dos lobos saqueadores e busca-las quando se extraviarem ( STOTT 1997,p.323).
O pastor segundo Deus busca as ovelhas impulsionado pelo serviço e pelo amor cristão. Ele tem ciência que seu ministério pastoral inclui em seu bojo essa verdade ventilada por Jesus Cristo. Ele não adota um modelo de liderança dos governantes deste mundo (poder) e nem adota o estilo dos fariseus que gostavam de honras, pompas e bajulação.
Como diz Stott no Reino de Deus o serviço cristão não pode ser visto como um degrau para a grandeza, ele já é a grandeza, pois o fato de servir uns aos outros já é a própria grandeza no Reino de Deus, pois o pastor segundo Deus não adota esse modelo anti cristão “ governantes- fariseus’, que denota gerenciamento de negócio, prestígio social, fama, bajulação excêntrica, elevação do ego e super valorização do humano ao invés disso o pastor segundo Deus serve ao seu Senhor e o seu rebanho com coração humilde , simples ,servil e sofredor ( Mc.10.42-45; II Tm.2.24; II Tm.4.5).
Charles Colson diz que “ nada distingue mais os reinos do homem do reino de Deus do que suas visões diametralmente opostas quanto ao exercício do poder, pois um procura controlar as pessoas, o outro buscar e servir a elas; um promove o ego, o outro abate o ego; um busca prestígio e posição o outro eleva o humilde e o desprezado
. Dr. Russel Shedd em seu livro O Líder que Deus Usa: Resgatando a Liderança Bíblica para a igreja no Novo Milênio, nos mostra de maneira profunda qual é o líder que Deus usa. Ele alista de forma didática alguns pontos que são de suma importância para a comunidade local. .O líder que Deus usa dever ser: “Perseverante”, “Viver uma vida Santa”, “Ser cheio do Espírito”, “Ser sábio”, “Ser um homem de fé e de amor”, “Ser servo”, “Ser marcado pela visão de Deus”, “Ser um homem de valor”, “Ser um homem com motivação santa”, “ Ser grato”, “Ser Humilde”, “Ser um Aprendiz”, “Ser um homem com interesse no Reino”, “Ser Otimista”, “Ser um Homem de Oração Perseverante”. Para o Dr. Shedd esses requisitos mostram a liderança piedosa que tanto precisamos no Brasil Contemporâneo.
Shedd também mostra o perigo ministerial quando um líder está fora dos padrões estabelecidos por Deus. Nada é tão anti-bíblico e complexo quando um líder nutre no tecido do seu ministério: “A incredulidade”, a “inconstância’, o “desânimo”, a “estagnação”, a ‘inveja’, a “soberba”, a ‘falsidade’ e a ‘falta de equilíbrio’, a “transparência”, a “integridade” as três barras
Todo pastor e líder deverá prestar contas a Deus da sua atividade pastoral (Hb.13.7), ele esta incumbido de pastorear com critério santo o povo de Deus ensinando as verdades divinas ( At. 20.18; At.20.20; I Pe.5.2). Ele deve focar seu ministério não em modismo mas no ensino sadio para o crescimento do povo de Deus.
O pastor no Brasil contemporâneo deve margear a sua supervisão segundo as Escrituras ( At. 20.28;I Tm. 3.2; I Tm.5.17; Tt. 1.9; I Pe.5.2). O governo dos líderes da igreja junto ao rebanho do Senhor não é como os líderes deste mundo mas ele segue o padrão divino ( Mt. 20.25-26; I Tm. 5.17; Hb.13.17,24; I Pe.5.3).
O líder segundo o modelo bíblico deve desenvolver uma vida de auto vigilância ( At. 20. 31; I Tm. 4.16) e de convicção que o rebanho não pertence a ele mas ao supremo pastor das nossas almas ( At. 20.28). Ele também deve ter ciência dos falsos mestres que se infiltraram nas fileiras dos santos ( At. 20.29-30) esses mestres serão seguidos por pessoas que rejeitam a sã doutrina abraçando fábulas humanas e doutrina de demônios ( I Tm. 4.1-3; II Tm.4.3.
Por isso o líder cristão deve capacitar outros líderes para a santa obra do Senhor (II Tm.2.2). O pastor segundo Deus deve viver uma vida de piedade ( I Tm.4.7; I Tm. 4.16; I Tm. 4.8; 6.3; II Tm.2.3-5; I Co.9.27) e deve ter uma vida de integridade e de caráter marcado pela piedade ( I Tm.3; Tt.1). Para o líder cristão se munido da verdade cristã ele deve ser marcado pela Bíblia ( Cl.3.16) e desejar conhecer a Deus ( Jer.9.21; Fp.3.8-10).
Ele sem dúvida será um bom manejador da verdade divina (II Tm.2.15; Ef.6.17; Hb.4.12) e trará gloria para Deus ( I Co.10.31), pois estará lutando em prol da verdade divina frente as pseudas falácias que estão no ministério excêntrico anti cristão ( Jd.3). O pastor cristão deve ser um homem de oração (II Cr. 7.13,14; At.6.4; Ef.1.3;; Ef. 1.15-23 Cl.1.10; I Pe.5.7;
O pastor hodierno é convocado por Deus para viver a vida ministerial de acordo com a sua vontade santa. Ele deve “ Apascentar” o rebanho de Deus ( At.20.28; I Ped.5.2). Deve “ Fornecer supervisão espiritual ( At. 20.28; Tt.1.7). Deve liderar como “ Homem de Deus amadurecido ( At.20.17; Tt. 1.5; I Pe. 5.1) e deve ser “ Fiel como despenseiro do ministério divino ( Tt. 1.7
Pastor Carlos Augusto Lopes, Assembléia de Deus Independente de Tubarão SC,
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